O segundo dia de provas do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), com questões das áreas de exatas e ciências da natureza, teve questão sobre caldo de feijão, Tinder e um estilo mais próximo da Fuvest.
“Foi uma prova mais conteudista, com pouca interpretação. Na direção de uma Fuvest”, afirma o professor de física do sistema de ensino COC, Bernardo Copello Alves. Para ele, o grande desafio foi a questão do tempo. “Foi uma prova trabalhosa, para se equacionar 90 questões em cinco horas”, disse.
A professora Brunna Coelho Henrique, do COC, concorda com o estilo mais parecido com a Fuvest. Para ela, chamou a atenção uma questão muito puxada a respeito de genética, sobre a lei de Mendel. “Tiveram questões padrão Fuvest: sobre membrana, respiração aeróbia e essa de genética”, disse. Uma das questões citava uma conhecida tática das cozinheiras, que é usar batatas para diminuir o sal dos alimentos. A pergunta citava o caso de uma cozinheira que salgou demais o caldo de feijão e usou as batatas.
Às 15h33 deste domingo (10), os primeiros alunos começaram a deixar o prédio da Universidade Nove de Julho, na Barra Funda, um dos tradicionais pontos de aplicação da prova em São Paulo. Para Victor Hugo Souza, 17, o exame “foi relativamente fácil”. Esta é a primeira vez que ele realiza a prova e disse não ter tido grandes surpresas. “Foi tranquilo, achei matemática bem fácil. A de química estava um pouco mais complicada”, afirmou.
Para Clarice Nolasco Brito, 22, que cursa direito e pretende conseguir algum desconto com o resultado do exame, estava um pouco difícil, mas dentro do que esperava. “Foi a terceira vez que fiz a prova, mas a última tinha sido em 2016. Acho que com as mudanças para esse novo modelo a prova ficou mais cansativa.”
Caio Pereira, 18, conta que foi um dos primeiros a concluir a prova. Ele diz que estava preparado e por isso achou o exame bem fácil. “Foi a segunda vez que fiz a prova e não mudou nada, caíram as mesmas coisas de sempre”, afirmou.
No primeiro dia de prova, os candidatos responderam questões de linguagens, códigos e suas tecnologias e ciências humanas. A primeira edição do Enem sob o governo Jair Bolsonaro (PSL) foi também a primeira em dez anos que não trouxe nenhuma questão relativa à ditadura militar (1964-1985).