Esta não foi a primeira vez que a busca por emprego leva uma grande multidão de trabalhadores à porta do Sistema Nacional de Emprego (Sine), atraídos por falsas promessas de contratos.
As notícias, propagadas através de redes sociais, e levadas ao crédito de quem precisa trabalhar, é a única base para o desempregado que não pensa duas vezes e nem mesmo examina a fonte. “Tudo o que a gente quer, é saber que tem empresa contatando. Então, não há o que esperar a não ser vim correndo para garantir uma vaga”, explica Joel Vinícius, mecânico, um dos muitos que investiram a esperança na manhã de hoje (7), ao lado de outros que estiveram na porta do Sine, no Bairro Cidade Nova, em Parauapebas.
Mas, como em outras vezes, o “alarme” era falso. O que gerou tumulto e precisou da força policial para acalmar os ânimos. Fato dado na manhã desta segunda-feira, exatamente no dia em que terminou o recesso no serviço público municipal.
De acordo com o coordenador do Sine, José Braz Mendonça, há possibilidade de que a informação tenha partido de pessoas que têm o intuito de desestabilizar a administração e assim, levantar a opinião pública contra o governo. “O que ganha alguém que propaga uma notícia inverídica, não pensando nas conseqüências, principalmente às pessoas que criam toda uma expectativa no sentido de conseguir um emprego?”, questiona Braz, esclarecendo que antes do recesso de fim de ano, uma empresa terceirizada da mineradora Vale, que vai atuar na obra do Salobo III enviou ao Sine 66 vagas para preenchimento, das quais, seria iniciado o processo de seleção a partir de hoje, segunda-feira. No entanto, devido à confusão criada por conta do anúncio falso que se espalhou pelas redes sociais, a empresa mandou suspender o processo de seleção e aguardar segunda ordem.
Ainda de acordo com o coordenador do Sine, não há, conforme propagado, a necessidade de apadrinhamento para que as pessoas sejam contratadas. Sendo selecionadas três pessoas para cada vaga e encaminhada a lista para a empresa, sendo as entrevistas feitas pelo empregador que seleciona e faz a contratação. “O Sine não tem nenhum poder de manipular para que alguém seja ou não contratado. Apenas fazemos os encaminhamentos dos profissionais que apresentam habilitação através de documentos e depois disto é entre eles e a empresa”, garante Braz.
Outra acusação da qual o coordenador do Sine se defende é o fato de que as empresas não priorizam a contratação de pessoas que morem em Parauapebas; segundo ele, o Sine recebe a documentação das pessoas e não tem o dever, nem o direito, de priorizar pessoas por morarem no município. “As vagas são para pessoas qualificadas e de nacionalidade brasileira. Não podemos arquivar o currículo de alguém apenas por morar em outro município. Se impormos esta condição, as pessoas, certamente, tratarão de forjar comprovantes de endereço”, avalia Braz.
A revolta de muitos desempregados foi pelo fato de ter passado a noite na porta do Sine, tendo como resultado, na avaliação de muitos, perda de tempo.