No dia 17 de maio de 2022, Otávio Fabrício Costa foi preso sob acusação de estupro. A polícia afirma que o jovem, morador de Parauapebas e microempreendedor, teria cometido uma série de estupros na cidade em que mora e em Marabá, cidade vizinha. As acusações afirmam que Otávio seguia mulheres nas ruas até suas casas, as ameaçava e praticava os atos. Veículos de comunicação afirmaram, na época, que Otávio se mostrou calmo no momento da prisão. Foi a partir daí, que a família dele começou as buscas por provas com a ajuda de advogados.
Otávio está preso até hoje, após ser condenado a 66 anos de prisão pelo crime de estupro; condenação, que para a família, não tem fundamento. Otávio está prestes a ser julgado em segunda instância e a família teme que o desfecho do julgamento seja o mesmo que o anterior. A mãe do jovem, a mais abalada com a situação, resolveu ir a público. Foi por meio de um vídeo gravado nas redes sociais que ela fez o apelo. Ela garante que o filho é inocente.
“Ao decorrer desse tempo que o Otávio está preso, a gente não tem descansado. A gente correu atrás de provas, colocamos advogados, nos desfizemos de algumas coisas de casa, bens materiais, para que pudesse buscar, provar a inocência dele, porque nós temos certeza que ele é inocente”, disse Maria Alves, mãe de Otávio Fabrício.
Maria Alves fala que o exame que comprovaria o estupro da vítima não foi colocado no processo, mesmo a vítima tendo afirmado que o fez. Foi com a ajuda de advogados que Maria conseguiu localizar o exame em que está constatado que não houve estupro, não sendo encontrado material genético de Otávio na vítima.
“Mesmo com a não comprovação do estupro através do exame, a condenação do meu filho foi mantida com base apenas em características físicas (supostamente altura, cor da pele e roupa)”, disse a mãe.
A mãe de Otávio divulgou duas imagens; a do filho e a do suposto estuprador, flagrada por uma câmera de segurança. Para Maria e o restante da família, as características são claras e mostram que quem pilota a moto não é Otávio.
“O fato dele ser negro, não quer dizer que ele é bandido. Infelizmente você vê que a pessoa, pela cor da pele, ela é condenada mais rápido, então eu senti um pouquinho disso no processo do meu filho. É uma revolta, uma indignação que eu tenho”, disse Maria Alves.
A mãe finaliza pedindo que algo seja feito e conta o porquê a polícia acredita que Otávio é a mesma pessoa que estava com a moto usada para cometer os crimes:
“O meu filho vendeu uma moto para um rapaz, esse rapaz comprou essa moto que estava na frente da loja do Otávio, uma loja de celulares. Esse homem perguntou quanto era a moto, foi embora e em seguida voltou com uma quantia em dinheiro faltando quinhentos reais. Ele ofereceu o dinheiro para o Otávio em troca da moto, e no momento em que fosse fazer a transferência de nome do veículo, pagaria o valor em falta. Otávio aceitou o valor e o homem foi embora e não voltou. Foi a partir daí que os crimes começaram a ser cometidos com o uso do veículo”, completou a mãe de Otávio.
Assista o vídeo do depoimento da mãe na íntegra:
Reportagem: Leonardo Chavez