“Os números são perversos”, diz a coordenadora de integração de políticas para mulheres do Governo do Estado
Pelo fim da violência contra mulher, este é o grande objetivo das mobilizações em torno da campanha os “16 Dias de Ativismo”, encabeçada pela Organização das Nações Unidas (ONU) ao redor do mundo.
No Brasil, a campanha é realizada desde 2003 e no Pará entrou para o calendário oficial do Governo do Estado depois que o Governador Simão Jatene sancionou a lei nº 8.293, em setembro de 2015.
Este ano a campanha tem como tema: “Empodera, mulher negra, empodera”, em virtude das estatísticas. Segundo a Coordenadora de Integração de Políticas públicas para as Mulheres, Maria Trindade, 65,3% das vítimas de feminicídio no Pará em 2016, foram mulheres negras.
Ela também revelou dados do levantamento do serviço Disque 180, que apontam que de 140 mil ligações no ano passado, 61% foram relatos de violência praticados contra mulheres negras. Para a coordenadora, os números evidenciam que a combinação de preconceito racial e de gênero é perversa.
“As mulheres negras são hoje as maiores vítimas. Então é necessário que a sociedade tome consciência e se mobilize. Os 16 Dias de Ativismo é uma campanha de massa que busca orientar de forma preventiva e educativa”, esclarece Maria.
Maria Trindade participou de uma roda de conversa realizada na noite desta quarta-feira (22), no Centro de Desenvolvimento Cultural em Parauapebas (CDC), que buscou levantar questionamentos e acima de tudo esclarecer sobre o papel da sociedade no enfrentamento da violência contra mulher.
“Buscamos que todos, de forma individual ou coletiva, desenvolvam algum tipo de ação de enfrentamento a este tipo de violência. Seja, na sua casa, na sua comunidade, em seu meio social. Enfim, é necessário que a sociedade ponha um fim a toda e qualquer tipo de violência praticada contra as mulheres”, conclui a coordenadora.
Reportagem: Anne Costa / Da Redação do Portal Pebinha de Açúcar