Qual o “mistério” entre ser um dos três mais importantes do Brasil e, paralelamente, ser invisível para este mesmo Brasil? Por que razão Parauapebas produz tantas riquezas e sustenta a balança comercial do país, mas, como troco, nem migalhas recebe da federação? É justo que a população de uma das regiões mais ricas da nação padeça com esgoto a céu aberto, doenças do século passado, taxa altíssima de assassinatos e crescimento do desemprego e da pobreza na periferia?
Para acabar com o que ele chama de “desordem e desprogresso”, o candidato a deputado federal Frank James (PRTB), de Parauapebas, esboçou um plano para nortear as políticas públicas fundamentais que a microrregião carece.
Nesta segunda-feira (24), o candidato começou a gravar vídeos para as redes sociais por meio dos quais vai expor suas ideias visando melhorar a qualidade de vida da população de Parauapebas e do entorno, onde vivem aproximadamente 318 mil habitantes, entre eles 239 mil eleitores. Parauapebas sozinho possui 203 mil residentes e 156 mil eleitores.
“Quero dialogar com as pessoas sobre suas necessidades”, anuncia Frank. E quais as necessidades? Ele explica. “Muitas. Nem parece que moramos numa das regiões mais ricas do país, porque falta tudo para nós, desde serviços sociais básicos, como saneamento, até equipamentos públicos, como creches”, lembra o candidato, chamando atenção para a destacada ausência de órgãos públicos em Parauapebas para ajudar a resolver a vida do cidadão, como uma delegacia da Receita Federal, por exemplo.
“É um absurdo”, dispara Frank James, observando que, pelos dados do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, Parauapebas é o 2º município que mais dá lucro ao Brasil. De cada R$ 10 de saldo na balança comercial brasileira este ano, R$ 1 saiu das costas do município. “E o que temos em troca? O esquecimento por parte do governo federal, que só quer lucrar à custa dos recursos do município e se aproveita da lacuna política que há por aqui, devido ao fato de não termos representante na Câmara dos Deputados para lutar por nossos direitos”.
Repensar a região – Para Frank James, é preciso mudar o modelo de pensar e atribuir valor à região. O discurso da riqueza, segundo ele, está à margem das pessoas que moram nas periferias. Números de julho deste ano do Ministério do Desenvolvimento Social (MDS) revelam que a microrregião de Parauapebas tem 143 mil pessoas vivendo em lares com menos da metade de um salário mínimo por mês. Só em Parauapebas são 74 mil. “A região é rica, sim, mas a riqueza é invisível para a população. Uma das regiões mais ricas do Brasil está atolada em desemprego e de pessoas que, neste momento, podem estar passando fome”, lamenta.
“Pretendo criar medidas para minimizar essas desigualdades”, promete o candidato. Para ele, é preciso fortalecer e adensar as cadeias produtivas que são subutilizadas na região. “Cadê o polo joalheiro? Cadê o polo universitário? Uma cadeia de gemas e joias, recursos abundantes em nossa região, teria potencial para gerar até 30 mil empregos se levada como prioridade. Uma estrutura universitária, no modelo que a vizinha Marabá já possui, movimentaria fácil em Parauapebas R$ 100 milhões por ano e atrairia estudantes de vários lugares”, analisa.
Segundo o candidato, é preciso tentar enxergar além das entrelinhas, já que a economia de Parauapebas é baseada na exportação de minério de ferro, que é precificado e manipulado pelo mercado internacional. “Não podemos continuar sem representatividade no parlamento federal, e eu quero ser o vetor de mudança de que nossa região precisa”, encerra.