A bioeconomia desponta como alternativa para o desenvolvimento sustentável da Amazônia. Esse movimento se reflete na recente Estratégia Nacional de Bioeconomia, que reforça a importância de modelos produtivos sustentáveis, como os Sistemas Agroflorestais (SAFs), e nos recentes princípios de Alto Nível sobre bioeconomia estabelecidos no G20 – fórum formado por 19 países, além da União Africana e da União Europeia. O setor privado acompanha essa transformação. Em 2023, o Fundo Vale, por exemplo, destinou mais de R$ 74 milhões para iniciativas socioambientais, um crescimento expressivo de quase 30% em relação ao ano anterior.
Empreendimentos voltados para o desenvolvimento das economias locais e a conservação do meio ambiente tem mostrado sua força com impacto direto na vida de milhares de amazônidas. Nos últimos 15 anos, o Fundo Vale já investiu R$ 360 milhões na Amazônia e em outros biomas, potencializando uma nova economia, sustentável, justa e inclusiva que valorize a floresta em pé. Ao longo desse período, 120 iniciativas promoveram mudanças em 17 cadeias produtivas como do cacau e açaí, beneficiando direta e indiretamente mais de 41 mil pessoas.
De acordo com dados do último relatório do Fundo Vale, em 2023, do total de 170 negócios apoiados pela entidade no Brasil, 54 estão no Pará. Ao todo, as iniciativas apoiadas no Estado atuam em mais de 10 cadeias de valor e impactam cerca de 20 mil pessoas.
SAF – alternativa de desenvolvimento
Dentro deste cenário de desenvolvimento de forma sustentável, é preciso também reflorestar e proteger a floresta em pé. Nessa perspectiva, o Fundo Vale é responsável pela implementação da Meta Florestal, compromisso de sua mantenedora de proteger e recuperar 500 mil hectares de área até 2030, alinhado aos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável da ONU. Com o objetivo de atingir 100 mil hectares de recuperação por meio de negócios sustentáveis, o Fundo tem apoiado empresas e startups que desenvolvem modelos mais sustentáveis, como os Sistemas Agroflorestais (SAFs).
A Belterra Agroflorestas é uma das principais expoentes dessa estratégia. A startup de recuperação de áreas nasceu com apoio do Fundo Vale com a missão de promover o desenvolvimento sustentável na agricultura. A empresa envolve também pequenos e médios proprietários de terra para produzir por meio de parceria em áreas com potencial de serem recuperadas e, assim, tirarem a sua renda de forma a não derrubarem florestas.
Segundo levantamentos da Belterra, enquanto a pecuária gera uma renda de R$ 150 por hectare, o cultivo de algumas culturas pode representar uma receita de cinco a dez vezes maior para o proprietário – inclusive por meio de créditos de carbono. Resultado: a Belterra floresceu. Hoje, a empresa tem operações nos estados do Pará, Bahia, Mato Grosso, Rondônia, Piauí e Minas Gerais e já possui sob gestão cerca de quatro mil hectares de agroflorestas nessas regiões. Além disso, auxiliou na preservação de 30 mil hectares. No total acumulado entre o início de 2020 e maio de 2024, o Fundo Vale foi responsável (de maneira direta ou indireta) por quase 14 mil hectares – praticamente 15% do total que a Vale se comprometeu a recuperar.
No que se refere à proteção, a empresa há 40 anos apoia a conservação da Amazônia desde a implantação do projeto Grande Carajás. Hoje, por imagens de satélites, é possível comprovar que apenas a área protegida pelo ICMBio com o apoio da companhia mantém-se em pé nesta região da bacia do Itacaiúnas (PA). São mais de 800 mil hectares, que formam o conjunto de seis unidades de conservação de Carajás.
Para proteger essa área, uma equipe de guardas florestais mantida pela empresa desempenha um papel fundamental. O time de guardas já fez mais de 14 mil patrulhamentos nos últimos três anos. A área percorrida de carro nesse período nos patrulhamentos soma mais de 2 milhões e 210 mil quilômetros rodados, seria o mesmo que ir e voltar, de Parauapebas até Belém, três vezes por dia de carro. A vigilância é feita também pelo ar e pelos rios e nas ações de combate a focos de incêndio. Entre 2021 e 2023, foram evitadas 422 tentativas de atividades irregulares como garimpo ilegal, caça e pesca predatórias e extração de madeira.
Do conjunto das seis unidades de conservação de Carajás, cujo tamanho equivale a mais de 800 mil campos de futebol ou sete vezes o tamanho da cidade de Belém, as operações minerárias ocupam cerca de 2%. De suas minas localizadas na Floresta Nacional de Carajás, no Pará, boa parte do total de produção da Vale. No Brasil, o minério de ferro extraído pela companhia representou em torno de 10% de todas as exportações brasileiras em 2023, gerando receitas da ordem de R$ 158 bilhões ao país.
Tecnologia em favor da sustentabilidade dentro e fora das operações
Ao longo também dessas quatro décadas de atuação da mineradora na região, a tecnologia adotada vem sendo uma aliada na sustentabilidade. Com a experiência adquirida no projeto Grande Carajás, em Parauapebas, foi implantada a Unidade Carajás Serra Sul (S11D), no município de Canaã dos Carajás, no ano de 2016. Por lá, o sistema de produção envolve escavadeiras elétricas, correias transportadoras e britadores móveis, o que reduziu, por exemplo, a quantidade de caminhões fora de estrada. Também o processo de beneficiamento do minério de ferro é feito total a umidade natural, sem o uso de água e barragens.
Quando comparada a uma mina convencional, que utiliza água no processo de mineração e onde predomina o uso de caminhões fora de estrada, as tecnologias adotadas na operação da Vale no Pará permitem ganhos ambientais significativos, como a redução em 95% do consumo de água, 73% em relação a consumo de energia e uma redução da emissão de gases do efeito estufa em cerca de 40% no S11D.
Paralelo a atividade mineral, os controles ambientais dentro das operações também são fundamentais. A empresa implantou um Centro de Controle Ambiental (CCA). Com a nova estrutura e adoção de novas tecnologias, como sensores de monitoramento, tecnologia de transmissão de dados e imagens em tempo real e câmeras de alta resolução, houve incremento no monitoramento, além das medições convencionais realizadas em campo. São mais de 260 equipamentos. A implantação permite o acompanhamento online de parâmetros ambientais nas unidades da Vale.
Aliado a isso, também, o processo de recuperação de áreas mineradas é imprescindível e faz parte da atividade paralelo ao seu avanço. Nesse sentido, a atuação da mineradora envolve a revegetação de taludes e o reflorestamento em áreas de compensação ambiental. Grande parte das sementes utilizadas nesse processo de recuperação conta com o trabalho dos coletores da Cooperativa dos Extrativistas da Flona de Carajás (Coex). Nos últimos cinco anos (2019 a 2023), foram coletadas mais de 22 toneladas de sementes de 120 espécies diferentes, o que gerou mais de R$ 4 milhões em renda a cerca de 40 famílias que integram a cooperativa.
Iniciativas que buscam conciliar o desenvolvimento econômico com a conservação ambiental da Amazônia, esse bioma com maior biodiversidade do mundo e com papel fundamental para a sobrevivência no planeta. Ações que estão diretamente conectadas aos esforços globais contra as mudanças climáticas e com o desenvolvimento econômico sustentável do Pará, que será o palco central dessa discussão com a realização da COP 30, em Belém, em novembro de 2025.
Sobre o G20
G20 é um fórum formado por 19 países, além da União Africana e da União Europeia, voltado cooperação econômica internacional, que tem como objetivo debater temas para o fortalecimento da economia internacional e desenvolvimento socioeconômico global.
Números da Vale no Pará
– Em termos de desembolso, foram R$ 126,5 bilhões destinados pela Vale ao Pará voltados para custeio da manutenção de suas operações e investimentos nos últimos cinco anos (2019 a 2023);
– No Pará, a empresa emprega cerca de 18 mil trabalhadores próprios e gera mais de 48 mil empregos terceirizados;
– Em termos de arrecadação, somam R$ 25,9 bilhões (2019 a 2023) repassados aos municípios, Estado e União considerando apenas ICMS, ISS, CFEM e TFRM;
– Também de 2019 a 2023, a Vale desembolsou no Pará o total de R$ 3,7 bilhões em dispêndios sociais e ambientais no território;
– Nos últimos cinco anos (2019 a 2023), o total de 43 bilhões foram investidos em compras com fornecedores locais (empresas com matriz e filial no Pará);