Com o objetivo de equilibrar as contas do país em pouco tempo, a equipe de Paulo Guedes, o ministro da Economia, tem cogitado uma série de mudanças que incluem, além da previdência, o salário mínimo. Uma das ideias é corrigir o valor anual utilizando apenas a inflação como base. A medida tem potencial de economia de R$ 330 bilhões em 10 anos.
A política atual de correção do salário mínimo usa a seguinte fórmula: o PIB de dois anos antes + a inflação do ano anterior. Com a nova proposta, o reajuste levaria em conta apenas o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC).
Por que o reajuste do salário mínimo afeta tanto a economia?
Apesar de parecer pouco, o reajuste de cada real do mínimo tem um impacto grande para a economia do país. Isso acontece porque ele é utilizado como base para o pagamento de aposentadorias e pensões pagas pelo governo.
De acordo com a BBC News, mais da metade dos benefícios pagos pelo INSS correspondem ao salário mínimo, que corresponde ao chamado piso previdenciário. São mais de 22,5 milhões de pessoas recebendo o valor, o que significa, em uma conta simples, que cada R$ 1 acrescido pesa, na verdade, muitos milhões a mais para os cofres públicos.
Política muda no ano que vem
A regra atual, que foi adotada em 2008 e formalizada no governo Dilma, vale até 2020. Até lá, o governo atual deverá decidir qual será a fórmula adotada. Por enquanto não há nenhuma certeza a respeito do tema, mas acredita-se que essa proposta será uma das principais a serem consideradas. Na prática, isso significa que o valor recebido não terá nenhum ganho real, apenas a correção correspondente à inflação do período.