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Hepatites virais: No primeiro semestre já foram registrados 16 casos da hepatite B e 6 da C

Milka Régia concedeu entrevista ao Portal Pebinha de Açúcar

Sendo um grave problema de saúde pública no Brasil e no mundo, as hepatites virais são infecções que atingem o fígado, causando alterações leves, moderadas ou graves. Na maioria das vezes são infecções silenciosas, ou seja, não apresentam sintomas. Entretanto, quando presentes, elas podem se manifestar como: cansaço, febre, mal-estar, tontura, enjoo, vômitos, dor abdominal, pele e olhos amarelados, urina escura e fezes claras.

O impacto dessas infecções acarreta aproximadamente 1,4 milhões de mortes anualmente no mundo , seja por infecção aguda, câncer hepático ou cirrose associada às hepatites. A taxa de mortalidade da hepatite C, por exemplo, pode ser comparada às do HIV e tuberculose.

No Brasil, as hepatites virais mais comuns são causadas pelos vírus A, B e C. Existem ainda, com menor frequência, o vírus da hepatite D (mais comum na região Norte do país) e o vírus da hepatite E, que é menos comum no Brasil, sendo encontrado com maior facilidade na África e na Ásia.

De acordo com informações do Centro de Testagem e Aconselhamento de Parauapebas (CTA), o monitoramento desta infecção começou a ser feito em 2013, em cujo ano, foram detectados 27 casos de hepatite B e 6 casos de hepatite C. Em 2014 o número de casos da hepatite B subiu para 38, enquanto a hepatite C dobrava o número de casos para 12.

Em 2015, o número de casos da hepatite B baixou para 27, porém, a hepatite C se manteve com 11 casos. Em 2016 quem subiu o número de casos foi a hepatite B, disparando para 31, e a hepatite C baixou para 8.

No 5º ano de monitoramento, 2017, foram 22 os casos confirmados de hepatite B e 9 do tipo C da infecção. Em 2018 a tipo C disparou, subindo para 26 casos confirmados, já a tipo B subiu para 27.

Crescimento mais expressivo da tipo B ocorreu em 2019 alcançando o pico de 47 casos confirmados, no mesmo ano a tipo C baixou para 20. Ambas as infecções tiveram baixa no ano passado, 2020, quando foram registrados 21 casos da tipo B e 17 casos da tipo C.

Nos primeiros seis meses deste ano 2021, já foram registrados 16 casos da hepatite B e 6 da hepatite C.

De acordo com afirmações de Milka Régia, enfermeira no CTA, as infecções causadas pelos vírus das hepatites B ou C frequentemente se tornam crônicas. Contudo, por nem sempre apresentarem sintomas, grande parte das pessoas desconhecem ter a infecção. Isso faz com que a doença possa evoluir por décadas sem o devido diagnóstico. O avanço da infecção compromete o fígado, sendo causa de fibrose avançada ou de cirrose, que podem levar ao desenvolvimento de câncer e à necessidade de transplante do órgão.

A testagem para saber se a pessoa tem algum tipo de hepatites, bem como o tratamento, está disponível para toda a população na rede pública de saúde, via SUS, e pode ser acessada através do CTA, onde, após feito a testagem com resultado positivo pode ser iniciado o tratamento. “Esse exame já é obrigatório para a gestante no pré-natal, quando, caso seja confirmada a infecção é feito tratamento e realizado protocolo na hora do parto com a sequência de acompanhamento possibilitando que a criança não seja contaminada”, explica Milka Régia, detalhando que, quando a futura mamãe é detectada como positiva para a hepatite, é orientado que, caso tenha um parceiro fixo, este seja convidado para fazer o teste e também receber o tratamento. Caso a gestante declare não ter parceiro fixo, a recomendação é que ela se previna com o uso do preservativo.

Ainda conforme explicado pela enfermeira, é importante que a população procure fazer o exame mesmo que não tenha nenhum sintoma, pois, por se tratar de uma doença silenciosa, poderá ser descoberta ainda no início quando é possível o tratamento. Sendo por exemplo, a hepatite B, que não tenha cura, a vacina contra essa infecção é ofertada de maneira universal e gratuita no SUS, nas Unidades Básicas de Saúde. Já a hepatite C não dispõe de uma vacina que confira proteção. Contudo, há medicamentos que permitem sua CURA.

 

Forma de transmissão e contaminação – Enquanto as pessoas vivem a preocupação com a contaminação por HIV, as hepatites circulam entre elas e com maior possibilidades de contaminação. Milka Régia dá como exemplo o caso de que o vírus HIV não tem vida fora do corpo humano sendo mínima a chance de contaminação por objetos perfurantes / cortantes como, por exemplo, lâminas de barbear, instrumentos de manicures etc., já o vírus da hepatite pode sobreviver fora do corpo humano por vários dias. “Nosso trabalho é constante levando conscientização para quem trabalha ou utiliza os serviços nos salões de beleza”, conta Milka, detalhando que a esterilização dos materiais nos salões precisa ser feita em temperatura superior a 360 graus.

Além do compartilhamento de barbeadores, agulhas, alicates de manicure e outros objetos cortantes ou perfurantes, as hepatites virais podem ser contraídas através do ato sexual, por micro vasos rompidos, que se tornam janelas por onde entram os vírus. “Atualmente, existem testes rápidos para a detecção da infecção pelos vírus B ou C, que estão disponíveis no SUS para toda a população. Todas as pessoas precisam ser testadas pelo menos uma vez na vida para esses tipos de hepatite. Populações mais vulneráveis precisam ser testadas periodicamente”, conclui Milka Régia.

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