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Jovem é executada perto da escola onde estudava em Marabá

A estudante Valéria Cristina Araújo da Silva, de 15 anos, foi executada com três tiros quando chegava à Escola Professor Jonathas Pontes Athias, na Folha 22, Nova Marabá, no início da tarde desta segunda-feira (29).  As primeiras informações acerca do caso é de que a adolescente teria sido alvejada por um ex-namorado, cuja identificação ainda não foi divulgada.

Conforme o major Sales Cabral, da Polícia Militar, que esteve no local do crime, a menor havia sido deixada pelo cunhado em uma rotatória próxima ao colégio e estava seguindo a pé, uniformizada, para o portão da escola. “Fomos informados que um ex-namorado dela chegou aqui mais cedo e aguardou em uma padaria próxima daqui a chegada da jovem. Quando ela chegou ele efetuou os disparos contra ela e seguiu em uma Honda Pop 100 sentido Cidade Nova”, informou o oficial.

Ainda de acordo com ele, guarnições da Polícia Militar e uma equipe da Polícia Civil iniciaram buscas para tentar identificar e localizar o principal suspeito. “A princípio sabemos que ela tem 15 anos, é estudante daqui e infelizmente foi vítima desse crime bárbaro. Estamos tentando identificar o endereço dele e por enquanto não sabemos os detalhes do caso”.

Ele acrescentou que uma amiga da vítima informou aos policiais que atenderam a ocorrência que o homem vinha perseguindo os passos da vítima. “A amiga contou que ele ficava na parada de ônibus tirando fotos dela (vítima) e ela chegou a comentar isso com a amiga. Ela falou que iria mostrar quem era essa pessoa para a amiga, mas até então não tinha apontado ele”, disse.

Uma testemunha, que pediu para ter a identidade resguardada, informou à imprensa que passava pelo local em um mototáxi e ela e o piloto viram o momento em que a jovem foi alvejada. “Ela estava caminhando em direção ao portão da escola quando ele chegou. Ele estava perto dela e quando percebemos já foram os tiros. Ele atirou e ela caiu. A gente foi parando a moto enquanto ele olhou pra ela e deu mais dois tiros, aí ele saiu correndo a pé. Ele estava a pé e dobrou uma rua. Ninguém sabia o que fazer, ela estava no chão”, relatou.

Professora que atua na escola, Josiane Maria de Aguiar foi uma das pessoas a prestarem socorro à vítima. “Na hora dos tiros nós já estávamos dentro da escola e corremos todos para ver o que era. Pelo uniforme identificamos que era aluna da nossa escola e ainda peguei no pulso dela e percebi que ela estava com vida, mas ela não chegou a dizer nada, fiz uma oração e ela morreu em seguida”, comentou. A ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) chegou a ser acionada, mas quando os socorristas chegaram não havia mais o que fazer.

A professora fez um desabafo, ainda, à insegurança que ronda Marabá. “Eu peço que sejam tomadas providências em relação à morte dessa jovem. Não sabemos detalhes acerca da vida pessoal dela. A nossa sociedade precisa de policiamento por que os vigias das escolas não são autorizados a usarem arma e as pessoas não têm temor. É preciso que a próxima gestão faça algo pra sanar a falta de segurança nas portas das escolas como, por exemplo, contratar mesmo a segurança privada. Acho que isso é uma saída”, comentou.

O local do crime foi periciado pela equipe do Centro de Perícias Científicas Renato Chaves que removeu o corpo para o Instituto Médico Legal (IML) de Marabá, onde foi feita a necropsia e se aguardava, ainda ontem, a chegada de uma familiar de Tucumã que receberia o cadáver. O superintendente regional da Polícia Civil, delegado Marcelo Delgado, esteve no local e informou ao Jornal que a primeira linha de investigação aponta para uma execução em decorrência de um relacionamento da vítima, o que configuraria o crime de feminicídio, classificado como hediondo.

SAIBA MAIS

Conforme a Polícia Civil, após o crime ter ocorrido, ainda na tarde desta segunda-feira, começaram a circular em aplicativos de troca de mensagens e redes sociais imagens do atual companheiro da vítima, no entanto o suspeito é um ex-namorado e não o homem que aparece nas fotos divulgadas.

Reportagem: Luciana Marschall com informações de Josseli Carvalho / Grupo Correio de Comunicação

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