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Judoca de Parauapebas entre as esperanças de ouro para o Brasil no Parapan

Um dos principais clubes do país, o Palmeiras tradicionalmente contribui para o esporte brasileiro com atletas que, inclusive, fizeram história no esporte nacional. Entre as diversas convocações ao Pan-Americano ao longo do tempo, o Verdão passou a ter representantes a nível internacional também no paradesporto, sobretudo nos Jogos Parapan-Americanos.

Em 2019, o Alviverde terá dois representantes no Parapan de Lima, no Peru. Ambos judocas: Alana Maldonadocampeã mundial da categoria de peso médio feminino (-70kg) e vice-líder do ranking mundial, e Thiego Marques, promessa do judô paralímpico brasileiro na categoria ligeiro masculino (-60kg) contratado pelo Verdão neste ano.

Fã das artes marciais desde o berço, Alana iniciou a carreira no judô aos quatro anos, sob forte influência da família e principalmente dos avós. No entanto, aos 14, descobriu que era portadora da doença de Stargardt, causadora de perda progressiva da visão central, mas que não afeta a visão periférica do indivíduo.

A judoca compete pela categoria B2 para deficientes visuais (consegue ver vultos e distinguir o formato de uma mão) e, desde sua chegada à Seleção Brasileira, em 2015, ela nunca ficou de fora do pódio em competições internacionais. No Parapan de Toronto, por exemplo, Alana foi medalhista de prata, e não falta empenho à paratleta para a busca do ouro inédito no torneio.

“O Parapan é a competição mais importante do ano. Quero o meu primeiro ouro para ajudar a colocar o Brasil onde ele merece, que é sempre no topo”, declarou a palmeirense, que foi eleita a atleta do ano pelo Comitê Paralímpico Brasileiro em 2018.

Federação Portuguesa de Judô _ Para ficar com o ouro no Mundial Paralímpico de Judô, Alana derrotou a uzbeque Vasila Aliboeva na decisão

Para ficar com o ouro no Mundial Paralímpico de Judô, Alana derrotou a uzbeque Vasila Aliboeva na decisão

Além do título mundial, a paratleta ostenta conquistas importantes desde sua chegada ao Palmeiras, em 2018, como dois ouros no German Open, dois vices-campeonatos da Copa do Mundo IBSA e o bicampeonato do GP Internacional, disputado neste ano em São Paulo. Com 24 anos recém-completados, Alana acumula outras conquista expressivas na carreira, como a medalha de prata nos Jogos Paralímpicos Rio 2016.

A judoca do Verdão estreia nos Jogos Parapan-Americanos de Lima neste domingo (05), em combate com a mexicana Lenia Fabiola Alvarez, algoz nos últimos campeonatos. Em sistema de todas contra todas, Alana ainda terá pela frente mais três adversárias pelo ouro nos pesos médios femininos: Nadia Boggiano (Argentina), Cynthia Simon (EUA) e Christella Garcia (EUA).

“Conheço a maioria das judocas que vão disputar o Parapan. Eu me preparei bastante, não só fisicamente, mas também estudando minhas principais adversárias. Chego a Lima 100% preparada para buscar o primeiro lugar”, completou a judoca.

Thiego, por sua vez, ingressou ao judô alviverde nesta temporada após grandes exibições em torneios universitários e convocação precoce à Seleção Brasileira com apenas 18 anos. O paratleta participa pela primeira vez dos Jogos Parapan-Americanos e vê o torneio como o mais importante da carreira.

“É muito gratificante participar do Parapan principalmente por se assemelhar bastante aos Jogos Paralímpicos. Estive no Japão e a sensação é bastante parecida, seja pela presença de uma vila de atletas, pela reunião da delegação brasileira. Tive contato com gente de esportes que eu não imaginava ter, e todos torcem por todos. Isso faz bastante diferença”, disse.

Divulgação _ Thiego e Alana dividem o tatame no Palmeiras

Thiego e Alana dividem o tatame no Palmeiras

 

Natural de Parauapebas, cidade localizada a 709 quilômetros da capital paraense Belém, o paratleta, atualmente com 20 anos, é portador do albinismo, mutação genética que inibe a produção de melanina, responsável pela cor da pele e dos cabelos. Uma das consequências deste distúrbio é a perda de visão, da qual o judoca conta atualmente com menos de 30% da capacidade. O tema era motivo de bullying na escola durante a infância, e o judô o ajudou a dar a volta por cima por meio do esporte.

Uma de suas grandes referências na concentração do Parapan é o judoca Antônio Tenório, único tetracampeão paralímpico consecutivo da história. O experiente paratleta, atualmente com 48 anos, tem sido um dos “mentores” de Thiego na preparação ao torneio.

“Essa integração com atletas mais experientes é muito proveitosa. Nós dividimos quarto na concentração e ele é uma grande pessoa, além de vencedor. Trocamos muitas palavras, ideias, experiências, dicas de treino, concentração. Conviver com alguém com este currículo é um privilégio para minha carreira”, comentou o palmeirense.

A estreia de Thiego nos Jogos Parapan-Americanos entre os ligeiros masculinos (-60kg) foi neste sábado (24), contra Ronald Hawthorne, dos Estados Unidos, nas quartas de final. O atleta está incluído na categoria B3 para deficientes visuais (capaz de definir imagens).

Brasileiros vencem seis das primeiras sete lutas do judô no Parapan Lima 2019

O Brasil venceu seis das primeiras sete lutas do judô nos Jogos Parapan-Americanos de Lima 2019. Destaque para Giulia Pereira, que venceu seus três primeiros combates, incluindo o duelo nacional com Karla Cardoso. Além dela, Thiego Marques (até 60kg), Karla Cardoso (até 52kg) e Arthur Cavalcante (até 90kg) também já triunfaram.

Palmeiras no Parapan

O primeiro paratleta da história do clube a disputar os Jogos Parapan-Americanos foi Júlio César de Oliveira, em Toronto, no ano de 2015. Na ocasião, o arqueiro ficou na quinta colocação geral do certame e foi o melhor brasileiro nas disputas de tiro com arco.

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