De acordo com dados colhidos no Boletim Informativo da Vigilância em Saúde do Trabalhador, departamento da Secretaria Municipal de Saúde de Parauapebas (Semsa), dos 71 acidentes registrados entre os anos de 2014 a 2018, mais da metade (59%) ocorreram com servidores públicos, este resultado pode ser explicado por vários fatores, como por exemplo: baixo investimento em treinamentos, em equipamentos de proteção individual e em dispositivos de segurança, sobrecarga de trabalho.
A média de idade dos acidentados é de 37 anos, observando-se, em geral, uma maior ocorrência em trabalhadores com idade entre 20 e 39 anos.
Mais da metade dos acidentes registrados ocorreu com técnicos de enfermagem. Esse resultado é o reflexo do trabalho direto desta categoria e do seu número elevado de profissionais. Segundo pesquisa realizada pela FIOCRUZ e o COFEN, 80% dos profissionais da área da saúde são técnicos ou auxiliares de enfermagem.
Quanto à escolaridade, 46% (32) das notificações indicaram o ensino médio como o grau de instrução predominante, este fato está diretamente ligado à tabela 3, pois o ensino médio é o grau de instrução necessário para formação de técnicos e auxiliares de enfermagem.
Em 62% dos casos, o agente causador dos acidentes foi a agulha com lúmen, fato este ligado diretamente ao volume de medicações administradas pelos profissionais da saúde, o que foi demostrado na tabela 3.
A administração de medicamentos foi a causa de 27% (19) dos casos de acidentes, seguida de descarte inadequado 13% (9) e manipulação de caixa com material perfurocortante 13% (9), estes dois últimos itens são preocupantes, pois normalmente ocorrem com profissionais da área de higienização e demonstram falta de treinamento, tanto da parte assistencial como por parte da higienização.
