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Marabá e Parauapebas ‘ganham’ 2.500 desempregados e perdem R$ 20,5 milhões

Um presente de grego ou um abacaxi? Esse é o ganho acumulado no semestre dos dois mais populosos municípios do sudeste paraense, em termos de mercado de trabalho formal com carteira assinada. Marabá, com 1.919 novos desempregados no semestre, e Parauapebas, com 565 recém-demitidos, se veem às voltas com taxas de desemprego galopantes. Os dados para ambos os municípios, bem como para os demais 5.568 espalhados pelo país, foram divulgados nesta quarta-feira (27) pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), por meio do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).

Os números são assustadores, em plena crise financeira nacional. Juntos, os dois municípios tiraram de circulação, em massa salarial, cerca de R$ 20,5 milhões no semestre, com destaque para Marabá, que apresentou os piores resultados de mercado de trabalho da região.

MARABÁ

A eterna “Rainha do Tocantins” está se afundando em desemprego. Ao que parece, as oportunidades de trabalho resolveram dar um tempo de Marabá. O município, que é referência nacional em pecuária e tem uma das prefeituras mais ricas do Brasil, contabiliza 1.919 desempregados entre janeiro e junho deste ano, de acordo com dados do Caged.
O impacto de tanto desemprego se reflete no consumo das famílias e, bem assim, no comércio. É que, com as demissões de trabalhadores com carteira assinada, deixaram de circular no semestre R$ 16,03 milhões na praça. Marabá tem média salarial para recém-contratado de R$ 1.392, de acordo com o Ministério do Trabalho, e, pela primeira vez, superou a média de Parauapebas (R$ 1.309), desde que a série histórica do Caged passou a ser divulgada. Isso se explica pelo fato de que considerável parte das pessoas que ainda encontram emprego preenche vaga de nível superior. Daí, a média salarial da mão de obra mais especializada puxa para cima o rendimento médio, mesmo daquele que é contratado com um salário mínimo.

PARAUAPEBAS

No semestre, 565 pessoas perderam o emprego no município que detém a segunda maior produção de riquezas do Pará. O impacto disso? R$ 4,44 milhões no semestre. Curiosamente, a média salarial de empregados celetistas vem caindo mês a mês, uma vez que as demissões na “Capital do Minério” são mais agressivas entre os trabalhadores de nível superior e com remuneração mais alta. Parauapebas é, hoje, um bolsão de engenheiros desempregados, bem como de profissionais com nível técnico especializado (mineração, segurança do trabalho, enfermagem, por exemplo) demitidos.

A boa notícia é que, nos últimos três meses, Parauapebas parou de demitir e recomeçou a contratar. Ao menos estatisticamente, os números locais sugerem estabilidade. Mas, na leitura analítica dos dados do Caged, é possível verificar que as minguadas carteiras assinadas em Parauapebas se dão para oportunidades nos municípios de Canaã dos Carajás e Curionópolis.

CURIONÓPOLIS

No caminho entre Marabá e Parauapebas, está a estrela da criação de empregos com carteira assinada no Pará. É Curionópolis. A população de lá pode se questionar sobre onde estão os empregos, já que Curionópolis é, em 2016, o município que mais gera oportunidades no Estado. É fácil responder.
Grandes projetos instalados lá contratam mão de obra, discretamente, de outros municípios. Há um deles em que, pelo menos, 70% dos funcionários são de Parauapebas. Mas, mesmo assim, fica registrado como empregado com vínculo em Curionópolis, daí se dizer que o município tem criado vagas, mesmo que não preenchidas por moradores locais.

O saldo é positivo no semestre em 1.186 postos, praticamente um recorde entre todos os 771 da Amazônia. Aliás, Curionópolis está tão bem na foto que é o 26º município brasileiro que mais gera emprego, em meio ao assustador universo de quase 2.500 localidades que só sabem o que é demissão – quesito no qual seus vizinhos Parauapebas e Marabá se incluem.

MAL-ESTAR GERAL
Pará tem o pior junho dos últimos 13 anos

O desemprego massacra e avança no Pará, e em junho 2.100 trabalhadores foram desligados. Esse é o cenário divulgado nesta quarta-feira pelo Ministério do Trabalho. Comércio, serviços e construção civil são os setores que mais demitem. Indústria de transformação e mineração são os que mais contratam, apontam as estatísticas.

Nos primeiros seis meses deste ano, 16.545 paraenses foram eliminados dos postos de trabalho e, entre junho do ano passado e junho deste ano, cerca de 45 mil trabalhadores foram parar no olho da rua. A situação é cruel e segue a mesma toada nacional, com o Brasil eliminando 91 mil postos em junho e aproximadamente 532 mil ao longo deste ano.

Reportagem: André Santos – Colaborador do Portal Pebinha de Açúcar

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