Ato de crueldade choca Bairro, mas, solidariedade da comunidade garante futuro melhor para os animais
Na noite de quinta-feira, (30/01), a comunidade do Bairro da Paz, em Parauapebas, sudeste do Pará, foi abalada por um ato de crueldade que, embora tenha gerado indignação, também acendeu uma chama de solidariedade. Filhotes de cachorro foram descartados dentro de uma sacola plástica, como se fossem lixo, em uma tentativa covarde de privá-los da vida. A cena foi registrada por câmeras de segurança e rapidamente chamou a atenção de moradores.
Foi com o alerta de uma amiga que a empresária e ativista da causa animal, Gislene Martins, se dirigiu ao local e, ao constatar a gravidade da situação, resgatou os pequenos cães, que ainda estavam vivos. Comovida e sem hesitar, Gislene, que já tem três cachorros em casa, não podia deixar aqueles animais jogados na rua, em condições tão desumanas.
“Eu não podia deixar, né? Mesmo já tendo três cachorros em casa, não dava para deixar na rua, jogados daquele jeito”, afirmou Gislene, que, além de socorrer os filhotes, iniciou uma mobilização nas redes sociais em busca de novos lares para eles. A resposta da comunidade foi imediata, e os dois filhotes logo encontraram famílias dispostas a dar-lhes um novo começo.
A cadelinha, a primeira a ser adotada, encontrou um lar amoroso. Theo, o outro filhote, foi adotado por João Augusto, que se emocionou com a história do animal e não escondeu a felicidade pela adoção. “É muito triste ver algo assim, mas fico feliz que ele agora tem uma família. Ele vai ser muito bem tratado”, disse João, que aguardava ansioso pela chegada de Theo à sua nova casa.
No entanto, a história não termina apenas com o resgate dos animais e a adoção bem-sucedida. Gislene, visivelmente indignada com o ato de crueldade, faz questão de destacar a necessidade de responsabilização do criminoso. “A atitude dessa pessoa precisa ser punida. Jogar um animal em uma sacola plástica, amarrada, é uma tentativa de matá-lo. Isso é inaceitável”, comentou. Ela acredita que, com o apoio da comunidade e das autoridades locais, é possível identificar o responsável e fazer com que ele enfrente as consequências de seus atos.
O caso levanta uma reflexão importante sobre a necessidade de conscientização quanto ao tratamento digno dos animais. O Brasil possui legislação severa para punir quem maltrata ou abandona animais, e Gislene destaca que é fundamental que a justiça seja feita. “Essa é uma luta que todos nós devemos abraçar. Precisamos agir para garantir que os direitos dos animais sejam respeitados e que esses crimes não fiquem impunes”, afirmou.
Apesar da crueldade inicial, a solidariedade e o cuidado da comunidade de Parauapebas mostram que, quando se trata de salvar vidas, ainda há esperança. A história desses filhotes é um exemplo claro de como é possível transformar a dor em uma nova chance para quem precisa de amor e cuidado.
A campanha de Gislene continua e, com o apoio de todos, espera-se que o responsável pelo abandono seja identificado e punido. Mais do que nunca, é essencial que a sociedade se una para combater os maus-tratos e garantir que atos como esse não se repitam. A luta pelos direitos dos animais é uma batalha de todos.
O que diz a lei
No Brasil, os maus-tratos contra animais são considerados crimes graves e estão previstos na Lei Federal nº 9.605/98, que trata dos crimes ambientais. De acordo com o artigo 32 dessa lei, é proibido “praticar atos de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais”, com penas que variam de 3 meses a 1 ano de detenção, além de multa. Caso a prática resulte em morte do animal, a pena pode ser aumentada para até 5 anos de reclusão.
Essa legislação reflete a crescente conscientização sobre a necessidade de proteger os animais e garantir seus direitos básicos à vida e ao bem-estar. A pena para quem abandona ou maltrata animais é uma forma de reprimir atitudes cruéis e de promover a responsabilidade de todos na defesa da vida animal. Além disso, a lei estabelece que os autores desses crimes podem ser processados independentemente da intenção de prejudicar, ou seja, tanto ações diretas de violência quanto negligência, como o abandono, são punidas.
Portanto, a sociedade tem o poder de atuar ativamente na denúncia desses crimes. O caso dos filhotes abandonados em Parauapebas serve como um alerta: é fundamental que atitudes como essa sejam combatidas, e que os responsáveis sejam identificados e punidos conforme a legislação. Só assim podemos garantir que os direitos dos animais sejam respeitados e que a crueldade contra eles não seja tolerada.
Reportagem: Hilda Barros | Da redação do Portal Pebinha de Açúcar