Depois de dois anos sem ganhos reais nos reajustes pleiteados na campanha salarial, o Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Extração do Ferro e Metais Básicos do Ouro e Metais Preciosos e de Mineração não Metálicos de Marabá, Parauapebas, Curionópolis e Eldorado do Carajás (Metabase Carajás), já iniciou mais uma campanha em defesa dos seus representados.
Porém, de acordo com a direção do sindicato, em reunião ocorrida na última quarta-feira, 18, a mineradora multinacional Vale ainda não apresentou qualquer contraproposta dos reajustes salariais nem das demais cláusulas econômicas, tido como normalmente o prazo para se fazer estudo e depois apresentar em sindicatos em reunião posterior.
Ainda de acordo com a direção do Metabase Carajás, a mineradora, mais uma vez não sinaliza bons resultados nas negociações. E cita como exemplo o Plano Odontológico em que a Vale pretende deixar de pagar os implantes dentários e os aparelhos ortodônticos.
Como compensação para a descontinuação dos serviços odontológicos a empresa propõe uma indenização doe R$ 800,00. “Com esta proposta indecente a empresa tenta passar o facão num direito em que ela própria se elogiou quando concedeu de estar cuidando da saúde bucal dos trabalhadores, e ainda diante de um momento em que tivemos zero de reajustes nos salários e na PLR”, relata Raimundo Amorim, o Macarrão, presidente do Metabase Carajás.
Outra sinalização negativa nas negociações com a mineradora, segundo o Metabase, é a alteração do benefício em plena vigência do acordo coletivo, desrespeitando a data vigente que é 30 de novembro. O que é tido pela entidade sindical como descumprimento de acordo coletivo que só pode acontecer por um novo acordo ainda a ser assinado. “Deixamos claro para a empresa que não levaremos uma coisa escandalosa dessa para a assembleia dos trabalhadores e que aguardamos resposta para os salários e demais pontos econômicos, como o cartão alimentação, aplicando um reajuste com ganho real, além da manutenção dos direitos e compromisso de uma PLR justa ao desempenho e responsabilidade da categoria, que permite os resultados positivos de produção da empresa”, cobra Macarrão.
O presidente da entidade sindical qualifica a proposta como vergonhosa; e diz recusar prontamente a intenção indecente da mineradora na mesa de negociações, esperando que venha uma proposta mais respeitosa e honesta, nas reuniões que deverão ocorrer nos dias 24 e 25 deste mês, outubro. “Mas se depender da proposta que a empresa nos fez, precisaremos de mobilização e de uma verdadeira guerra para que tenhamos uma proposta global e, sobretudo, de salários que respeite os direitos dos trabalhadores”, conclui Macarrão.
Reportagem: Francesco Costa / Da Redação do Portal Pebinha de Açúcar