Conforme a reportagem antecipou aqui, nesta quinta-feira (20) a mineradora multinacional Vale apresentou seu relatório de produção referente ao 3º trimestre de 2016 (meses de julho, agosto e setembro) e o destaque é o desempenho de Parauapebas e Curionópolis. Juntos, os dois municípios produziram 38,7 milhões de toneladas (Mt) de minério de ferro.
O dado corresponde a 99,4% de certeza em relação ao que foi divulgado pelo Pebinha de Açúcar nesta semana (38,9 Mt, com observação de discrepância por conta da metodologia adotada para se chegar a esse volume), com base em levantamento autônomo do que a mineradora produz.
É sempre bom todo cidadão da região de Carajás ficar atento às ações da Vale porque é ela quem, direta ou indiretamente, mobiliza grande parte dos investimentos e demanda projetos subjacentes com geração de emprego em massa. É ela, também, a responsável por 52,64% da receita das quatro mais ricas prefeituras da região de Carajás (Parauapebas, Marabá, Canaã dos Carajás e Curionópolis). Em breve, um estudo inédito irá destrinchar os impactos da Vale no orçamento dessas prefeituras.
A reportagem acertou também a quantidade total lavrada pela Vale no período de janeiro a setembro deste ano (três semestres cheios): 107,53 Mt. Para se ter ideia da grandiosidade desse volume, basta-se comparar com a produção de todo o ano de 2012. Naquela época, a Vale lavrou 106,79 em 12 meses. Agora, em apenas nove, já superou a produção de quatro anos atrás. Em 2016, a expectativa é de que a mineradora produza entre 142 Mt e 144 Mt do melhor minério de ferro do mundo em Carajás, sendo que 96,5% desse volume vão sair diretamente de Parauapebas, o maior produtor municipal desse tipo de commodity.
O QUE DIZ A EMPRESA
Empolgada com a performance de Carajás no trimestre — e no ano todo —, a Vale confirmou a investidores na manhã de quinta que a produção de Carajás alcançou novo recorde trimestral, ficando 5,9% acima da produção processada entre abril e junho e posicionando-se 14,1% do verificado no 3º trimestre de 2015.
Segundo relatório da empresa, o aumento se deveu, sobretudo, “à melhor performance operacional de mina e usina, como resultado do retorno positivo de diversas iniciativas de aumento da produtividade da frota de transporte; à melhoria na disponibilidade e confiabilidade dos equipamentos; e à maior utilização de processamento a seco”. Para a Vale, tudo isso resultou em otimização do rendimento operacional e ganho de recuperação mássica nas usinas.
No tocante ao projeto S11D, para lavrar minério de ferro na Serra Sul, nos domínios do município de Canaã dos Carajás, a empresa diz que iniciou com êxito o comissionamento. O aguardado “start-up”, que é a operação em si, está previsto para este semestre, provavelmente mês que vem. Será um momento histórico para a Vale e para sua gulodice em extrair mais para vender melhor. O “rump-up” do S11D — que, na prática, implica aumento gradual da lavra — ocorrerá faseado em quatro anos, em vez dos dois anos planejados inicialmente. A carga plena de S11D, de 90 milhões de toneladas por ano (Mtpa) de minério de ferro, será alcançada apenas em 2020.
A multinacional prevê que, com a produção máxima de S11D, a região de Carajás passará a entregar ao mundo 230 Mtpa de ferro. Hoje, o limite dessa oferta é 155 Mtpa.
Em todas as suas operações de minério de ferro, a Vale produziu 92,09 Mt no 3º trimestre e 256,46 Mt em nove meses do ano.
Reportagem: André Santos – Colaborador do Portal Pebinha de Açúcar