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Pela manhã, a cotação do insumo, considerando o minério com teor de 62% de ferro negociado nos portos chineses, recuava 1,5%, para US$ 54,20 a tonelada. Esse é o pior nível desde que a “The Steel Index” segue o comportamento do mercado da matéria-prima e publica os preços,.

Na sexta-feira, a Worldsteel, entidade da indústria mundial do aço, informou que a produção das siderúrgicas que acompanha na China caiu 0,7% em fevereiro, frente a janeiro, para 65,03 milhões de toneladas. Em relatório divulgado ontem, o Bank of America Merrill Lynch (BofA) lembrou que a confiança do mercado em relação a um forte crescimento no mercado chinês é cada vez menor.

Melinda Moore, analista do Standard Bank, disse ao Valor que algumas produtoras locais já tentam reduzir o uso de capacidade para tentar segurar ou elevar preços do aço. Esse movimento das maiores compradoras do minério reduz ainda mais a demanda pela commodity, em um momento de oferta em alta.

Em relatório, o banco Jefferies projeta em 160 milhões de toneladas a adição total de capacidade das mineradoras entre este ano e o próximo. A equipe dos analistas Seth Rosenfeld e Christopher LaFemina lembram ainda que as preocupações ambientais do governo da China podem reduzir ainda mais a procura pelo minério.

Bruno Rezende, da Tendências Consultoria, lembra que o fornecimento do insumo não arrefece, em partes, porque as minas chinesas de maior custo não fecham no ritmo que era esperado pelo mercado. Uma explicação seria a redução dos gastos com transporte, fruto da desvalorização de outra commodity, o petróleo.

“A China não reage e mantém subsídio às minas menos rentáveis. Isso vai continuar a derreter o preço até ficar, na média do ano, perto de US$ 54”, disse o analista ao Valor. “Hoje, aproximamos das premissas de nosso caso mais pessimista, que vê o patamar perto de US$ 50, o custo do produto vendido no mercado chinês.” Três casas de análise admitiram que a queda pode ser ainda mais acentuada. O Jefferies prevê que no terceiro trimestre esse recorde histórico será atingido – US$ 49 a tonelada. Melinda, do Standard Bank, lembra que o “pior cenário” é de US$ 45 e US$ 50 a tonelada.

Para Rezende, mesmo se as minas que se mantêm com prejuízo operacional na China paralisassem suas atividades, o equilíbrio no mercado seria limitado. “No lado da oferta, as três grandes [ Vale, Rio Tinto e BHP Billiton ] poderiam segurar o preço antes que ele fique por muito tempo abaixo do custo marginal. O preço de US$ 45 seria o mínimo, porque os novos projetos das três, as mais eficientes, têm custo próximo disso.

Reportagem: Valor Econômico/Renato Rostás

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Ei, Psiu! Já viu essas?

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