A “capital do minério” recebeu as equipes do Ministério Público Estadual e o seu grupo de combate ao crime organizado (GAECO) que promoveu a operação “Filisteu” nos meses de maio e junho.
A referida operação ocasionou um verdadeiro “terremoto”, estremecendo os morros que contornam a cidade. Escrevi diversas vezes sobre esses fatos e tive a audácia – ou não – de afirmar que Parauapebas estava morta politicamente e que o ano de 2015 havia acabado. A operação continua e os boatos de prisão do prefeito Valmir Mariano (PSD) e de outros vereadores, além dos três que foram encarcerados foram e ainda são propagados todos os dias pela cidade. Nunca em seus 27 anos de emancipação a “capital do minério” passou por tal situação.
Mas nem tudo está perdido. Em contraposição ao que vem ocorrendo e as permanentes informações negativas, surge o movimento “Muda Parauapebas”, liderado pela classe empresarial da cidade e simpatizantes de vários segmentos que resolveram se unir para tentar mudar os rumos que a “capital do minério” tomou nos últimos anos.
O referido movimento já vem promovendo ações pela cidade, outdoors foram colocados nas principais vias, materiais de divulgação como camisas foram confeccionados e houve comparecimento de centenas de integrantes e simpatizantes em algumas sessões da Câmara Municipal. Seus idealizadores deixam claro que o objetivo é chamar atenção e conscientizar a população para reagir aos desmandos das autoridades públicas da cidade. Seus idealizadores deixam claro também que não há interesse político, promover, por exemplo, um nome para concorrer as próximas eleições, em 2016.
Nas crises e situações difíceis que nascem grandes mudanças e promovem novas posturas e consciências coletivas. É nesse sentido que se espera e se deposita esperanças de alterações do atual cenário que a cidade vive. As eleições do próximo ano serão (ou não) a oportunidade de começar mudar os rumos, talvez, quem sabe, “virar a página”.
Sinceramente espero que o movimento “Muda Parauapebas” consiga realmente criar condições de mudanças e conscientização da sociedade parauapebense, fomentar um levante social em defesa de nossa polis e no combate a corrupção, que parece tomar de conta de um dos municípios mais ricos do Brasil. Será que a tese que defendo: “A maldição dos recursos naturais” pode explicar a crise política? Pobre cidade rica.
• Por: Henrique BRANCO – professor de geografia da rede pública municipal de Parauapebas, atuando também no ensino privado da referida cidade. Especialista em Geografia da Amazônia – Sociedade e Gestão de Recursos Naturais. Escreve diariamente no Blog do BRANCO: http://henriquembranco.blogspot.com.br/
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