O Centro de Perícias Científicas Renato Chaves de Marabá, no sudeste do estado, divulgou a estatística de mortes violentas de necropsias realizadas no órgão em 2013. Em relação ao ano anterior, houve um acréscimo de 6%. Segundo o relatório divulgado na terça-feira (14), as mortes provocadas por acidentes de trânsito e armas de fogo lideraram as estatísticas: foram registrados 1.084 casos, 59 a mais que em 2012.
O pastor Wilson da Silva ainda sofre com a recente perda do filho, Saulo da Silva Pereira, que morreu aos doze anos em um acidente de trânsito. em setembro do ano passado quando o carro, dirigido por um jovem com menos de 18 anos, bateu em um morro no bairro onde Saulo morava. Saulo foi projetado para fora do veículo e o motorista sofre apenas ferimentos leves.
“Não é fácil. Perdi um companheiro, filho, amigo, então isso foi uma dor, uma ferida que a gente não consegue sarar nunca”, lamenta o pastor.
O CPC Renato Chaves em Marabá atende 25 municípios na região sul e sudeste do estado. Eldorado do Carajás e Itupiranga aparecem no relatório com os maiores índices de mortes violentas. O crescimento em Eldorado foi de 78%; em Itupiranga, de 53%.
“Esses números são referentes apensa aos corpos que passaram pelo centro de perícias, a gente não pode dimensionar a parte de violência, isso fica a cargo da Polícia Civil e da Polícia Militar”, explica o gerente regional do CPC Renato Chaves de Marabá, Marcelo Salame.
Para a Comissão de Direitos Humanos de Marabá, o aumento no índice de violência na região está ligado ao tráfico de drogas e o crescimento populacional em áreas de invasão, segundo o advogado Haroldo Teixeira. “Obviamente que isso cria um bolsão de miséria e é um ambiente propício para que a criminalidade aumente em seus índices”.
O subcomandante do CPR2, Márcio Raiol, conta que, para evitar o aumento da violência, policiais estão sendo formados em Marabá e Parauapebas. “As cidades aqui da região têm recebido um aumento populacional muito grande. Para os órgãos de segurança, isso ressalta a necessidade de se fazer um planejamento. É preciso tempo para a formação de policiais”.
Fonte: G1-PA