Um número que já foi expressivo em Parauapebas com instabilidade sempre para mais e para menos. A exemplo disso, o ano de 2015, quando foram contabilizados na estatística oito casos, número que cresceu quase 100% no ano seguinte, indo para 15 casos. No entanto, em 2017, a mesma causa de morte caiu para 10 casos, voltando a subir para 17 em 2018.
De 2019 para cá, quando houveram 11 ocorrências. Se nota queda considerável, já que em 2020 baixou para nove e neste ano, 2021, nos quatro primeiros meses um caso foi registrado. Assim, com essa média, é possível que esta causa de mortes não supere os três casos este ano, o que significa redução significativa.
O número de pessoas do sexo masculino que comete suicídio é disparadamente maior em relação ao do gênero feminino. Em 2015, por exemplo, dos oito casos, cinco foram homens; em 2016, dos 15 que morreram por suicídios, apenas 1 era mulher; em 2017, seis eram homens e quatro mulheres; em 2018, 15 eram homens e apenas duas mulheres; em 2019, dos 11 que cometeram suicídios, oito eram homens e três mulheres; em 2020, seis eram homens e três mulheres; já este ano, o único caso de morte por suicídio registrado no município foi de pessoa do sexo masculino.
O maior número de pessoas que cometem suicídio está entre 25 e 35 anos de idade, com exceção no ano de 2016, quando, dos 15 casos ocorridos, seis foram de pessoas de 15 a 24 anos de idade; os demais, quatro tinham entre 25 e 34 anos, dois entre 35 e 44 anos; dois tinham entre 45 e 54 anos de idade; e um entre 55 e 64 anos.
Raros são os casos de crianças, ou pessoas com menos de 15 anos de idade que cometem suicídio em Parauapebas. Tendo ocorrido apenas nos anos de 2017 e 2018, quando, em ambos, respectivamente, uma pessoa entre 5 e 14 anos morreu desta causa. “A ideia de morte vem após os 12 anos de idade, quando já começa a entender que tipo de ação traz como consequência a morte. Mas, há também o abuso de álcool e droga que, relacionados há um problema psicológico, terminam no desejo e consumação de suicídio”, relata o médico pediatra Dr. Guilherme Vernachi, detalhando ocorrer reações similares que é a automutilação do tipo ficar batendo a cabeça na parede ou engolindo objetos perigosos como, por exemplo, uma pilha.
Pessoas com mais de 65 anos de idade que cometem suicídio também são exceções, tendo ocorrido apenas três nos últimos sete anos, sendo um em 2017, um em 2018 (sendo uma pessoa com mais de 75 anos) e outro em 2020.
Mas, de acordo com especialistas, esses números podem não refletir a realidade do município, já que vários outros casos não são registrados pelas famílias.
SERVIÇO PÚBLICO PREVENTIVO – O município de Parauapebas conta com uma rede complexa para atender às pessoas que estão com sofrimento psíquico, sendo que as Unidades Básicas de Saúde (UBS’s) disponibilizam de psicólogos para esse público, tanto na zona urbana, quanto na rural, onde todos os servidores são capacitados frequentemente para atender as pessoas com transtornos mentais.
A rede é dividida de acordo com o grau de sofrimento de cada pessoa; sendo que as que apresentem transtornos mais graves são atendidas pelo CAPS, enquanto que as leves e moderadas são atendidas nas UBS’s. “O CAPS já faz um trabalho há muito tempo com uma equipe experiente trazendo melhora para a saúde mental das pessoas que, ao melhorar o sofrimento para leve ou moderado voltar a serem acompanhados por psicólogos na UBS de seus respectivos bairros”, orienta o psicólogo Vagner Dias Caldeira, supervisor da rede de atenção psicossocial, mensurando que, aproximadamente uma em cada seis pessoas que cometem suicídio deixam um bilhete que, às vezes, dá pistas para as razões para essa atitude.