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Obras em portos e estradas são medidas emergenciais após acidente na ponte Rio Moju

Foto: Agência Pará

Obras emergenciais em portos de Belém e Barcarena, recuperação de estradas e a realização de um planejamento estratégico, para a retomada do tráfego em sua totalidade na Alça Viária, estão entre as principais medidas anunciadas pelo Governo do Pará após a queda de 268 metros da ponte Rio Moju na madrugada desse sábado (6).

Uma reunião com representantes de diversos órgãos estaduais foi convocada pelo governador Helder Barbalho, na noite de ontem, no gabinete de crise montado no Comando Geral do Corpo de Bombeiros, na capital. O objetivo foi monitorar as ações já executadas e planejar as próximas a serem tomadas nos próximos dias.

A estrutura caiu depois de uma balsa colidir com o oitavo dos 19 pilares de sustentação da ponte. Dois veículos que passavam pelo local teriam caído no rio, segundo informações de uma testemunha. O Corpo de Bombeiros iniciou as buscas na área às 7h da manhã deste sábado e suspendeu as ações por volta de 18h20. Com a ajuda da Capitania dos Portos, mergulhadores realizaram a varredura na área durante todo o dia, mas nem os carros, nem as possíveis vítimas, foram localizadas até o momento. O trabalho foi retomado ao amanhecer deste domingo (7).

“Nossa prioridade é encontrar as vítimas desse acidente. Não estamos medindo esforços nas buscas. Amanhã, às 9h, as embarcações da Capitania dos Portos estarão no local dando suporte às ações dos bombeiros, inclusive com a lancha hidrográfica que possui o equipamento sidescan, um sonar que possibilita a varredura lateral para verificação dos destroços da ponte e de veículos no leito do rio”, informou o governador Helder Barbalho, que também assinou o Decreto de situação de emergência na noite de ontem.

Na reunião, estiveram presentes os titulares das Secretarias de Estado de Desenvolvimento Econômico, Mineração e Energia (Sedeme), Iran Lima, e de Transportes (Setran), Pádua Andrade; o procurador geral do Estado, Ricardo Sefer; além de representantes do Centro de Perícias Científicas Renato Chaves (CPCRC), do Departamento de Trânsito do Pará (Detran), das Polícias Civil e Militar, e das empresas que possuem contrato em execução com o Estado. Na ocasião, foram apresentados os encaminhamentos para as várias ações já determinadas para solucionar os problemas enfrentados pela queda da ponte, que devem custar cerca de R$ 100 milhões.

Obras nos portos – Os serviços de melhoria nos pátios das empresas Bannach e Henvio, ambas no bairro do Guamá, na capital, responsáveis pelo escoamento dos veículos e cargas por meio das balsas de operação do Arapari, serão iniciados na segunda-feira (8). Também estão sendo verificadas alternativas de desafogar esses portos – que já estão funcionando 24h para atender a demanda do transporte de veículos, e já foi aumentado o número de balsas no Porto Arapari, que dispunha de três embarcações e agora dispõe de oito. Devido à grande movimentação de veículos na região, o governador informou que serão acionados, para fazer a segurança na área, policiais militares do 28° Batalhão da PM – Batalhão Águia, que atua exclusivamente por meio de policiamento motociclístico.

Construção de rampas – A gestão estadual fará a construção de rampas nos dois lados da Alça Viária onde ficava a ponte, para ser implantado o serviço de balsa, que contará com uma estrada paralela. O objetivo final é reativar o fluxo da rodovia. De acordo com o governador, as áreas necessitam de desmatamento e abertura de áreas virgens, por isso, é uma medida a ser tomada de forma cautelosa. As empresas contratadas deram o prazo de três meses para a conclusão destes serviços.

“Esse prazo não nos atende, então pedimos que trabalhem 24h e autorizamos a usar todo maquinário necessário. Não devem economizar nos esforços para diminuir esse prazo. O tempo para nós é o mais essencial”, ponderou o governador.

Estrada Quilombola e PA-252 – Uma as alternativas de escoamento do tráfego é a Estrada Quilombola. Para a circulação dos motoristas ocorrer em segurança, foi iniciada a confecção de uma ponte de madeira, junto à prefeitura de Moju. A previsão é que a estrutura, considerada a melhor opção para que a via fique trafegável, fique pronta no máximo em uma semana. A partir de segunda-feira, a estrada passará por manutenção e constante conservação, assim como a PA-252.

A rodovia estadual já passava por obras de pavimentação, mas os órgãos estaduais farão um reforço de manutenção da área que não está pavimentada para que seja mantido o fluxo normal. “As empresas que vão atuar na área estarão trabalhando junto à Polícia Rodoviária Estadual (PRE), Departamento de Trânsito (Detran) e Secretaria de Estado de Transportes (Setran), para que não haja saturação deste fluxo de veículos”, ressaltou Helder Barbalho. A PRE fará ainda a orientação do tráfego nos dois extremos da Estrada Quilombola e da PA-252.

Operação Tapa-buraco – A estrada Perna Sul, também localizada na Alça Viária, receberá ações imediatas de recuperação, visto que é uma alternativa para o tráfego de veículos. A via será sinalizada a partir deste domingo (7), assim como a entrada para o complexo de pontes em Marituba, a rotatória de Barcarena, a PA-252, a Estrada Quilombola e os dois trechos do Arapari.

Investigação – A Polícia Civil iniciou a parte investigativa ainda no sábado. A corporação já ouviu funcionários da empresa que realizava as obras de conservação da ponte, e à noite esteve coletando depoimentos dos envolvidos no incidente que causou queda da ponte – tripulantes e possíveis proprietários da embarcação. O prazo para conclusão do inquérito policial é de 30 dias, quando será possível responsabilizar os causadores do acidente.

O CPC Renato Chaves também esteve no local neste sábado, fazendo a perícia tanto das embarcações quanto das estruturas da ponte como um todo. Na próxima terça-feira (9), a instituição irá apresentar um laudo preliminar com as informações apuradas no local do acidente para subsidiar a ação que a Procuradoria Geral do Estado estará impetrando na Justiça. O laudo final será divulgado em até 15 dias.

A PGE informará ainda todo o encaminhamento do caso ao Ministério Público e, junto com a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas), está verificando a possibilidade de eventuais danos ambientais. A Semas estará acompanhando todas as intervenções para minimizar qualquer impacto ao meio ambiente, seja por meio das obras a serem executadas ou dos resíduos deixados no rio pela embarcação.

Recursos federais – O governador também informou, durante a reunião, que conversou por telefone com os ministros do Desenvolvimento Regional e de Infraestrutura, e o chefe da Casa Civil. A partir do contato estabelecido com o governo federal, Helder Barbalho conseguiu a participação de representantes do Departamento Nacional de Trânsito (Dnit) na reunião que será realizada em Belém neste domingo.

“Estamos unindo esforços para as soluções que estão sendo discutidas. Nós já temos a parte de projetos sendo confeccionada para que possamos rapidamente reconstruir a ponte. Na próxima quarta-feira, teremos o espaço liberado pelo CPC para a remoção dos escombros. Com isso, poderemos também dar navegabilidade a este vão central do Rio Moju, que se encontra interditado. Vejo a necessidade de buscarmos recursos federais para as ações que estamos executando”, explicou Helder.

Hoje, equipes da Semas, da Polícia Civil, do CPC Renato Chaves e do Corpo de Bombeiros estarão in loco levantando mais informações sobre o ocorrido. Uma reunião com toda a equipe envolvida nas ações após do acidente será realizada na sede do Comando Geral do Corpo de Bombeiros, às 18h.

A ponte – O primeiro momento foi de discussão apenas com equipe técnica sobre qual metodologia seria adotada na construção da nova ponte sobre o rio. O chefe do Executivo estadual informou, após ouvir os presentes sobre as opções que o governo teria, que a estrutura será do tipo estaiada. A decisão pelo modelo ocorreu após reunião com a equipe de governo e com o especialista em pontes e análise experimental de estruturas, Pedro Afonso Almeida. “Estamos aqui para ouvir as nossas opções e decidimos a que nos garante segurança e solução mais rápida possível”, ressaltou Helder Barbalho.

Além de considerada economicamente viável, é uma tecnologia moderna e possível de ser concluída com mais agilidade. “O mais importante é corrigir uma situação inadequada. O vão é inadequado para o tipo de navegação que tem aqui, então sempre vai ter colisão se for mantida a mesma distância do vão anterior”, pontou o engenheiro civil.

Serviço de portos – O Porto da Henvil fica na avenida Bernardo Sayão, próximo ao antigo prédio da antiga Companhia de Transportes de Belém (CTBel), atual Semob. Já o Porto da Celte, disponibilizado para o transporte de veículos em balsas, fica também na mesma avenida, mas no perímetro entre a travessa Padre Eutíquio e a avenida José Bonifácio. Ambos espaços estão funcionando 24h por dia.

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Ei, Psiu! Já viu essas?

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