Com milhões de seguidores nas redes sociais, padre Patrick Fernandes se posiciona contra apostas e chama atenção do Congresso Nacional
Parauapebas, no sudeste do Pará, voltou a ganhar destaque no cenário nacional. Desta vez, o motivo é a atuação corajosa do padre Patrick Fernandes, pároco da Paróquia São Sebastião, que recusou propostas de empresas de apostas online para promover jogos do tipo “bets” em seus perfis nas redes sociais. O gesto chamou atenção da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Apostas Esportivas, instalada no Senado Federal, que agora quer ouvi-lo como parte da investigação.
O religioso, que soma mais de 6 milhões de seguidores nas redes sociais e é conhecido por seu carisma e forte presença digital, usou seus canais para revelar que tem recebido diversas propostas de publicidade das plataformas de jogos. No entanto, segundo ele, o apelo financeiro não foi suficiente para comprometer seus princípios.
“Todo momento vêm pessoas aqui falidas, viciadas, tomadas por conta desses joguinhos. Eu sei o estrago que isso está fazendo na vida de tantas pessoas e famílias”, declarou padre Patrick em um de seus vídeos.
A atitude do padre reforçou o debate sobre o papel dos influenciadores digitais — especialmente os ligados a causas sociais ou religiosas — na propagação desse tipo de conteúdo. Sua fala repercutiu fortemente em Brasília, e a senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS), relatora da CPI, protocolou um requerimento para que o padre preste depoimento.
“Queremos ouvir também quem disse não. O depoimento do padre Patrick pode contribuir muito para compreendermos os impactos sociais e psicológicos das apostas online nas comunidades”, afirmou a senadora.
Outro requerimento semelhante foi apresentado pelo presidente da CPI, o senador Dr. Hiran (PP-RR). Ambos os pedidos agora aguardam votação no plenário da comissão.
Influência com responsabilidade
Com atuação firme nas redes sociais e no dia a dia da comunidade católica de Parauapebas, padre Patrick se tornou referência nacional por unir fé, comunicação e posicionamento ético. Sua recusa em aceitar parcerias comerciais com casas de apostas foi recebida com apoio por fiéis e internautas de todo o Brasil, especialmente diante do crescente número de pessoas afetadas pela ludopatia (vício em jogos).
A presença do padre na CPI é vista como uma oportunidade de ampliar o debate sobre os danos provocados pelas apostas online, que vêm se popularizando especialmente entre os jovens, muitas vezes incentivados por criadores de conteúdo que ignoram os riscos envolvidos.
Parauapebas na pauta nacional
Com esse novo capítulo, o município de Parauapebas, frequentemente lembrado por sua força econômica e atividade mineral, ganha agora projeção positiva graças à firmeza de um de seus líderes religiosos.
A eventual participação do padre Patrick na CPI das Apostas promete ampliar a visibilidade de temas sensíveis para a sociedade, como saúde mental, proteção de consumidores e responsabilidade digital.
A cidade assiste com orgulho a esse momento, na expectativa de que sua voz ecoe, mais uma vez, para além das fronteiras do Pará — desta vez, em defesa da ética e da dignidade humana.