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Padre Patrick relata “fundo do poço” da depressão

Serenidade, mansidão, brandura, essas são algumas características que a sociedade tende a dar aos padres, que muitas das vezes são vistos como “super-heróis”. Mas será que é isso mesmo?

Especialistas têm criticado o ambiente tóxico da igreja e trazem a reflexão de que os sacerdotes são pessoas normais: adoecem, ficam tristes, estressados, têm depressão e podem encontrar o fundo do poço. Não há fé que os proteja disso.

Um exemplo entre muitos é Patrick Fernandes, de 35 anos. Em 2019, o padre apresentou sintomas da depressão. Não tinha vontade de fazer nada, mal queria sair da cama. Emagreceu e passou a descuidar da própria aparência.

Patrick não conseguia se concentrar nas atividades da Paróquia São Sebastião, em Parauapebas, sudeste do Pará, onde vive. Começou a faltar a compromissos e inventar desculpas para ficar cada vez mais isolado. “O que eu mais gostava era chegar em casa e ir para o quarto, torcendo para que não houvesse amanhã. Assim, não precisaria enfrentar tudo de novo”, contou.

Uma psicóloga que frequentava a paróquia notou que Patrick não estava bem e ofereceu ajuda, mas o padre não aceitou, pois só queria ficar cada vez mais afastado das pessoas.

O sacerdote só resolveu fazer algo após o que define como “a noite mais longa” de sua vida. “A dor chegou com muita força”, disse o padre.

Conversou com a psicóloga e reagiu. Recebeu o diagnóstico de depressão de um psiquiatra, começou a fazer terapia e a usar medicamentos.

Não há muitas pesquisas recentes que investiguem a saúde mental de padres, principalmente no Brasil. Até existem cientistas e líderes religiosos que escrevem artigos ou livros sobre o tema, mas com limitações.

A CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), por exemplo, disse que se preocupa com o tema e há um estudo em andamento, mas não detalhou data de divulgação ou a motivação por trás do trabalho.

Ana Maria Rossi, psicóloga e presidente do Isma (Associação Internacional de Gerenciamento de Estresse) Brasil, resolveu estudar o assunto no país em 2008. O foco era entender as profissões que mais causavam estresse entre os brasileiros. Quando resolveu incluir padres e freiras, encontrou muitos obstáculos.

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