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PARAUAPEBAS 33 ANOS: Zé Dudu, o pioneiro que se preocupa com o futuro da cidade

José Eduardo Ferreira do Vale nasceu em 6 de agosto de 1965 em Ceres (GO), mas foi criado em Anápolis, a segunda maior cidade do estado de Goiás até adolescência e ainda bem jovem, com apenas 18 anos, em 1984, a família dele mudou-se para Parauapebas (PA). “Já na puberdade fui apelidado de Zé Dudu por um amigo e esse apelido pegou. Hoje, somente os que me conheceram no início de Parauapebas sabem quem é José Eduardo”, revela.

O pai dele, o pecuarista José Rodrigues do Vale, morreu há 10 anos em Parauapebas, após lutar contra o câncer, e a mãe, dona Irene Ferreira do Vale, faleceu há 12 anos, também de um câncer. “A diferença do dela para o do papai é que o dela foi descoberto tardiamente, além de ser muito mais agressivo. Ela faleceu pouco mais de 75 dias após o diagnóstico”, comentou.

Zé Dudu é muito bem informado e o seu Blog é um dos mais lidos do Pará

 

Zé Dudu tem mais três irmãos: Josirene Lúcia, Virgílio José e João Vicente, conhecido por Branco da White.
Com pouco mais de um ano morando em Parauapebas, ou seja, em 1985, Zé Dudu conheceu sua esposa, Iris Santana do Vale, e o casal tem 3 filhos: Anna Carolina, Anna Clara e o caçula, Neto, que tem o nome do pai dele. “Ainda não tenho netos”, disse ele, sorrindo.

Zé Dudu e sua grande paixão: a esposa Íris

 

Como foi sua infância e adolescência?
Normal, como de todo moleque daquela geração. Estudava, brincava e me relacionava com amigos e vizinhos, coisa que é difícil de ver nas crianças de hoje. Comecei a trabalhar com 15 anos, na adolescência, em uma imobiliária. Aos 18 anos, quando deixei o emprego para vir para o Pará, já era gerente da empresa.

O que e onde estudou?
Não tenho formação superior. Fiz todos os meus estudos em duas escolas de Anápolis. O Educandário Cândido Ambrósio de Lima e o Colégio São Francisco de Assis.

Quando você chegou aqui e por que a família resolveu vim morar em Parauapebas? A ideia foi de seu pai?
Cheguei em março de 1984. Meu tio, que já morava no Pará há 2 anos arrumou uma terra pra o meu pai comprar aqui em Parauapebas. Pra não deixá-lo vir só, eu deixei o emprego e resolvi vir com ele.

Como era o nome da fazenda de vocês e conte um pouco da história da Serraria.
Fazenda JR. Mas quando viemos pra cá montamos um comércio atacado de secos e molhados. Passados alguns anos fechamos as portas. Daí montei um pet shop, depois uma banca do jogo do bicho. Posteriormente trabalhei no Fórum de Parauapebas por quase 3 anos. Depois comprei a Serraria do Luciano Sartório, que funcionou até quando o Ibama deixou.

Como foi a participação de sua família no Movimento pela Emancipação Política e Administrativa da cidade?
Nossa família nunca havia mexido com política, mas participamos da emancipação política de Parauapebas, assim como a maioria dos moradores à época. Nossa participação foi mais financeira, facilitando a logística para que a coisa acontecesse.

Quais os momentos mais importantes da sua vida?
Certamente os momentos mais importantes da vida de um homem casado são quando nascem as crias, que transformam nossa vida.

Quais as lembranças que o você tem de Parauapebas do passado?
Quando cheguei aqui havia apenas algumas ruas, de barro. Havia muita poeira e muita gente. Na implantação do Projeto Carajás havia cerca de 35 mil habitantes, a maioria trabalhava na Serra dos Carajás e passava a folga em Parauapebas. Naquela época todos se conheciam pelo nome, sabiam em que o outro trabalhava. Hoje saio às ruas e conheço muito pouca gente.

Como surgiu o Blog do Zé Dudu?
O www.zedudu.com.br surgiu de um comentário que fiz no Blog do Waldir, que foi moderado. Questionei com ele o motivo da moderação e, então, resolvi dar início no meu. Isso em 2008.

Um momento histórico: o saudoso jornalista e escritor PC Reis com os amigos Marcel Nogueira, Waldir Silva, Zé Dudu, Cláudio Feitosa e Demerval Moreno

 

O que representa Parauapebas para você?
Parauapebas é uma cidade que aprendi a gostar. No início, assim como a maioria dos que aqui estavam há mais de 30 anos, a ideia era passar uns 10 anos, ganhar um bom dinheiro e voltar para Goiás. Mas, como diz a música do paraense Nilson Chaves, “E eu fui que fui ficando…” Aqui criei família e pretendo ficar por muitos anos. Posso afirmar que do local de onde eu vim, não teria a oportunidade que essa cidade me ofertou.

O que pensa sobre o futuro de Parauapebas?
Diferente de outras cidades jovens como a nossa, Parauapebas é hoje uma cidade rica. Mas é preciso que nossos governantes pensem Parauapebas para quando o minério acabar. Não podemos ficar totalmente dependentes da mineração, que é finita. É preciso pensar em criar aqui, quem sabe, um polo educacional, um polo leiteiro, investir no turismo, trazer indústrias … Criar novas alternativas de geração de emprego e renda. Se hoje temos recursos suficientes para bancar essa máquina, quando o minério findar e os royalties minguarem, o município não se sustentará financeiramente. O município hoje é pujante e progressista, mas é preciso usar parte desse recurso para garantir o futuro dele.

Zé Dudu e os amigos Laércio de Castro e Lima Rodrigues

 

Por ter chegado por aqui com apenas 18 anos, ter contribuído com o desenvolvimento econômico do município, por amar esta cidade e por se preocupar com o futuro de Parauapebas, Zé Dudu é o nosso homenageado de hoje no Projeto Entrevistas com Pioneiros.

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