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Parauapebas amarga queda de R$ 140 milhões na arrecadação: Governo Aurélio enfrenta cenário desafiador

Município vive o pior início de ano em receita desde 2019; comparativo com a gestão Darci Lermen expõe queda de desempenho e pressão nas contas públicas

Nos quatro primeiros meses de 2025, a Prefeitura de Parauapebas viu sua arrecadação despencar, acumulando um déficit de aproximadamente R$ 140 milhões em relação ao que era esperado após correção inflacionária. A crise de receitas já é considerada a maior da década para o município, colocando o governo do atual prefeito Aurélio Goiano diante de um cenário financeiro desafiador.

De janeiro a abril, Parauapebas arrecadou R$ 755,78 milhões em receita líquida, bem abaixo dos R$ 895,42 milhões necessários para manter o poder de compra em relação a 2024. Só no comparativo nominal, a queda foi de R$ 98,38 milhões frente aos R$ 854,17 milhões arrecadados no mesmo período do ano passado, último quadrimestre completo da gestão Darci Lermen.

Se considerada a correção pela inflação, a frustração de receitas é ainda mais significativa, com um “buraco” de R$ 139,64 milhões. Para se ter uma ideia da dimensão do impacto, esse valor equivale a quase todo o orçamento anual da Secretaria Municipal de Urbanismo (Semurb).

Do auge à crise: a comparação entre gestões

Durante o governo Darci Lermen, Parauapebas manteve níveis de arrecadação robustos, mesmo com oscilações naturais do mercado mineral. Em 2021, por exemplo, o município atingiu o maior pico de arrecadação em um mês de abril, com R$ 199,23 milhões em receitas líquidas. No ano seguinte, 2022, a receita foi de R$ 187,1 milhões, e em 2023 registrou-se uma queda para R$ 162,26 milhões. Ainda assim, em 2024 — último ano da gestão Darci — houve uma recuperação, alcançando R$ 186,38 milhões no mês de abril.

Já em 2025, sob a gestão de Aurélio Goiano, o mês de abril registrou apenas R$ 151,69 milhões, o pior desempenho para este mês desde 2019, quando a arrecadação ficou em R$ 111,74 milhões. Em termos práticos, o governo atual iniciou o ano em uma curva descendente mês a mês, sinalizando um enfraquecimento das receitas municipais.

Causas da retração: Cfem e ICMS no centro da crise

Duas principais fontes de receita explicam grande parte dessa queda: a Compensação Financeira pela Exploração Mineral (Cfem) e o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). A Cfem, conhecida como royalty da mineração, sofreu retração devido à diminuição da produção de minério de ferro em Parauapebas, já que a mineradora Vale tem priorizado operações em Canaã dos Carajás.

Por outro lado, a fatia de ICMS destinada ao município foi impactada por mudanças nos critérios de divisão promovidas pelo Governo do Estado do Pará, afetando diretamente a arrecadação local. O resultado é um duplo golpe no orçamento municipal, sem perspectivas de recuperação imediata.

Herança maldita e desafios do governo Aurélio

Além da queda na arrecadação, a gestão de Aurélio Goiano precisou lidar, logo no início do mandato, com uma pesada “herança maldita”. Problemas antigos, como ruas esburacadas em praticamente todos os bairros, unidades de saúde em situação precária e deficiências na educação, vieram à tona exigindo ações urgentes.

Apesar das dificuldades financeiras e da frustração de receitas, o atual governo tem buscado alternativas para reverter esse cenário e já começa a apresentar resultados. Obras de recuperação de vias, ampliação de atendimentos na saúde, investimentos em escolas e melhorias na limpeza urbana são algumas das iniciativas que demonstram a tentativa de virar o jogo, mesmo com os recursos mais escassos.

A missão do atual governo será equilibrar as contas e manter as promessas de campanha em um momento em que as receitas minguam, a inflação pressiona e as demandas sociais só aumentam. O desafio é grande, mas a expectativa da população é que o governo faça a diferença.

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