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PARAUAPEBAS: Cemitérios são palco de homenagens e movimentam economia informal

Eles chegam em grande número; outros vem cedinho para prestar homenagens a pessoas queridas que não estão mais em seu convívio. Amigos ou parentes em qualquer grau, que vão aos cemitérios nesse dia para matar um pouco da saudade e demonstrar seu carinho e amizade através deste gesto.

É assim todos os anos para dona Carla Azevedo, que sempre no dia 2 de novembro, data em que se faz feriado para se solidarizar o Dia de Finados. Ela visita a sepultura do filho que, em sua opinião, partiu cedo demais, vítima de acidente. “Nunca estamos preparados para enterrar um filho. Isso foge da ordem esperada por nós”, reconhece Carla, contando ter neste dia a oportunidade de fazer um bom exame sobre a vida e a importância das pessoas que estão ao nosso redor.

Paulo Silva, comerciante, vem render homenagens à sua mãe, que faleceu há 10 anos. Ele vem sempre trazendo flores, velas e boas lembranças de sua genitora. “Ela partiu de forma tranquila, depois de cumprir sua missão, que foi criar os filhos e auxiliar na orientação de muitos netos e alguns bisnetos”, lembra Paulo, afirmando ser isso o que diz sua boca, mas seu coração ainda busca conformação pela perda.

Assim são muitos que a equipe de reportagens do Portal Pebinha de Açúcar entrevistou na manhã de hoje (2) nos cemitérios de Parauapebas; ambos com grande presença de visitantes com o mesmo objetivo fraterno.

Mas, esse dia é também escolhido por outros para fazer uma renda extra. São também diversos que veem a oportunidade de, através do comércio informal, aumentar seu faturamento com as vendas de produtos indispensáveis para os que buscam homenagear seus entes que partiram.

E assim, bem próximo ao portão principal do Cemitério Jardim da Saudade, na Rodovia Municipal Faruk Salmen, encontramos Pedro Araújo Lima; ele conta que, todos os anos, nos últimos 5 anos, comercializa alguns itens neste dia no cemitério. São velas, fósforos, isqueiros, doces, balas e outras miudezas. “Tudo começou por estar desempregado, mas hoje faço de forma habitual”, contou Pedro, respondendo apenas com um sorriso ao se perguntado sobre o valor médio de seu faturamento.

Mas o carro chefe das vendas nos cemitérios neste dia são as flores. Sejam naturais ou artificiais, todas têm seu lugar garantido em algum túmulo, levadas pelas mãos de quem as compram ali mesmo. “Nossa presença aqui já se tornou indispensável, pois muitas pessoas já vêm confiando em nós para atende-las; e assim não trazem nada, deixando para comprar aqui pela comodidade”, conta Keila Vasconcelos, vendedora de flores artificiais.

Keila mensura que o faturamento aqui, em apenas um dia, compensa os muitos dias gastos confeccionando a variedade que ela e seus familiares desenvolvem: coroas, flores ou buquês completos.

Já as flores naturais são trazidas, também, pelas mãos dos que praticam o comércio informal e são as preferidas de muitos. “Não tive muito tempo de dar flores a ela quando estava comigo. Hoje procuro corrigir esta falha todos os anos quando venho homenageá-la”, diz Cleber Pereira, com ar de saudosismo, ao pôr flores no túmulo de sua esposa, falecida há quatro anos.

Para Cleber, comprar as flores no cemitério é mais cômodo para ele que não precisa de se preocupar em ir a uma casa especializada, nem de transportar as frágeis pétalas.

Outro item encontrado no Cemitério Jardim da Saudade foi o lanche, diversos, para todos os gostos. As iguarias são vendidas pelos conhecidos “carrinhos de lanches” que são paradas obrigatórias para a maioria dos que visitam os cemitérios.

Enfim, cada um com seu motivo, muitos vão aos cemitérios neste dia 2 de novembro. No final, todos encontram o que procuram; e, enquanto uns faturam, outros são atendidos naquilo que almejam. “Atendimento bom. Nada a reclamar. Só a agradecer”, reconhece Paulo Silva, aquele comerciante que veio render homenagens à sua mãe, que faleceu há 10 anos.

 

Reportagem: Francesco Costa / Da Redação do Portal Pebinha de Açúcar

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Ei, Psiu! Já viu essas?

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