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Parauapebas e mais sete municípios do sul do Pará receberão o Navegapará

Após Marabá e, mais recentemente, Eldorado dos Carajás, outros oito municípios do sul do Pará (Curionópolis, Parauapebas, Sapucaia, Xinguara, Canaã dos Carajás, Rio Maria, Pau d’Arco e Redenção) deverão ser contemplados, ao longo deste ano, com a implantação do Navegapará, programa de inclusão digital do Governo do Estado, executado pela Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti) e pela Empresa de Processamento de Dados do Pará (Prodepa). A meta é inaugurar, até o final de 2014, cidades digitais em 10 municípios da região, garantindo acesso à internet de qualidade nesses locais. Serão investidos cerca de R$ 6 milhões.

De acordo com a diretora de projetos especiais da Prodepa, Leila Daher, a expansão está dividida em três etapas. A primeira delas, que compreende os municípios de Marabá, Eldorado dos Carajás, Curionópolis e Parauapebas, está praticamente finalizada. “Podemos dizer que, nesta etapa, temos cerca de 90% do trabalho concluído. Em Marabá e Eldorado, o Navegapará já está disponível. Em Curianópolis também está tudo pronto e devemos inaugurar em fevereiro. Em Parauapebas os trabalhos também já estão bem adiantados, já foram instaladas as infovias (linhas digitais) e falta apenas a distribuição na cidade”, informa.

De Eldorado dos Carajás, as infovias serão levadas aos municípios de Canaã dos Carajás, Sapucaia e Xinguara, fechando a segunda etapa da expansão. “A gente está prevendo fechar isso daqui para abril. Estamos dependendo apenas da liberação de recursos”, informa Leila Daher. “De forma geral, os projetos já estão bem adiantados nessas cidades. Já temos torres e convênios com os municípios. Praticamente só faltam as infovias e distribuição do rádios nas cidades”, acrescenta. Os municípios de Rio Maria, Pau d’Arco e Redenção completam a rota de expansão.

Segundo o diretor de Tecnologias Sociais da Secti, Evandro Ladislau, a secretaria estuda a possibilidade de acrescentar outro município à rota inicial, Conceição do Araguaia, o que representaria cerca de R$ 2,5 milhões a mais no orçamento do projeto.

Atualmente, o Navegapará está presente em 62 municípios paraenses, num total de 68 Cidades Digitais, além de localidades como Mosqueiro e Outeiro, em Belém; e Alter do Chão, em Santarém, que contam com o serviço independente do município onde estão situadas. Nesses locais são instaladas redes sem fio banda larga ou de fibra óptica, como forma de viabilizar ações como telemedicina, tele-educação e serviços públicos, como consultas e emissão de documentos e inscrições em concursos, realizados através da internet, além permitir a interligação de todos os órgãos governamentais.

Acesso
Outra melhoria do Navegapará para este ano é em relação aos pontos de acesso livre à internet, que terão um “upgrade”. “Com o advento de novas tecnologias, como os smartphones, a demanda por internet é muito maior do que há três, quatro anos, quando o acesso às redes wi-fi era feito mais por notebooks. Os pontos de acesso livre foram projetados para esses tipos de equipamentos. Só que o tempo passou e hoje em dia tem muito mais pessoas aptas a usar essa infraestrutura”, explica a diretora da Prodepa.

Cada ponto permite a conexão simultânea de 64 usuários, mantendo uma média de 512 kbps por usuário. “Entretanto, em locais de grande movimentação, sabemos que existem bem mais do que isso com smartphone querendo consultar a internet. Por isso precisamos nos readequar e estamos trabalhando em um projeto para ampliar essa infraestrutura, dando à população mais internet e mais acesso nesses locais. A ideia é trabalhar para aumentar a capacidade e a velocidade da rede. Queremos colocar isso em prática ainda esse ano”, afirma Leila Daher.

Atualmente existem 93 espaços públicos de acesso à internet, disponibilizados em locais de grande movimentação de pessoas, como praças e pontos turísticos. Em Belém, locais como a Praça Batista Campos e a Estação das Docas são os mais procurados pela população. O bancário Silvestre Silva, 27, é um dos usuários assíduos do serviço. Ele conta que, diariamente, utiliza o Navegapará na Batista Campos para checar, através do seu smartphone, seus e-mails para tirar as dúvidas de clientes.

“Como trabalho diretamente com pensionistas, as pessoas acabem tendo muitas dúvidas e eu passo boa parte do meu tempo conectado. Nos intervalos do trabalho ou mesmo nos meus horários de lazer, sempre procuro um ponto aqui na praça em que o sinal esteja disponível. Costumo acessar do CAN (antigo Centro Arquitetônico de Nazaré, atual Praça Santuário), mas acredito que muita gente acessa de lá. Aqui, além de ser perto de casa, o sinal é muito bom. Nunca tive problema. Existem pontos onde o sinal fica mais forte, um deles é onde estou sentado agora”, conta Silvestre.

O estudante Orlando Mateus, 18, que também costuma utilizar o Navegapará na Batista Campos, afirma que já tem seu local preferido na praça para se conectar. “Sempre fico perto do coreto central. Não é difícil, é rápido e o sinal não fica caindo”, afirmou o jovem. Ele conta ainda que costuma utilizar o serviço em vários locais. “Quando soube que podia acessar de graça fui experimentando e desde então sempre uso, principalmente na Praça do Arsenal (Cidade Velha), que fica próximo do meu colégio, e aqui na Batista Campos. Esses são meus locais preferidos”, afirma.

Dez novos infocentros serão implantados no interior
Outra linha de atuação do Navegapará, os infocentros, espaços destinados a capacitar e fornecer internet gratuita à população de baixa renda, também será expandida neste ano. Pelos menos dez novos espaços do tipo serão implantados na região nordeste do Estado. Os infocentros irão atender a população dos municípios de Augusto Corrêa, Bragança, São João de Pirabas, São Miguel do Guamá e Tailândia. Os recursos para a implantação dos espaços, previstos no Plano Plurianual, são de quase R$ 2 milhões.

No Pará, de acordo com a Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti), atualmente, 170 estão instalados. Em Belém, 59 espaços do tipo são disponibilizados à população. Na Região Metropolitana, que engloba, além da capital, os municípios de Ananindeua, Marituba, Benevides e Santa Bárbara, são 73. “Esses espaços são mantidos através de parcerias com diversas instituições, sobretudo do terceiro setor, mas também existem projetos com os próprios órgãos do governo”, explica a coordenadora de infocentros da Secti, Valéria Sousa.

É o caso do infocentro que há três anos funciona na sede do Centro de Perícias Científicas (CPC) Renato Chaves, no bairro do Mangueirão, em Belém. No local, o curso de Informática Básica é oferecido gratuitamente à comunidade dos bairros do entorno. Atualmente, as cinco turmas do projeto – duas pela manhã, duas à tarde e uma à noite – contam com cerca de 60 alunos, de oito anos em diante. A única exigência do projeto é que os alunos menores de idade frequentem a escola.

O curso, que apresenta aos participantes noções de informática, incluindo os programas Word, Excel, Power Point, e acesso aos recursos da internet, entre outros, tem duração de quase três meses, e é ofertado em todos os turnos, de segunda a sexta-feira, com material didático também gratuito. “Temos alunos de todas as faixas-etárias. De manhã ficam mais as crianças, de tarde os jovens e de noite os adultos”, observa uma das monitoras do projeto, a estudante Amanda Cruz, de 19 anos. Como ela, outras cinco pessoas também participam do projeto como monitores, todos da própria comunidade. Eles recebem uma bolsa estágio no valor de R$ 406,00.

A estudante Vitória Moreira, moradora do Parque Verde, é uma das alunas da segunda turma da manhã. Para ela, o curso tem sido de grande valia, sobretudo para as tarefas da escola. “Nunca tinha feito, é a primeira vez. Com o que aprendi aqui já consegui fazer algumas apresentações na escola com o Power Point”, comentou a jovem. O programa, até agora, é o preferido da garota. “Dentre as coisas que já vimos eu gostei mais dele, dá pra fazer várias coisas. A melhor parte da aula é quando colocamos em prática o que a professora passa”, comenta.

Segundo o diretor administrativo-financeiro do CPC e idealizador do projeto, Edmilson Lobato, a ideia de disponibilizar o curso para a comunidade surgiu durante as seleções de estagiários para o órgão, que segundo o diretor, são todos de bairros próximos. “A gente sempre notava uma deficiência muito grande nessa área da informática. Então montamos o centro justamente para dar esse suporte. Os resultados até gora são muito positivos, não só para o órgão, mas para eles mesmos. Temos notícias, inclusive, de pessoas de todas as idades que cursaram e logo em seguida foram empregados”, destaca.

Reportagem: Amanda Engelke

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