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Parauapebas está entre os 100 municípios que mais demitem

Era uma vez um município onde tudo era muito caro e onde um pouquinho muito pouco, menos do que todos, não dependia diretamente da mineradora Vale. Nesse lugar açucarado, onde até respirar custava mais que o dobro da média nacional, a crise no mercado de commodities minerais chegou com tudo em 2015, fez a arrecadação local despencar e levou a muitas demissões em vários setores da economia municipal.

Um belo dia, muitos “empresários das quitinetes”, por exemplo, acordaram para a realidade e perceberam que aquele lugar encantado estava ficando sombrio e muito caro até mesmo para quem um dia cobrou o olho da cara, desafiando todas as leis de preço moralísticas da matemática financeira. E, então, o lugar não se sustentou e quebrou.

E é assim que, hoje, Parauapebas chegou à inglória cadeira de número 74, entre os 5.570 municípios brasileiros, no que diz respeito aos piores em geração de emprego. Apenas no mês passado, julho, Parauapebas botou na rua mais 427 trabalhadores, o pior julho de sua história de 27 anos.
No acumulado do ano, a “Capital do Minério” acumula saldo negativo de 2.192 postos de trabalho, um número que, no Pará, só é superado por Belém (4.328 desempregados no ano) e Altamira (2.677). E apenas em julho, Parauapebas é o líder paraense do desemprego.
Para se ter ideia de como a “Capital do Minério” está ficando para trás em tudo, sua mãe e arquirrival Marabá apresentou o contrário no mesmo mês: por lá, foram criados 414 novos postos com carteira assinada, o que tirou Marabá de vez da lista dos 150 municípios que mais desempregam no país. Até o final do ano, Marabá deve apresentar saldo positivo, no balanço total, enquanto o buraco em Parauapebas será ainda mais embaixo e um tanto desconhecido. É o popular fundo do poço.

SEM NOVIDADES

A mineração é o motor da economia parauapebense, responsável por, pelo menos, 80% da geração de riquezas municipal, mas a Vale, a maior manda-chuva da região, não tem grandes planos em Serra Norte. Focada na Serra Sul, em Canaã dos Carajás, daqui de Parauapebas a empresa só quer extrair e mandar à China ou a qualquer raio que parta que tenha bufunfa para comprar minério de ferro, que atualmente vale menos de um terço do preço negociado quatro anos atrás.

Hoje, quem estiver à procura de emprego em Parauapebas, particularmente nos cargos de repositor de mercadorias, soldador, montador de máquinas, caldeireiro, eletricista de manutenção eletroeletrônica e operador de caminhão de mina, é melhor desistir. Apenas essa meia dúzia de profissões despachou cerca de 350 pais de família em julho. Os únicos cargos que ainda estão com fôlego para contratar são servente de obras, carpinteiro e mecânico de equipamentos de mineração.

Com as demissões processadas em julho em Parauapebas, o município perde, em massa salarial, por mês, R$ 854 mil. É uma lapada das grandes para o já mal das pernas comércio.
A “Capital do Minério” nunca se viu tão próxima de ostentar o título de “Capital do Desemprego”.

Reportagem especial: André Santos – Colaborador do Portal Pebinha de Açúcar
Foto: Arquivo / Anderson Souza

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