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Parauapebas ganhará um novo Mercado Municipal com um teleférico ligando o Rio Verde ao Parque da Bíblia

O projeto faz parte do programa de turismo e mobilidade urbana da cidade

Parauapebas, no sudeste do Pará, será a primeira cidade da região norte do país a ganhar um teleférico. Inicialmente com quatro cabines, o teleférico ligará o novo Mercado Municipal do bairro Rio Verde ao futuro Parque da Bíblia, hoje conhecido como Praça da Bíblia, onde estão instaladas as torres de televisão da cidade. O projeto está orçado em torno de R$ 15 milhões e os recursos são próprios do município.

A primeira etapa do Projeto Complexo Turístico Parque da Bíblia, como está sendo chamado, deve ter seu processo de licitação concluído até 10 de setembro. A licitação para a escolha da empresa que construirá a obra deverá ser finalizada até janeiro de 2019 e o início das obras devem ocorrer até abril do ano que vem. Já a segunda etapa, ou seja, no que se refere à construção do Parque da Bíblia – após o processo de licitação – as obras deverão ser iniciadas em setembro de 2019. A meta da prefeitura municipal é concluir as obras do Complexo Turístico, já incluindo a instalação dos teleféricos, até meados de 2020.

O projeto está sendo desenvolvido numa parceria entre a M. Levy Arquitetura, de Belém, e a prefeitura municipal de Parauapebas, sem nenhum custo inicial para o município.  “Estamos bancando os custos dos estudos e das pesquisas, porque acreditamos na ideia do Projeto do Complexo Turístico de Parauapebas”, disse o arquiteto urbanista Márcio Levy, diretor da empresa.

A equipe da M. Levy Arquitetura envolve três arquitetos, web designer, estagiário e pessoal de apoio, num total de oito pessoas.  Só nas pesquisas iniciais, incluindo as primeiras etapas de criação, a equipe levou 90 dias para concluir o trabalho. É um trabalho minucioso e pensado em todos os aspectos: econômico, social e ambiental.

Mercado Municipal

De acordo como o arquiteto, o atual Mercado Municipal, construído na década de 1990, será totalmente demolido e no local será reerguido um novo Mercado Municipal, com estacionamento para 300 vagas no subsolo do prédio, fora as dezenas de vagas nos estacionamentos laterais; haverá 180 boxes para hortifrutigranjeiros, 30 para o pessoal que vende peixes, 30 para os vendedores de frangos e galinhas, e 30 boxes serão destinados para os feirantes do setor de confecção.

No prédio que terá três pavimentos, haverá ainda espaço para agência lotérica e caixas eletrônicos; praça de alimentação, beneficiando os próprios feirantes que já estão cadastrados na Secretaria de Urbanismo (Semurb) para a venda de alimentos no local.

A definição sobre para a onde serão levados os feirantes durante o período de construção do novo mercado ainda não foi tomada pela Semurb, mas tudo será feito na hora certa e com ampla discussão com os feirantes e todos os atores envolvidos, segundo informaram os idealizadores do projeto.

Será implantado um mega projeto de drenagem para evitar inundações, já que a área sofre com os alagamentos quando por ocasião das cheias do Rio Parauapebas ou fortes chuvas na cidade. Para aproveitar e desviar parte da água que inunda a área, será construído um lago na margem direita da PA 275, no sentido Viaduto-Portaria, bem em frente à feira. (Este projeto está previsto no Programa de Saneamento de Parauapebas – Prosap).

A feira de alimentação que funciona ao lado do mercado municipal também será demolida e os feirantes dali serão levados para o novo Mercado Municipal.

A ideia consensual do ponto de vista tecnológico do projeto é que fosse uma construção rápida, de fácil implantação e manutenção barata e que fosse sustentável, com o aproveitamento da luz do dia o mais tempo possível (luz solar), com tecnologias verdes e que ele se adequasse às necessidades do município, com a preocupação ecológica e a preservação ambiental”, afirmou o arquiteto Márcio Levy, responsável pelo projeto, destacando que “a ideia é não excluir ninguém e trazer todo mundo da feira para dentro do complexo turístico”.

Márcio Levy fez questão de frisar que “não é um projeto de governo, mas sim um projeto de estado que vai se perpetuar”, por isso se interessou pela implantação do Complexo Turístico Parque da Bíblia.

Feirante

O tocantinense Raimundo Gomes da Silva, de 60 anos, que veio de Tocantinópolis há 25 anos e trabalha como feirante há 16 anos em Parauapebas, sendo a maior parte na antiga feira da Praça dos Metais, no bairro Cidade Nova, disse que o projeto é bom, mas fez ressalvas. “A ideia é boa. Mas é preciso construir aqui no novo Mercado Municipal uma rodoviarinha para vans, táxis e mototáxis, colocar uma casa lotérica e caixas eletrônicos 24 horas e trazer todo o pessoal que está lá no CAP (Centro de Abastecimento de Parauapebas), para fazer uma feira só, com boxes fechados e padronizados. Aí funciona”, sugeriu Raimundo Gomes, que é um dos feirantes mais atuantes do Mercado Municipal em se tratando de reuniões com órgãos municipais para trazer benefícios para sua classe.

Raimundo Gomes da Silva

 

Teleféricos

A ideia é que o Mercado Municipal funcione inicialmente até as 22h, levando em conta que os teleféricos também vão funcionar até 22 ou 23h, dependendo da decisão da empresa que ganhará a licitação dentro da PPA – Parceria Público Privado, para explorar o funcionamento dos teleféricos. Uma coisa é certa: o novo Mercado Municipal será transformado em um ponto turístico, a exemplo do que ocorre com os mercados de Belo Horizonte, São Paulo, Recife, Salvador e outras cidades, além de ser um vetor econômico 24 horas por dia, movimentando a economia do município”, afirmou João Maciel, coordenador da implantação do Distrito Industrial de Parauapebas e dos precursores da ideia da implantação dos teleféricos e do complexo turístico, acrescentando que “só durante as obras, coordenadas pela Secretaria de Obras (Semob), serão gerados inicialmente cerca de 400 empregos diretos”. O Projeto do Distrito Industrial é vinculado à Secretaria de Desenvolvimento Econômico.

Sobre a implantação dos teleféricos, João Maciel explicou que a empresa deverá instalar inicialmente quatro cabines, mas este número poderá ir aumentando gradativamente, de acordo com a demanda, porque a ideia é melhorar bastante a questão da mobilidade urbana na cidade. “E como numa terceira etapa do projeto,  os teleféricos vão até a praça que está sendo construída no Alto Bonito, no Altamira, centenas de pessoas vão poder se deslocar de lá para o centro da cidade de teleférico, porque no novo Mercado Municipal haverá vans, mototaxis e táxis para os passageiros se deslocarem para outros pontos da cidade”, disse Maciel.

Já o arquiteto Márcio Levy informou que na Estação do Alto Bonito, a exemplo da Estação do Mercado Municipal, também haverá bares, restaurantes e lanchonetes; banheiros e toda uma infraestrutura para atender a população com muito conforto e segurança.  “Além disso, no Parque da Bíblia haverá também trilhas e ciclovias para as pessoas fazerem suas caminhadas e seus passeios ciclísticos, com policiamento e a infraestrutura adequada”, acrescentou.

 

Turismo

João Maciel disse que a meta do governo municipal é trazer o incentivo para o turismo do município, ressaltando que cidade de Parauapebas merece um mercado desse porte.  “Teremos um Mercado Municipal com aparência nova e inovadora. O município de Parauapebas merece este tipo de tratamento, com obras que se perdurem e que possam ser ampliadas no futuro. Não estamos pensando em obra imediatista, mas sim em uma obra que dure por muitos e muitos anos. Estamos pensando no turismo, mas também no empreendedor que fabrica o artesanato, a camiseta; que vende a galinha ou seu hortifrúti. O mercado será um novo espaço para o micro empreendedor, para a pessoa que vende comida, que fabrica a malha e não tem onde vender. Lá, esta pessoa poderá fabricar a camiseta e vender no mercado; o artesão poderá divulgar e vender o seu artesanato Nós estamos pensando numa espécie de uma grande empresa, que reunirá vários trabalhadores em um só local.  A ideia é fomentar o comércio, especialmente no que se refere ao pequeno empreendedor, com vário sócios”, explicou João Maciel.

Ele disse ainda que o prefeito Darci Lermen aprovou a ideia na hora e determinou o início dos estudos no começo do ano para a implantação do Projeto do Complexo Turístico do Parque da Bíblia. “O prefeito, sendo empreendedor como é, afirmou: é exatamente o que quero. Tenho compromisso com o pessoal do mercado. Traga o projeto já redesenhado e reforçou para providenciarmos o projeto do novo mercado. Vale destacar que o Mercado Municipal e a Praça do Parque da Bíblia se completam e com a inauguração da Praça do Alto Bonito, vamos fechar o projeto Complexo Turístico reforçando e ampliando a mobilidade urbana na cidade”, disse João Maciel, lembrando que “o prefeito Darci gostou imediatamente da ideia do teleférico, porque o mesmo dará o olhar turístico ao projeto. E o teleférico é um elo que traz a parte da mobilidade urbana”.

 

Nova matriz econômica

Para o coordenador do Departamento de Turismo da Prefeitura de Parauapebas (Detur), Marcos Alexandre Gonçalves, “o Complexo Turístico de Parauapebas, quando concluídas todas suas três etapas: Mercado Municipal, Parque da Bíblia e instalação dos teleféricos, mais a Estação Alto Bonito, além do grande lago que será construída às margens da PA 275 em frente ao Mercado Municipal, tudo isto, alavancará significativamente o turismo no município”.

O diretor do Detur disse que o governo municipal está pensando longe. “Não queremos que Parauapebas repita o erro de Itabira, em Minas Gerais, a onde a exploração do minério já está acabando (o prazo previsto é de apenas mais dez anos) e a cidade sofre as consequências por não ter procurado outras matrizes econômicas. Vamos fortalecer o turismo e a economia do município. Construir uma nova matriz econômica. Teremos um grande atrativo turístico. O teleférico será o primeiro da região norte e muitas pessoas virão conhecer Parauapebas e outras virão andar de teleférico. O teleférico se tornará em uma nova atração turística da cidade, que atrairá pessoas de vários municípios da região, incluindo Canaã dos Carajás, Curionópolis, Eldorado do Carajás, Xinguara e até Marabá”, previu Alexandre.

Marcos Alexandre afirmou ainda que o novo complexo vem para reforçar a tendência turística que o município tem. “No Parque da Bíblia, será construído o Museu da Mineração, haverá o circuito de arvorismo, ao lado da Estação do Teleférico, e a Praça da Bíblia se transformará num espaço turístico e haverá, inclusive uma capela ecumênica”, disse ele, ressaltando que “no Parque da Bíblia, o turista ou o visitante local terão uma vista privilegiada para contemplar os quatro pontos de Parauapebas. O Parque da Bíblia será o novo cartão postal do município de Parauapebas”, previu o Coordenador Municipal de Turismo.

Reportagem: Lima Rodrigues – Colaborador do Portal Pebinha de Açúcar

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