Jovem de 22 anos foi encontrada morta no Parque dos Carajás, em Parauapebas; Seccional de Polícia Civil conduz investigações enquanto cresce o debate sobre transfobia
Na noite do último sábado (16), por volta das 21h20, uma mulher trans foi encontrada morta dentro de uma residência localizada na Rua Ticuna, no Bairro Parque dos Carajás, em Parauapebas, sudeste do Pará.
A vítima foi identificada como Wendelly Gabrielly, (cachinhos_g1w), de 22 anos de idade, que se reconhecia como mulher trans. O corpo apresentava sinais de asfixia mecânica, sendo encontrado com um pano enrolado no pescoço.
A Polícia Militar foi acionada por moradores que perceberam a situação e, ao chegar, confirmou a morte. A área foi isolada até a chegada da Polícia Civil e do Instituto Médico Legal (IML), que realizaram os procedimentos necessários.
Investigações em andamento
O caso está sob responsabilidade da 20ª Seccional de Polícia Civil de Parauapebas, que instaurou inquérito para investigar as circunstâncias da morte. Até o momento, não há definição sobre a autoria ou a motivação do crime.
De acordo com informações preliminares, a jovem trabalhava como garota de programa. As investigações buscam esclarecer se o homicídio pode estar relacionado a um possível crime de transfobia ou a outros fatores.
Comentários preconceituosos geram repúdio
Após a notícia da morte, começaram a circular em redes sociais comentários maldosos e preconceituosos sobre a vítima.
A equipe do Portal Pebinha de Açúcar reforça que esse tipo de manifestação, além de desrespeitosa, constitui crime. Em 2019, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que a homofobia e a transfobia devem ser enquadradas na Lei nº 7.716/1989, que trata dos crimes resultantes de preconceito de raça ou cor. Ou seja, manifestações de ódio contra pessoas LGBTQIA+ são punidas da mesma forma que o racismo, com penas que podem variar de um a cinco anos de prisão, além de multa.
É importante ressaltar que a liberdade de expressão não dá direito a ninguém de atacar, humilhar ou desumanizar pessoas em razão de sua identidade de gênero ou orientação sexual.
Reflexão necessária
A morte da jovem trans deixa um mistério que a Polícia Civil terá de desvendar, mas também expõe outra realidade: o preconceito ainda enraizado na sociedade.
Parauapebas, assim como o Brasil, precisa avançar não apenas no combate à violência física contra pessoas LGBTQIA+, mas também contra a violência simbólica e verbal, que contribui para a exclusão, o medo e a vulnerabilidade dessa população.
O Pebinha de Açúcar continuará acompanhando o caso e reforça a importância de um debate sério e responsável sobre respeito, dignidade e direitos humanos.