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Ponte sobre o rio Moju já está recebendo tráfego de veículos

“Nem sempre damos valor ao que temos. Foi só depois que perdemos a ponte, que nos demos conta do grande valor que ela tem para todos nós”, avaliou João Nunes, que mora em Moju há mais de 30 anos. O marceneiro confirmou que a população estava muito feliz em ter a ponte de volta. “Vivemos momentos bem críticos depois do acidente dessa ponte. Sabemos que a administração não teve culpa, mas foram dias complicados. Hoje estamos comemorando a recuperação daquilo que havíamos perdido”, falou João Nunes, com um sorriso estampado no rosto.

A doméstica Benta Prado disse que chegaria atrasada ao trabalho para acompanhar a cerimônia de entrega da obra de reconstrução da ponte Moju Cidade. “Ver os carros passando pela ponte nos garante que toda a cidade vai voltar a ter o cotidiano normal e que não teremos mais que contar o tempo das idas e vindas da balsa”, destacou.

Os trabalhos de reconstrução começaram cinco dias após o acidente. O longo prazo de execução se justifica pelo cuidado especial com o meio ambiente. Pontes são destruídas e reconstruídas com rapidez em outros cenários, com o uso corrente de dinamite. Essa hipótese, porém, foi descartada desde o começo pelo próprio governador Simão Jatene, que recomendou aos técnicos envolvidos a solução de menor impacto ambiental possível, ainda que mais demorada.

“O primeiro impulso é fazer de qualquer jeito, até para evitar as críticas, mas eu sempre tive a posição determinada de que não era para fazer a obra de qualquer maneira e sim que ela fosse feita da forma que precisasse ser feita, para que a gente não cometesse a leviandade de fazer um serviço sem nenhum cuidado”, contou o governador Simão Jatene.

Por isso, a reconstrução só começou após a apresentação do estudo de impactos e do plano de contingenciamento, prevendo medidas de segurança para não assorear com entulho o rio Pará nem ameaçar a flora e a fauna da região, além de garantir absoluta segurança aos operários. Daí a necessidade de construir o pórtico de sete metros de altura, chamado A-Frame, usado para cindir as peças de concreto de 190 toneladas que ficaram pendentes após a fratura da ponte. “A maior demora dessa obra não se referiu a reconstrução em si, mas a demolição do que havia sido destruído. Muitos cálculos precisaram ser feitos”, reiterou Simão Jatene.

Trabalho – Enquanto a obra de restauração da integridade da Alça Viária, mais importante via de ligação entre a região metropolitana e as rodovias de acesso ao sul do Pará e à região portuária de Barcarena, estava em andamento, foram disponibilizadas balsas para fazer o transporte gratuito de passageiros e veículos. Algumas vias também foram restauradas para dar alternativas para o usuário. O governador Simão Jatene fez questão de informar que a seguradora assumiu parte dos custos.

“É bom que se diga isso para não parecer que o Estado não lutou para garantir que isso acontecesse. A empresa reconheceu que foi um acidente e que o Estado não tinha motivos para arcar sozinho o prejuízo. Ela foi parceira no custeio das despesas que foram necessárias para que pudéssemos chegar onde estamos hoje”, informou o governador. Jatene também acredita que as hidrovias irão ganhar força em todo o estado e aproveitou para pedir que os profissionais se capacitem para que naveguem pelos rios de forma segura.

O secretário de Transportes do Estado, Kléber Menezes, disse que toda a equipe contava os dias para entregar a obra para a população. “Foram exatamente 20 meses e 27 dias. Nós sabíamos que estávamos fazendo certo e sabíamos que íamos encontrar uma grande compreensão da população. Hoje estamos entregando uma ponte reestilizada que privilegia dois pontos que acho de extrema relevância: a segurança da população e a qualidade do serviço”, pontuou o secretário.

O titular da Setran explicou que foram construídas defensas de proteção dos pilares e que foi ampliada a sinalização náutica com maior número de boias para orientar melhor o navegante. A ponte do Moju foi inteiramente repavimentada e também recebeu iluminação com lâmpadas de led que permite ter uma visão melhor do corpo da estrada. Para Lírio Cardoso, mestre de obras da Paulitec, empresa responsável pelas obras na Moju Cidade, a reconstrução foi um desafio para todos que trabalharam nela. “Deu bastante trabalho, mas foi muito bom concluir essa estrutura com sucesso. O sentimento é de dever cumprido”, comemorou.

O projeto de reconstrução começou pelo escoramento da estrutura remanescente. Em seguida, foram retiradas do leito do rio todas as ruínas de concreto, com o auxílio de mergulhadores. A partir daí, vieram as fases mais delicadas: a instalação do A-Frame no topo da ponte, a articulação das “línguas” de concreto para o corte e a retirada, a desconstrução dos tabuleiros afetados pelo choque da balsa, a reconstrução do pilar 14 e reforço das demais colunas e, finalmente, a restauração das lajes maciças de concreto sobre as quais foi finalizada a pista para tráfego de veículos. A ponte ganhou ainda novo sistema de iluminação. Em toda a extensão, de 868 metros, há postes com placas de energia solar, o que gerará mais economia e sustentabilidade.

“O povo de Moju sonhou com a construção dessa ponte, mas, sem dúvida, sonhamos ainda mais com a reconstrução dela. Nós estamos muito felizes por esse dia ter chegado”, relatou o prefeito de Moju, Deodoro Rocha, conhecido como Ie Ié, que destacou que a demora pela conclusão da obra é justificada pela necessidade de fazê-la respeitando todas as etapas necessárias. “O governador foi muito feliz quando priorizou a responsabilidade na sua construção. E hoje, Moju está em festa”.

Na ocasião, o prefeito destacou as obras do governo em seu município como a construção da Escola Estadual de Ensino Médio Professora Ecila Pantoja da Rocha, a implantação do Corpo de Bombeiros, o programa Asfalto na Cidade e a Unidade Pro Paz. O gestor municipal também chamou a atenção para as obras que estão em andamento como a ampliação do Sistema de Abastecimento de Água, o projeto de drenagem de vias e a construção da nova feira.

Reportagem: Dani Filgueiras

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