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Produção da Vale em Parauapebas ultrapassa 32 Mt no 1º trimestre

A Vale bateu recorde de produção para um primeiro trimestre, em se tratando da extração e venda de minério de ferro. Foram produzidos 77,54 milhões de toneladas (Mt). Analistas de mercado previram 78,4 Mt. A produção própria da empresa nos três primeiros meses deste ano é superior ao mesmo período do ano passado em cerca de 130 mil toneladas, mas perde para os últimos três meses de 2015 em 10,9 Mt, de acordo com balanço divulgado pela multinacional no final do dia de ontem, quarta-feira (20).

Em Parauapebas, a produção também atingiu recorde para um primeiro trimestre: foram produzidos 32,39 Mt. A produção do primeiro trimestre deste ano em Parauapebas foi, contudo, menor que a do último período de 2015, por causa do período chuvoso no município, cuja precipitação média saltou de 57 milímetros, entre outubro e dezembro do ano passado, para 1.065, entre janeiro e março de 2016.

De acordo com o jornalista André Santos, “pesquisar, estudar, informar e debruçar sobre esses dados é importante porque, a cada dia, vamos refinando e aguçando o senso de monitoramento em relação à lavra dos recursos minerais feita pela empresa, o que nos fornece elementos para percepção de que – particularmente em relação a Parauapebas – a exaustão das minas é fato à espera de acontecer, uma vez que o avanço da lavra é, a cada trimestre, mais agressivo em razão das condições de mercado. Infelizmente, a sociedade, que deveria ser a mais interessada na questão, ainda faz pouco caso ou não questiona a contento o assunto e, sem perceber, vai marchando em romaria para o buraco que a mineradora vai deixar após sair de cena nas entranhas de Parauapebas”.

Extração em Parauapebas disparou 17,7%

De Parauapebas, nos três primeiros meses deste ano, a Vale retirou 17,7% mais minério no comparativo com o mesmo período do ano passado, notadamente por conta do ramp-up das minas de N4WS e de N5S, as mesmas do complexo de jazidas que, de acordo com a própria empresa, será exaurido em 2034. Mantido o atual ritmo de produção registrado apenas no começo deste ano, a exaustão das minas de Parauapebas será antecipada para daqui a 15 anos.

Os corpos de minério economicamente viáveis que sobram (N1, N2, N3, N6, N7, N8 e N9) têm minério medido, provado e provável para apenas 12 anos de atividade, mas devem começar a ser associados à produção da Vale em N4 e N5 já a partir da década que vem, conforme cronograma de abertura de novas cavas destacado no Relatório de Impacto Ambiental (Rima) do estudo global de ampliações das minas de N4 e N5 assinado por uma consultoria contratada pela empresa para tal finalidade.

O manganês produzido na mina do Azul, também em Parauapebas, teve crescimento de 6,5% no comparativo entre 2015 e 2016, saltando de 407 mil toneladas para 434 mil no primeiro trimestre.

Marabá produz dobro de Canaã dos Carajás

A produção de cobre da Vale para o primeiro trimestre também foi recorde, e Marabá ajudou em tal proeza. É que lá o ramp-up da mina de Salobo impulsionou em 16,4% a lavra de cobre contido em concentrado, fazendo a produção disparar de 35,3 mil toneladas para 41,1 mil entre 2015 e 2016.

Enquanto isso, em Canaã dos Carajás, a produção da mina do Sossego, a mais antiga em operação, despencou 17,6%, de 27,1 mil toneladas em 2015 para 22,3 mil no primeiro trimestre deste ano. De acordo com a Vale, a previsão de encerramento de Sossego, cuja mina foi aberta em 2004, é para até oito anos. A mineradora informou, em seu “Relatório Anual 2015”, que o minério das operações de Sossego diminuiu devido “à depleção da produção, parcialmente compensada pela adição das reservas minerais localizadas no fundo das cavas”.

Para além da interpretação dos números da Vale, a redução da produção em Sossego traz impacto imediato às finanças de Canaã. É que, com a redução da lavra, a prefeitura do município recebe cada vez menos royalties. Em fevereiro deste ano, por exemplo, o executivo municipal recebeu em royalties (R$ 760 mil) o menor repasse desde julho de 2009.

Por seu turno, a avó de Canaã, Marabá, recebe cada vez mais milhões. Em março, final do primeiro trimestre deste ano, a prefeitura de lá viu entrar na conta R$ 5,78 milhões em royalties referentes ao bom momento por que passa o Salobo.

Com a iminente exaustão da jazida de Sossego, a mina de Salobo rouba a cena e produz praticamente o dobro. Mas, também, a capacidade de produção do projeto marabaense é de 200 mil toneladas de cobre em concentrado, ao passo que a capacidade do projeto de Canaã é de 100 mil t.

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