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QUARTO DO TERROR: Mulher é resgatada de cárcere privado onde era mantida pela própria filha no Alto Bonito

Mantida em cárcere privado há mais de dois anos, Maria de Fátima não resistiria há mais tantos dias. Porém, graças a denúncias vindas de vizinhos, a mulher, de 43 anos de idade, foi salva no início da tarde de ontem (15) pela Polícia Civil de Parauapebas.

Quem falou com a equipe de reportagens do Portal Pebinha de Açúcar foi a delegada Ana Carolina, titular da Delegacia Especializada em Atendimento à Mulher (DEAM), contando que, nem mesmo em cenário de homicídio, se sentiu tão chocada como no quarto em que vivia Maria de Fátima. “Um cenário de filme de terror. Encontramos a vítima deitada nua em uma cama sem lençol, em meio às fezes e com restos de bolacha, parecendo ser a única coisa que ela recebia com alimento”, narra a delegada, detalhando que a filha da vítima, Suzana Nascimento Rocha, apresentou resistência para que a equipe da DEAM entrasse no apartamento, localizado no Residencial Alto Bonito, motivo que precisou ser algemada para que as buscas fossem feitas no apartamento.

Conforme dito pela delegada Ana Carolina, Suzana teve tempo e oportunidade de reverter a situação, já que no sábado a Polícia Civil esteve no apartamento dela onde não encontrou alguém que pudesse atender, motivo que deixou lá uma intimação que foi atendida na manhã desta terça-feira, quando ela compareceu à delegacia e apresentou resistência quanto a polícia ir até ao apartamento. “Expliquei a ela que, como se tratava de denúncia de maus tratos e negligência, havia a necessidade de que a polícia e uma assistente social fosse ao local para verificar”, contou Ana Carolina, detalhando que alguns contrastes foram encontrados no apartamento, sendo uma delas as boas condições e higiene do quarto de Suzana que estava limpo e bem iluminado, já ao lado, no quarto da vítima, sujeiras, baratas, falta de luz elétrica, portas e janelas isoladas por tábuas sem a possibilidade nem mesmo de entrar a luz natural; outro contraste no caso, é que Suzana afirmou que trabalha como cuidadora de idosos.

 

Os vizinhos que moram ao lado do apartamento, há dois anos e meio, disseram não ter conhecimento que ali vivia aquela senhora, sendo que a filha não permitia nem mesmo ver a luz do sol. Apenas um vizinho diz ter visto a vítima uma vez e que Suzana disse que a levaria à agência bancária para desbloquear o cartão da pensão alimentícia no qual Maria de Fátima é a beneficiada. “Isso mostra que o dinheiro que deveria ser destinado para atender Maria de Fátima era usado pela filha em interesses próprios”, explica Ana Carolina, dizendo que a vítima não tinha nem condições de ficar de pé, estando em estado de choque e não falando nenhuma palavra.

Suzana, que tem boa aparência e usa boas vestes, não apresenta nenhum aparente distúrbio nem usa entorpecentes; foi presa em flagrante e, de acordo com o previsto em lei, responderá por cárcere privado, maus-tratos, abandono material, exposição da saúde a perigo dentre outros crimes.

Quanto Maria de Fátima, a delegada diz que ficará em atendimento médico e deverá receber a atenção do Ministério Público para ser encaminhada a outro familiar ou abrigo que possa oferecer a ela os devidos cuidados.

Delegada Ana Carolina

 

No apartamento de Suzana também mora sua filha de apenas cinco anos de idade e, ouvida por psicólogos, contou que era proibida de entrar no quarto da avó. O Conselho Tutelar da Criança e do Adolescente foi acionado para encaminhar a criança para outro familiar ou para abrigo até que seja definido se o flagrante será convertido em prisão preventiva. “Suzana não demonstrou nenhum remorso e se mantem calada”, concluiu Ana Carolina.

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