Pesquisar
Close this search box.
Pesquisar
Close this search box.

Sete municípios paraenses participam de pesquisa sobre nutrição infantil

A pesquisa começou em outubro de 2019 e se estenderá até maio deste ano, devendo alcançar 790 crianças nesses sete municípios paraenses. A realização é da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) em parceria com o Ministério da Saúde e Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e apoio da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) e das Secretarias Municipais de Saúde dos municípios participantes.

O trabalho de campo está sendo conduzida pela Sciense Sociedade para o Desenvolvimento da Pesquisa Científica e segue metodologia científica, aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da UFRJ.

Os entrevistadores, identificados com camisa e crachá, visitam os domicílios para entrevistar os pais ou responsáveis, pesar e medir crianças e mães e coletar sangue das crianças para analisar as taxas de hemoglobina, ferritina, proteína C reativa, zinco, selênio, vitaminas A, D, E, B1, B12, B6 e folato. São os resultados desses exames que vão compor a epidemiologia das deficiências de micronutrientes em crianças menores de cinco anos.

Paulo Sérgio Borges, supervisor da pesquisa no Pará

Segundo o supervisor da pesquisa no Pará, Paulo Sérgio Borges, a coleta de sangue é agendada para uma semana após a entrevista. “O entrevistador retorna à residência junto com um profissional do laboratório para fazer a coleta de sangue da criança”, informou.

Todos os participantes do estudo receberão, por correio ou por e-mail, os resultados das medidas de peso e altura, bem como o resultado do exame de sangue. E caso sejam detectadas alterações nesses resultados, a família será encaminhada para atendimento em uma unidade de saúde do município.

Avaliação – Para avaliar o andamento do trabalho no Pará, foi realizada, no dia 11 de março, uma reunião do professor titular da UFRJ e coordenador nacional do Enani, Gilberto Kac, e da líder de Projeto da Coordenação Executiva da Pesquisa, Nádia Santos, com representantes da Sespa, das Secretarias de Saúde dos municípios alvo da pesquisa e do Conselho de Secretários Municipais de Saúde (Cosems).

O principal problema apontado pela líder de Projeto, Nádia Santos, é a baixa adesão das famílias, principalmente, pelo desconhecimento do trabalho, sendo necessário, portanto, uma mobilização das Secretarias Municipais de Saúde, por meio dos postos de saúde, para divulgar o trabalho junto às comunidades.

“A gente precisa de ajuda para divulgação nos postos de saúde, porque é lá que as pessoas procuram saber sobre a veracidade do trabalho. As famílias precisam reconhecer a pesquisa como algo benéfico para a criança já que elas vão receber um diagnóstico nutricional completo, com medida de peso e altura e com parâmetros bioquímicos, para acompanhamento desse estado nutricional” – Nádia Santos, líder de Projeto da Coordenação Executiva da Pesquisa.

A diretora de Políticas de Atenção à Saúde da Sespa, Sâmia Borges, afirmou que a pesquisa será apoiada pela Sespa com o fortalecimento e monitoramento dos setes municípios participantes. “Estaremos mais próximos da Coordenação de Atenção Primária do município, que precisa se articular junto às ações de saúde da mulher e da criança, para que seja explicado o que é a pesquisa e a população que está sendo estudada receba os pesquisadores”, disse.

Rahilda Tuma, coordenadora estadual de Nutrição da Sespa

“Estamos apoiando no sentido de mostrar a UFRJ e pesquisadores locais quais os melhores caminhos para que a pesquisa tenha sucesso. Para conseguir essa abertura nos domicílios, um deles são os Centros Regionais de Saúde da Sespa e, dentro dos municípios, os agentes comunitários de saúde. Mas, para isso, eles também precisam conhecer o que é a pesquisa, quais são os objetivos e as vantagens”, informou a coordenadora estadual de Nutrição, Rahilda Tuma.

Ela disse ainda que, desde 2006, não é feito nenhum trabalho com tanta profundidade e detalhamento em relação à saúde de crianças, abrangendo, exames laboratoriais, que custam em torno de R$ 800, muitos deles específicos que ainda não são oferecidos pelo SUS.

“É uma oportunidade para os municípios terem um diagnóstico da saúde da sua população infantil. E o Estado, com base nessa amostra, poder ter um retrato de mais ou menos o que está acontecendo nas regiões de saúde e nos municípios. Então, o resultado será muito importante para fazermos adaptações e readaptações das políticas de saúde” – Rahilda Tuma, coordenadora estadual de Nutrição.

O Cosems vai colaborar com a divulgação e mobilização junto aos sete secretários municipais de Saúde dos municípios participantes. “É uma pesquisa muito importante porque vai mostrar um retrato nutricional das nossas crianças, como é que está o aleitamento, crescimento, estado nutricional das mães e, além disso, vão oferecer vários exames. Quem dera que a gente pudesse fazer isso nos 144 municípios do Estado, seria excelente”, disse a assessora técnica do Cosems, Sílvia Cumaru.

Nádia Santos fez um balanço positivo da reunião em Belém. “É muito bom quando a gente chega num estado e tem a receptividade que a gente teve aqui no Pará, porque a animação e engajamento das pessoas fazem total diferença para a pesquisa dar certo. São essas pessoas que estão na porta e a gente precisa muito delas”, disse se referindo aos representantes dos municípios que estavam presentes.

Para Gilberto Kac, essa é uma oportunidade única porque o pesquisador quer ver a sua pesquisa gerando impacto positivo, no caso da UFRJ, impacto na saúde.

“O Enani é um projeto interessante porque os dados que estamos produzindo efetivamente vão ser considerados na reformulação de uma série de ações e programas, inclusive, na revisão da Política de Controle de Deficiência de Micronutrientes. Então, sem dúvida, é uma satisfação muito grande. As pessoas estão muito motivadas e nós estamos mais tranquilos. Considero que o objetivo da visita foi cem por cento alcançado” – Gilberto Kac, professor titular da UFRJ e coordenador nacional do Enani.

Serviço:

O Enani dispõe de atendimento telefônico gratuito para tirar dúvidas: 0800 808 0990, tem site e também perfis nas redes sócias com todas as informações sobre a pesquisa.

Qual sua reação para esta matéria?
+1
0
+1
0
+1
0
+1
0
+1
0
+1
0
Ei, Psiu! Já viu essas?

Deixe seu comentário