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Sobrinho fala com a tia após 29 anos e em breve falará com o pai

Emocionante. Assim foi a reação da dona Dênia Maria Pinto da Silva ao falar por telefone com o sobrinho Gleisson de Lima Silva, que mora em São Paulo, e que ela não tinha nem notícia há 29 anos. Gleisson é filho do irmão de Dona Dênia, Valdemiro Pinto da Silva, que mora em uma fazenda perto da Palmares II, em Parauapebas (PA).

A conversa ocorreu por das 17 horas deste sábado, na casa dela na Rua Teotônio Vilela, no bairro Liberdade, também em Parauapebas. “Ele deve estar com mais de 30 anos, porque eu fui ao aniversário de cinco anos dele”, disse ela, acrescentando que o irmão dela também estava em busca dos filhos e chegaram até a fazer pesquisas na internet, mas não obtiveram sucesso.

Dona Dênia quase acertou. O sobrinho tem hoje 32 anos, é casado e pai de dois filhos. A irmã dele, Gláucia, também mora em São Paulo. Um detalhe curioso: desses 29 anos sem ver os filhos, “Seu” Valdemiro morou alguns anos em São Paulo, mas só agora vão se reencontrar pessoalmente.
Foi o caso mais rápido que já desvendei em minha vida: 24 horas. Isso mesmo: 24 horas. Recebi a solicitação do Gleisson por volta das 17 horas de sexta-feira, dia 6 de março, e às 17 horas de sábado, no Bairro Liberdade, eu confirmava todos os dados da investigação.

O Gleisson obteve uma informação de que o pai estaria morando em Parauapebas e que ele teria feito um concurso público para o Serviço Autônomo de Água e Esgoto de Parauapebas (Saeep). Aí ele entrou em contato com jornal e rádio online Carajás para pedir ajudar na sua investigação e o diretor da empresa de comunicação (site, jornal e rádio online), Carlos Refribon, passou o número do meu telefone para o Gleisson. Ele entrou em contato comigo e eu disse que se realmente o pai dele estivesse morando em Parauapebas que seria o caso mais rápido que estaria resolvendo. Como de fato foi. Primeiro, pesquisei e constatei que o pai dele não havia passado no concurso do Saeep.

Fiz mais umas investigações, obtive alguns dados e acionei a policial civil do estado do Ceará, Adriana Mesquita, que tem me dado um apoio fundamental nesta luta para encontrar pessoas, e ela me passou o endereço do Sr. Valdemiro. Fui ao bairro Liberdade e lá conversei com a irmã dele, dona Dênia, que me reconheceu pelo trabalho que fiz na localização do ex-andarilho Gabriel Costa de Carvalho, o primeiro caso desvendado por mim em novembro de 2018, quando encontrei a família dele em Brasília e em Formosa (GO). Quando ela me confirmou que se tratava realmente do sobrinho Gleisson e que o irmão dela estava em busca dos filhos, a emoção tomou conta de todos. Eu e ela choramos. Mais tarde, após conversar com o Gleisson por telefone, voltei à casa da tia dele no Liberdade e eles conversaram bastante e a emoção fez todos chorarem novamente.

 

Sétimo caso desvendado

É o quinto caso resolvido em quatro meses e o sétimo em 14 meses de investigações e dedicação ao trabalho de localização de pessoas desaparecidas. Atualmente, investigo mais de 15 casos. Os pedidos são de vários estados do Brasil e até da Itália.

Do Maranhão para São Paulo

Gleisson de Lima Silva nasceu em Bacabal (MA), mas foi levado para São Paulo com 4 para 5 anos de idade, juntamente com a irmã Gláucia. Isto foi em 1994. O sonho dele é reencontrar o pai. Neste domingo irei com a tia dele até uma fazenda perto da vila Palmares II, em Parauapebas, para tentar transmitir a notícia para o “Seu” Valdemiro e agendar o encontro dos dois para os próximos dias. A ideia é levá-lo da fazenda até a vila para que ele fale por telefone com o filho Gleisson – que está em São Paulo – e acertem o tão desejado encontro ao vivo e em cores.

Família grande

A família de Seu Valdemiro Silva é bastante grande. A mãe dele, Francisca Cardoso Pinto, teve três casamentos. “Ela ficou viúva, casou-se depois pela segunda vez. Ficou viúva de novo e casou-se pela terceira. O Valdemiro é meu irmão só por parte de pai, filho de Joacy. Do primeiro casamento da minha mãe só teve ele, que é o mais velho. Os outros onze irmãos são filhos dos outros dois casamentos dela. Somos todos da região de Bacabal, no Maranhão, mas o Valdemiro nasceu no distrito de Bicuíba, no município de São Bernardo, também no Maranhão. O pai dele e o meu já faleceram, mas minha mãe mora lá no Maranhão”, explicou dona Dênia.

A separação

Valdemiro Silva casou-se ainda jovem no Maranhão com Lucilene Maria Santos de Lima. O casal teve dois filhos, Gleisson e Gláucia. Após se separar de Valdemiro, ela resolveu ir embora sozinha para São Paulo. Depois um irmão dela levou as crianças. Separada, a vida foi difícil para Lucilene criar os dois filhos, mas conseguiu como diarista ou doméstica. Há dez anos ela trabalha numa casa de família na capital paulista. Hoje, com 51 anos, dona Lucilene mora perto dos filhos no Parque Savoy City, na zona leste de São Paulo.
Valdemiro tem o ensino médio e trabalhou muitos anos na profissão de soldador e nos últimos anos, desempregado, passou a prestar serviços em fazendas de Parauapebas.

O filho Gleisson, hoje com 32 anos, trabalhava em São Paulo com aplicativos, fazendo entregas de encomendas e alimentos, mas perdeu a moto recentemente e hoje faz o trabalho de bicicleta em áreas mais próximas e outros bicos como autônomo. “A moto quebrou e não tive dinheiro para mandar fazer o conserto e vendi do jeito que estava, para não perder dinheiro”, revelou o são paulino Gleisson, que é casado com Jussara Oliveira de Paula e tem dois filhos.

Dona Jussara faz cursos técnicos visando um bom emprego para ajudar o marido na criação e educação dos filhos.
A irmã dele, Gláucia, que também mora em São Paulo, é separada, tem um filho e no momento está desempregada.
Após 29 anos de busca, sofrimento e saudade, muito em breve, pai e filhos se reencontrarão e viverão felizes para sempre. “Seu” Valdemiro está separado, mas a ex-mulher, Lucilene, casou-se em São Paulo e tem três filhas. Mas pelo menos serão bons amigos e criarão os filhos cada um a seu modo. O importante é ser feliz na vida.

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