Pipoca, vatapá, canjica, bolo de milho, brincadeiras e muito arrasta-pé. “A fogueira estava queimando em homenagem a São João”, como diria o rei do baião, Luiz Gonzaga, e a Escola Municipal de Ensino Fundamental Terezinha de Jesus “botou quente” nos festejos, atraindo cerca de 2.000 pessoas do Bairro Cidade Jardim para a atração realizada na frente da unidade educacional.
Era por volta das 19 horas de sábado (24), e o pedreiro José Alencar da Silva, pai de aluno, cantava animado, alegando que a escola conseguiu tirá-lo de casa, em pleno dia de seu descanso, porque a notícia correu solta na comunidade de que a quadrilha junina da Tarezinha de Jesus estava muito animada.
“Eu ia me deitar cedo hoje, estava cansado. Mas minha mulher queria trazer as crianças à quadrilha e me chamou. Eu só vim porque um vizinho nosso passou aqui na festa e disse que estava bacana. Não me arrependo”, contou Alencar, dizendo que, se deixasse, ele teria energia para ficar até o sol raiar.
De acordo com a diretora do estabelecimento de ensino, Ivone Marçal, todos os servidores se envolveram na organização do evento, que é uma estratégia de também dar adeus ao semestre letivo, o qual está chegando ao fim. “A gente trabalha bastante e é importante promover um momento de descontração. A equipe da escola está muito feliz com o resultado”, declarou Ivone, destacando que a programação teve início às 18 horas e foi encerrada às 22.
EVENTO DE SUCESSO
A reportagem do Pebinha de Açúcar deu um giro pela cidade de Parauapebas para conferir os eventos paralelos ao tradicional festejo Jeca-Tatu, realizado na Praça de Eventos, Bairro Cidade Nova. No Cidade Jardim, conferiu que a quadrilha da Escola Terezinha de Jesus foi a programação mais povoada e sem confusão. O bairro, que tem cerca de 25 mil habitantes, também teve uma ou outra programação de rua, mas a escola conseguiu atrair até pessoas das adjacências, como a jovem Rita de Cássia Alves, 19 anos, que saiu das Casas Populares 2 para se divertir no arraial do Terezinha de Jesus. Toda emperiquitada para se mandar à Praça de Eventos com o namorado depois dali, onde iriam assistir ao festival Jeca Tatu, Cássia disse que a festinha escolar estava “show”.
Para o titular da Secretaria Municipal de Educação (Semed), Raimundo Neto, ouvido sobre os festejos realizados por algumas escolas municipais, é importante as unidades de ensino criarem estratégias para aproximar a comunidade em que se inserem do ambiente escolar. “Não há razão de a escola ficar presa em si mesma, entre muros. A escola é um espaço de socialização do conhecimento, e os festejos juninos socializam o trabalho de meses dos profissionais da educação com a comunidade, enfocando no entretenimento, tudo realizado sempre de forma ordeira”, destaca o secretário.
Todas as pessoas ouvidas pela reportagem aprovaram o evento e houve até quem indicasse repeteco. “A Terezinha de Jesus já pode fazer outro desse na volta às aulas, se quiser”, gritou um gaiato adolescente, enquanto arrochava no forró.