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Tia de paraense desaparecida em Brumadinho relata desorganização nas buscas e atendimento

A tia de Lenilda Cavalcante Andrade, a paraense que trabalhava em Brumadinho e está desparecida, conta que a espera por respostas tem sido angustiante. Dona Maria das Graças Ramos diz que não só ela, mas vários familiares de pessoas desparecidas, estão enfrentando um atendimento confuso, desinformado e lento. Para ela, chega a ser desrespeitoso. Vídeos, listas de nomes e informações sem checagem e sem filtro rondam as redes sociais digitais dos parantes das vítimas, desesperando a todos ainda mais.

Lenilda era técnica em planejamento da Vale. Nascida em Tucuruí, tem 36 anos e já morou em Parauapebas, onde parte de sua família reside. Ela trabalha há três anos em Brumadinho, onde também mora o filho dela, de 19 anos. O nome dela consta na lista de funcionários da Vale, que permanecem sem contato. Essa lista é atualizada constantemente, conforme a empresa consegue identificar pessoas resgatadas ou mortas.

Pela falta de informações mais precisas, parte da família da paraense está percorrendo hospitais da região metropolitana de Belo Horizonte por conta própria. Enquanto isso, dona Maria segue atualizando a família com informes de tudo o que tem ocorrido durante as buscas. Os relatos nem de longe são reconfortantes. Para ela, a desinformação e desorganização no atendimento às famílias dá margem para informações falsas.

“Teve um rapaz dando uma entrevista, sobre parentes dele, mostrando vídeos de pessoas sobre a lama, mortas, É uma situação difícil. Vemos o Corpo de Bombeiros parado, conversando, enquanto estamos em desespero com essa situação”, relata.

A opinião da tia de Lenilda sobre o trabalho do Corpo de Bombeiros foi mudando. No começo, considerava a todos heróis. Mas agora, acha que falta coordenação no trabalho, organização e empenho.

“O rapaz que estava dando a entrevista acha um descaso. Eu também acho. Depois de tudo o que aconteceu, mobilizaram até Israel. Dá para entender que a cidade vai ficar só uma carniça. Ninguém dá informações corretas. Sei que o pessoal está trabalhando incansavelmente, são heróis, mas nosso país não tem condições de cuidar desse cenário”, conclui Maria das Graças.

A Vale vem sendo questionada, pela Redação Integrada de O Liberal, desde sábado, para confirmar quantos outros paraenses estão entre os desaparecidos. Ou entre os mortos. Até agora, essa informação não foi repassada, apesar de ser uma informação essencial que poderia ser obtida do departamento de Recursos Humanos da empresa.

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