Pesquisar
Close this search box.
Pesquisar
Close this search box.

UFPA adota Enem como nota única para vestibular

Desde a última segunda-feira (3) a Universidade Federal do Pará (UFPA) decidiu adotar o Exame Nacional de Ensino Médio (Enem) como única etapa para o vestibular 2014. A decisão foi tomada em Belém pelo Consepe (Conselho Superior de Ensino, Pesquisa e Extensão).

Para o processo seletivo de 2014 a UFPA irá adotar o Enem de forma integral. Ou seja, terá fim a segunda etapa de provas de conhecimentos regionais que acontecia até então. De acordo com a coordenadora da UFPA do Campus de Marabá, Hildete Pereira dos Anjos, a decisão tem como principal motivação a Lei N° 12.799, sancionada pela presidenta Dilma Rousseff, que assegura a isenção do pagamento da taxa de inscrições para alunos de baixa renda.

“Com essa lei o que restaria das taxas de inscrição não seria suficiente para realizar a segunda etapa da prova e essa foi, inclusive, a argumentação do reitor da UFPA para a instituição ter aderido ao Enem”, explicou Hildete. Para o professor de literatura Valmir Gomes da Silva, que atua em um curso preparatório para o vestibular, a proposição do Enem é que todas as universidades do Brasil se alinhem ao Enem.

“Isso seria apenas uma questão de tempo. As universidades já não têm mais como ter vestibulares isolados e, gradativamente, elas vão se alinhar à preposição do governo Federal”, comentou, acrescentando que o Enem é uma prova com caráter mais universal”, explica o professor.
“Nós sabemos que hoje as universidades não têm mais como bancar um vestibular, não têm mais como se autofinanciar para realizar vestibulares em função da lei que a presidente instituiu há pouco tempo sobre a isenção de matrículas para alunos que ganham em torno de um salário mínimo e meio”, conclui Valmir.

Além desse fator, o professor destaca que pode ser melhor para os estudantes essa mudança, isso porque precisarão estudar apenas para uma prova e não para várias como estavam acostumados.
“Eu vejo isso como uma necessidade, não havia mais a possibilidade de a gente ter frente de vestibulares diferenciados. Existe o Enem, que é uma prova em nível nacional, depois tem a federal, com uma visão mais regional, e ainda a Uepa. Era muito difícil para os alunos”, exemplifica.

Para os professores, ainda conforme Valmir, a mudança também é bastante interessante. “A gente consegue focar mais nos alunos que irão sofrer um abalo muito grande, pois a prova do Enem tem um grau de complexidade maior que exige uma série de competências básicas e uma família de habilidades”, diz, explicando que o principal motivo causador de dificuldade para os alunos é que as escolas até hoje trabalham por disciplinas e o Enem atua por áreas.

Receio
Os estudantes ouvidos pela Reportagem mostraram receio com relação à decisão. Para Samuel de Mesquita Paiva, 18 anos, o novo método de entrar na federal não será favorável aos alunos da região porque a prova da UFPA, em relação a História, Geografia e às leituras obrigatórias, por exemplo, tinham questões voltadas para a realidade da região. “Agora, como o Enem é nacional, os alunos que tentavam vir de outras regiões para o Pará terão mais facilidade para entrar na faculdade. O IDEB (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) das regiões Sul e Sudeste é maior que o do Norte, então sabemos que se eles vierem para cá o número de aprovados daquelas regiões será maior”.

Jéssica Ferreira Barros, 18 anos, também acredita que muitos alunos terão que se desdobrar para conseguirem entrar na UFPA. “Vai ser um choque porque teremos que reformular a forma como aprendíamos e exercitávamos, mas teremos que nos adequar ao que está sendo imposto”, declarou, acrescentando que a educação no Brasil apresenta muitas falhas que prejudicam o rendimento de muitos na prova nacional.

Reportagem: Luciana Marschall e Narcisio Cruz

Qual sua reação para esta matéria?
+1
0
+1
0
+1
0
+1
0
+1
0
+1
0
Ei, Psiu! Já viu essas?

Deixe seu comentário