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Uso de celular ao volante mata 1,3 milhão de pessoas a cada ano

Estudantes da escola pública Jonathas Pontes Athias e colaboradores do Hospital Regional do Sudeste do Pará – Dr. Geraldo Veloso (HRSP), em Marabá, foram orientados, nesta semana, sobre hábitos que podem ser fatais: uso de celular ao volante, mergulho em águas rasas e má postura. A ação fez parte da campanha ”Neuro em Ação”, promovida pela Sociedade Brasileira de Neurocirurgia (SBN), com o apoio da Pró-Saúde Associação Beneficente de Assistência Social e Hospitalar, gestora do HRSP, sob contrato com a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa).

Com o tema ”Use a cabeça, proteja seu corpo”, a iniciativa tem o objetivo de conscientizar a população sobre a prevenção de traumas medulares e, assim, contribuir para a melhoria da qualidade de vida na região.

De acordo com o neurocirurgião Sandro Cavalcante, que é membro da SBN e atua no Hospital Regional de Marabá, os hábitos destacados na campanha são as principais causas de traumatismo raquimedular. Somente um deles, por exemplo, é responsável pela morte de mais de 1,3 milhão de pessoas no mundo a cada ano. É o caso do uso de celular ao volante, que aumenta em 400% o risco de acidentes e é considerado seis vezes mais perigoso que a combinação álcool e direção.

”Há pesquisas que apontam que algumas pessoas, ao utilizarem o celular, apresentam um ritmo cerebral diferente, como se estivessem tendo uma convulsão, ou seja, naquele momento, elas não têm domínio sobre si. No caso do carro, é como se elas deixassem de ser motoristas e se tornassem passageiros, ou seja, o veículo está se deslocando sem um condutor de fato”, explicou o médico.

Em agosto, o eletricista Demerval Lima foi vítima desse hábito. Ele sofreu um acidente porque perdeu a direção após pegar o celular. Acordou minutos depois, rodeado por uma multidão e sem alguns movimentos. ”Eu aprendi a lição. Infelizmente precisou acontecer uma tragédia. Mas, graças a Deus, estou vivo. Agora meu celular vai ficar no banco do carona e, se alguém ligar, retorno quando estiver estacionado”, disse o usuário, que ficou internado no Hospital Regional de Marabá por quase um mês.

Maus hábitos

Segundo o médico Adriano Morais, que também integra a equipe de palestrantes da campanha, o mergulho em piscinas, rios e mares é outro hábito perigoso. Prova disso é que representa a quarta principal causa de lesão medular no Brasil, sendo que a metade das vítimas desses traumas ficam tetraplégicas.

”Mais de 90% desses pacientes são homens. A maioria desconhece a profundidade do local ou acha que ela é suficiente para aguentar o impacto da queda, e não é. Com isso, um momento que seria de diversão se torna um grande perigo!”, argumentou o neurocirurgião.

Em relação à má postura, o médico comentou que a posição inadequada da coluna pode provocar lombalgia, causa mais frequente de afastamentos de trabalhadores no País. A doença tem como fatores de risco: idade, rigidez muscular, gravidez, ganho de peso, genética, ergonomia, estado mental e transporte ou levantamento de objetos pesados, como a mochila escolar.

Para a técnica de Enfermagem da Central de Material Esterilizado, Elisângela Câmara, que participou do bate-papo no HRSP, as orientações foram esclarecedoras. ”Eu percebi que tenho muitas posturas incorretas: sento errado para usar computador, para assistir televisão e para dirigir. Agora vou me policiar e orientar a minha família a tomar esses cuidados também”, disse a colaboradora.

Direção Viva

Nos dias 18 e 19, a Pró-Saúde dará continuidade à sensibilização quanto ao uso de celular ao volante em Marabá. Dessa vez o alerta será direcionado a usuários ambulatoriais da unidade e estudantes de autoescolas, como parte da programação da quinta edição do ”Direção Viva”.

O programa ”Direção Viva” é um projeto contínuo, que ocorre em todas as unidades públicas gerenciadas pela Pró-Saúde no Pará. A iniciativa consiste em promover ações de educação em saúde voltadas à conscientização sobre as sequelas oriundas de traumas por acidentes de trânsito. Com o programa, busca-se disseminar a informação sobre o impacto dos acidentes de trânsito na sociedade, bem como, formar multiplicadores no processo de combate à insegurança no trânsito.

No sudeste paraense, o Hospital Regional de Marabá é referência em atendimento de trauma de média e alta complexidades. No primeiro semestre de 2017, a unidade atendeu mais de 1.300 vítimas de acidentes de trânsito.

Reportagem: Aretha Fernandes / Agência Pará de Notícias

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