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Vacinação de crianças contra a gripe ainda não atingiu a meta no Pará

A Campanha Nacional de Vacinação contra a Gripe será encerrada nesta sexta-feira (15), e o índice de cobertura vacinal entre crianças menores de cinco anos ainda é preocupante no Pará – até o momento, a cobertura é de apenas 57,64%. A preocupação se deve ao fato de crianças nessa faixa etária, assim como idosos e gestantes, serem mais suscetíveis às complicações causadas pela gripe, como a Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG).

Por isso, a coordenadora estadual de Imunização, Jaíra Ataíde, faz um apelo aos pais e responsáveis por crianças de seis meses a menores de cinco anos para que levem seus filhos, sobrinhos, netos e bisnetos ao posto de vacinação para fazer a imunização. “É uma vacina segura, que protege contra três vírus que causam a gripe: Influenza A (H1N1), Influenza A (H3N2) e Influenza B, que nos casos graves podem até levar à morte”, ressaltou a coordenadora estadual.

O Pará ainda precisa vacinar mais de 400 mil pessoas até esta sexta-feira, para que consiga atingir a meta de proteger 90% da população destinatária, aponta o Sistema de Informações do Programa Nacional de Imunizações (PNI) do Ministério da Saúde.

Até o momento, o Pará alcançou uma cobertura vacinal de 70%, tendo imunizado 1,1 milhão de pessoas, incluindo grupos destinatários da campanha. A maior cobertura está entre os trabalhadores de saúde, com 82,42%, seguidos dos professores (com 81,96%), das mulheres puérperas (81,73%), dos idosos com mais de 60 anos de idade (80,21%), indígenas (72,89%), gestantes (69,52%) e crianças de seis meses a menores de cinco anos (57,64%).

A situação da campanha no Pará melhorou, mas muitos municípios ainda não atingiram a meta do Ministério da Saúde. A situação em alguns municípios é a seguinte: Ananindeua (52,05%), Altamira (81,77%), Belém (63,80%), Marabá (89,85%), Redenção (94,71%), Cametá (76,56%), Santarém (57,37%), Breves (41,25%), Capanema (73,33%), Paragominas (67,28%), Santa Izabel do Pará (72,72%), Soure (87,16%), Barcarena (52,83%) e Castanhal (70,60%).

Atendimento – A gripe é uma infecção viral aguda que atinge as vias respiratórias, tem comportamento sazonal, elevada transmissibilidade e distribuição global – um indivíduo pode contraí-la várias vezes ao longo da vida. A doença começa geralmente com febre alta, seguida de dores musculares, na garganta e na cabeça, além de coriza e tosse seca. Alguns casos podem evoluir para complicações graves, como pneumonia, necessitando de internação hospitalar, como aconteceu com a chefe da Divisão Epidemiológica da Sespa, Fátima Chaves, que ainda está se recuperando, depois de ter ficado internada por oito dias com SRAG.

Fátima ressaltou a importância de os profissionais de saúde que atuam nos serviços de urgência e emergência, públicos ou privados, darem a devida atenção às queixas dos pacientes. “Eu precisei ir duas vezes à urgência com queixa de febre, dor torácica e desconforto respiratório, sendo que nas duas vezes não pediram exame de sangue nem radiografia, e disseram que eu não tinha nada, que os pulmões estavam limpos”, relatou Fátima Chaves.

“Como na segunda vez cheguei com febre muito alta e delirando, fui levada para um leito da urgência. Então, fui bem atendida pelo médico assistente, responsável pelos leitos de observação. Ele solicitou exames de sangue e raios X, prescreveu as medicações corretas para administração imediata e me mandou para casa, orientando para retornar para internação em caso de piora do quadro”, detalhou a gestora.

Segundo Fátima Chaves, no entanto, nenhum médico indicou a administração do medicamento Tamiflu, mesmo ela sendo do grupo de risco, pois é asmática. “Temos que reivindicar cuidados adequados e conduta e tratamento imediato para evitar a evolução, como a que apresentei, tendo necessitado ficar quatro dias recebendo oxigênio devido à conduta médica incorreta na urgência e emergência”, alertou Fátima Chaves.

Para evitar situações como essa, ela aconselha às famílias que procurem tomar a vacina contra a gripe, pois a pessoa vacinada tem menos risco de ter o quadro da doença agravado.

Dados – De acordo com a Divisão de Vigilância Epidemiológica da Sespa, até o momento foram notificados 445 casos de SRAG, dos quais 30 pacientes morreram.

A série histórica aponta que, em 2009, foram confirmados 1.568 casos de SRAG; 833 em 2010; 28 em 2011; 162 em 2012; 766 em 2013; 194 em 2014; 175 em 2015; 1.033 em 2016 e 832 em 2017. Nos últimos três anos, 183 pessoas morreram por causa dessa complicação, sendo 19 em 2015, 93 em 2016 e 71 em 2017.

Campanha – A meta da campanha é vacinar 1,6 milhão de pessoas em todo o Pará, o que corresponde a 90% da população prioritária – crianças entre seis meses e menores de cinco anos, idosos com mais de 60 anos de idade, mulheres grávidas em qualquer idade gestacional e puérperas (mulheres que tiveram bebês há até 45 dias), trabalhadores de saúde e professores das áreas pública e privada, indígenas aldeados, adolescentes e jovens de 12 a 21 anos que cumprem medidas socioeducativas, detentos e funcionários do sistema penitenciário, e indivíduos com doenças crônicas comprovadas por laudo médico.

Para evitar a gripe, a população também deve adotar algumas medidas preventivas, como lavar e higienizar as mãos antes de consumir alimentos e após tossir e espirrar; utilizar lenço descartável para higiene nasal; cobrir nariz e boca quando espirrar ou tossir; evitar tocar nas mucosas dos olhos, nariz e boca; não compartilhar objetos de uso pessoal, como talheres, pratos, copos e garrafas; manter os ambientes bem ventilados e evitar ficar perto de pessoas com sinais e sintomas de gripe.

Os dados da campanha são atualizados constantemente pelas secretarias Municipais de Saúde, que alimentam o vacinômetro do Ministério da Saúde, acessível à população por meio do link: http://sipni.datasus.gov.br/si-pni-web/faces/relatorio/consolidado/vacinometroInfluenza.jsf

Reportagem: Roberta Vilanova | Agência Pará de Notícias
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