A sessão ordinária da Câmara Municipal de Parauapebas da última terça-feira (7) foi marcada por debates acalorados em torno da Moção de Repúdio nº 18/2025, apresentada pela vereadora de oposição Maquivalda Barros (PDT). A proposta tinha como objetivo manifestar descontentamento com a postura do prefeito Aurélio Goiano (Avante) durante a Cavalgada da Feira de Agronegócios de Parauapebas (FAP), realizada no dia 20 de setembro.
Na justificativa, Maquivalda afirmou que o prefeito teria proferido ofensas e injúrias contra o vereador Fred Sanção (PL) e seus familiares, e que a situação teria se agravado ao final do evento, quando “assessores e pessoas ligadas ao chefe do Executivo tentaram agredir fisicamente o vereador e sua equipe”.
Segundo a parlamentar, a atitude do prefeito extrapolou divergências pessoais e atingiu a esfera institucional. “Não se trata de um desentendimento pessoal, mas de agressões motivadas pela atuação política de um representante eleito do povo. Atacar um parlamentar por suas posições é atentar contra a democracia, a independência dos poderes e o direito da sociedade de ser representada”, afirmou.
Divergências no plenário
Apesar da defesa da autora, a maioria dos vereadores optou por rejeitar a moção. O vereador Zé da Lata (Avante), disse que o desentendimento entre Aurélio Goiano e Fred Sanção teria começado em uma sessão anterior. “Quando não quer ser atacado, não ataque. É simples. Eu sou contra violência e não vi o Aurélio agredindo ninguém. Agora ele vai responder pelo ato dos outros?”, questionou.
Já Fred Sanção, alvo do episódio, afirmou que para ele o caso está superado, mas deixou um alerta: “Eu só quero que todos fiquem atentos, porque amanhã pode ser com qualquer um de vocês. Da mesma forma que colegas lavam as mãos hoje, amanhã podem precisar do colega e não vão ter o apoio devido”, disse.
O líder do governo, Léo Márcio (SD), defendeu que o caminho para resolver divergências deve ser o diálogo. “Acredito que a melhor forma é a gente conversar, rever situações. Uma moção não vai resolver isso, não vai mudar nada, e por isso votei contra”, pontuou.
Arquivamento
Com a maioria contrária, a Moção de Repúdio nº 18/2025 foi rejeitada e arquivada, encerrando a tentativa de formalizar a manifestação da Câmara contra o prefeito.