Pesquisar
Close this search box.
Pesquisar
Close this search box.

Violência aumenta 35% em Parauapebas entre 2013 e 2014 e município ‘evolui’ no ranking

Que os municípios paraenses são, do ponto de vista da segurança pública, considerados violentos, isso não é novidade. Por aqui, quase tudo se revolve à base de tiro, porrada e bomba, sem se esquecer, é claro, da peixeira. A questão, agora, é entender por que se chegou a tal ponto, descontrolável. Essa é, entre outras, uma das indagações do quentíssimo  201″Mapa da Violência6: Homicídios por Armas de Fogo no Brasil”, que acaba de sair do forno, elaborado pelo grupo de pesquisa coordenado pelo sociólogo Julio Jacobo Waiselfisz.

Às vésperas das eleições municipais, o Mapa da Violência 2016, divulgado nesta quinta-feira (25), está em versão preliminar e não esconde – ou melhor, apenas reforça – o que todos estão carecas de saber: Marabá e Parauapebas estão entre os mais violentos do Brasil.

Muito mais importante que essa constatação, contudo, é o fato de o mapa poder servir de base para um princípio de reflexão sobre o qual os candidatos às prefeituras devam formular propostas coerentes, objetivas e concretas de enfrentamento à criminalidade e de ocupação de jovens, estes os quais recrutados em grande número (pela falta de perspectivas) para matar ou morrer.

Dos 150 municípios brasileiros com mais elevada taxa de assassinatos pelo uso de arma de fogo, os dois principais e mais populosos do sudeste paraense estão no meio, espremidos entre rios de sangue. O detalhe é que em um a violência avança e em outro a violência regride.

Os dados do Mapa da Violência 2016 têm carência de dois anos; portanto, retratam a realidade do Brasil, seus estados, capitais e municípios verificada em 2014.

Se Marabá conseguiu diminuir com louvor seus índices de violência, Parauapebas, seu abençoado e ilustre filho, andou na contramão. A relação parece a de uma típica família economicamente rica (com maus modos sociais, ressalte-se) em que a mãe, uma senhora da bagaceira, resolve, um dia, se redimir, mas o filho plebeu insiste em se jogar na gandaia, “usufruindo” do legado do mal que a genitora deixou.

Ilações à parte, Parauapebas caminha para se tornar um dos mais violentos do Brasil, aponta o Mapa da Violência 2016. De rico discreto, agora o município desponta no badalado submundo dos assassinatos, tendo “evoluído” de 65 mortes por arma de fogo em 2013 para 88 apenas um ano depois. Está na 147ª colocação hoje, mas dez anos atrás estava em 250ª.

De um ano para outro, a quantidade de mortes na “Capital do Minério” disparou 35%. E isso não é tudo: a taxa de assassinatos de Parauapebas já é maior que a de Marabá, tomando apenas o ano de 2014 como parâmetro. Isoladamente em 2014, Parauapebas se posiciona entre os 100 mais violentos do Brasil, uma triste notícia quando o que se quer é geralmente tirá-lo daí.

Mas nem sempre Parauapebas foi esse deus nos acuda. Tudo começou em 2012, quando houve um pico de violência, com 81 pessoas liquidadas a tiros. Antes disso, em 2011, por exemplo, a violência sepultou 52. Ou seja, entre 2011 e 2012, a mortandade disparou 55%, uma escalada nunca antes vista. A média de mortes ficava sempre na casa das cinco dezenas de óbitos, mas atualmente se aproxima de uma centena.

A desenvolver-se desta forma, no amanhecer da próxima década Parauapebas estará entre os dez mais violentos do Brasil. Com sua taxa de mortes apenas por arma de fogo, Parauapebas já mata mais que praticamente o dobro das bombas do Iraque. Se fosse um país, apenas a Venezuela estaria a sua frente, em termos desse tipo de letalidade.

E se a realidade não for rapidamente mudada, com a integração dos poderes públicos e a sociedade civil organizada, sua condição de “segundo no mundo” será apenas um “por enquanto”. É que a tendência, na melhor da pior das hipóteses apresentada pelo Mapa da Violência 2016, é – infeliz e lamentavelmente – piorar.

Reportagem: André Santos – Colaborador do Portal Pebinha de Açúcar

Qual sua reação para esta matéria?
+1
0
+1
0
+1
0
+1
0
+1
0
+1
0
Ei, Psiu! Já viu essas?

Deixe seu comentário