O ano de 2017 vai entrar para a história dos bons anúncios sobre Curionópolis, um município pacato e até bem pouco tempo só conhecido por poucas referências, entre elas: possuir o garimpo de Serra Pelada. Agora, a mineradora multinacional Vale e o Governo Municipal unem esforços para escrever um novo capítulo na história desse pedaço de chão encravado nas bordas do complexo minerados de Carajás e que há três décadas e meia chegou a se intitular “Capital Nacional do Ouro”.
Na última quinta-feira (24), a audiência pública realizada pela empresa para balizar a ampliação da estrutura mínero-industrial do projeto Serra Leste levou dezenas de pessoas a discutirem algo que, desde a década de 1980, Curionópolis não sabe bem o que é: desenvolvimento — e não apenas o econômico, mas também o social.
A Vale quer aumentar sua atual capacidade de produção em Serra Leste, de 6 milhões de toneladas por ano de minério de ferro para 10 milhões de toneladas — disso decorre, inclusive, o nome da ampliação, intitulada “10 Mtpa”, em referência resumida ao acréscimo de “milhões de toneladas por ano”. De olho nos bons ares que vêm do Oriente, a mineradora nem sabe se vai usar todo esse minério, mas já se antecipa em se preparar para fortes emoções e demandas eventuais do melhor minério de ferro do mundo.
A ampliação prevê contratar cerca de 1.300 trabalhadores, cujos currículos devem começar a ser recebidos provavelmente no primeiro trimestre de 2018 — ou antes. Quando a implantação acabar, serão contratados em torno de 1.100 pessoas para a etapa fixa da operação em postos de trabalho especializados e com perfil ocupacional distinto dos empregos da instalação.
Para que tudo isso ocorra, a Vale está acelerando o passo. Ela já aprontou o Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e o Relatório de Impacto Ambiental (Rima) do projeto, documentos imprescindíveis que objetivam avaliar impactos ambientais decorrentes da instalação de um empreendimento — ou a mega-ampliação de um já existente, como em Serra Leste — e estabelecer programas para monitoramento e mitigação desses impactos.
Agora, entra na etapa de fogo, de enfrentar a população de Curionópolis. Na audiência desta quinta, que foi bastante tranquila e produtiva, a empresa foi sabatinada e deu um passo adiante para cumprir o processo de licenciamento ambiental para fazer seu projeto operar nas dimensões desejadas.
A Associação Paraense de Engenheiros de Minas (Assopem), que divulgou com exclusividade reportagem que rodou o Brasil sobre o 10Mtpa e os empregos decorrentes, entrou em contato com o prefeito o prefeito Adonei Aguiar para saber dele o que planeja para Curionópolis, na alegria e na tristeza econômica. A Assopem foi muito bem atendida pelo gestor, que diz estar trabalhando “incansavelmente” para “revolucionar” aquele município.
Com informações da Associação Paraense de Engenheiros de Minas (Assopem)