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Trabalhadores na educação aprovam a permanência de Shirlean na Semed

Passados 30 dias da queda da então Secretária Municipal de Educação, Francisca Ciza (PSDB), ainda se especula sobre o nome de seu sucessor.
Continua na cadeira, interinamente, Shirlean Rodrigues da Costa, que assumiu a vaga em um momento de crise dado ao fato da greve que durou cerca de 20 dias. Apesar do momento crítico, Shirlean caiu no gosto dos trabalhadores e servidores da educação ao equacionar os dias da greve e concluir a negociação da pauta apresentada pelos grevistas.

“Ele foi coerente e dispôs a conversar com a categoria de forma técnica, beneficiando tanto o governo como a categoria”, disse o professor Marcos, salientando que o secretário sentou com o COMEPA (Conselho Municipal de Educação de Parauapebas) e discutiu assuntos de interesses da classe.
Coordenadores do Sintepp (Sindicato dos Trabalhadores na Educação Pública), Fábio Santos e Márcia Quaresma comungam a mesma opinião e torcem pela permanência de Shirlean por entender que, de forma técnica, defende os trabalhadores da categoria.

Na opinião da professora Vânia Almeida, Shirlean, tem o preparo adquirido na área administrativa em uma grande empresa e já demonstrou atenção aos problemas da classe quando, mesmo sem fazer parte da secretaria municipal de educação, ouviu os coordenadores do movimento em período de greve.
“Torço para que o Shirlean fique, pois é alguem que sabe conversar com as pessoas como já provou”, almeja ela.
Veterano na educação em Parauapebas, o professor Jesse James, avalia ter sido uma excelente escolha o nome de Shirlean, e cita sua ativa atuação como administrador, e o fato da pouca manifestação contra sua permanência na pasta.

“Precisamos de alguém que interaja com a categoria, e ele tem demonstrado a flexibilidade e habilidades necessárias para isto”, avaliou Jesse James, enfatizando ser necessário a permanência de Shirlean na pasta para, de acordo com sua opinião, mostrar sua capacidade de gestão.

Nossa equipe de reportagem entrevistou em off vários professores e servidores da educação pública que não quiseram gravar entrevistas com medo de retaliações futuras. Maioria absoluta deles se declararam a favor da nomeação de Shirlean como Secretário Municipal de Educação; alegando o fato deste precisar de mais tempo para desempenhar bem sua gestão que, segundo eles, começou no caminho certo.

Indicações
Por se tratar de um cargo político outros três nomes são cogitados para suceder a recém exonerada secrataria municipal de educação, Francisca Ciza:
Francisângela Rezende (PMDB), Juliana (PSDB) e Rui (PT).

De acordo com entendedores da política local, a nomeação da ex vereadora Francisâgela, para a pasta, significaria o retorno das “viúvas de Bel Mesquita” que se dispersaram e de novo se ajuntariam e articulariam a ressurreição da ex-prefeita que continua politicamente “em queda livre”.

É visível o desgaste de Juliana que, além de ser, segundo fontes, uma indicação do ex-vereador Faisal Salmen, enfrenta muitas reclamações no exercício da atual função que exerce, assessora no gabinete do prefeito. Para alguns, se ela já apresenta ares de arrogância sendo apenas assessora será ainda mais se tornando titular de uma pasta.
Quanto a Rui, seu partido torna pouco provável sua nomeação, levando em conta ser ainda, segundo vozes experientes da política local, muito cedo para um casamento entre reconhecidos rivais na política local.

Reportagem: Francesco Costa

Campanha de Vacinação contra poliomielite inicia nesse Sábado (8)

A poliomielite, também conhecida como paralisia infantil, teve seu último caso registrado em território brasileiro em 1989 e recebeu da Organização Mundial de Saúde (OMS) o certificado de erradicação da doença em 1994.

Com o objetivo de manter a doença fora do país, tem início nesse sábado (8) a 34ª Campanha Nacional de Vacinação contra Poliomielite com a meta de vacinar 12,2 milhões de crianças de 6 meses de idade a menores de 5 anos e irá se estender até dia 21 deste mês.

Em Parauapebas a Secretaria Municipal de Saúde disponibilizará mais de 16.600 doses da vacina no Hospital Municipal e em postos de saúde espalhados em mais de 20 bairros e zona rural.

Vale lembrar que não existe tratamento para a poliomielite, mas somente a prevenção, por meio da vacinação e que os pais ou responsáveis deverão portar a carteira de vacinação da criança.

A vacina protege contra os três sorotipos do poliovírus 1, 2 e 3. A eficácia da imunização é em torno de 90% a 95%. Ela é recomendada mesmo para as crianças que estejam com tosse, gripe, coriza, rinite ou diarreia.

Em 13 anos, Parauapebas “conquistou” oito favelas e 13,6 mil favelados

O número de favelões na zona urbana de Parauapebas saltou de zero para oito entre 2000 e 2013, e atualmente a cidade concentra 13,6 mil cidadãos morando em lugares onde, sem o devido ordenamento, como rege o Plano Diretor municipal, o poder público jamais poderá atuar. Trocando em miúdos, em Parauapebas existe uma cidade inteira pouco maior que Curionópolis só de favelados. E nem adiantaria suavizar o termo porque, na técnica estatística, essa parcela da população é, infelizmente, chamada assim, justamente para abrir os olhos de prefeitos inertes e indiferentes à urbanização de seus respectivos municípios.
Beiras de rio, florestas, morros, encostas, toda a paisagem natural teve de abrir caminho a uma marcha sem fronteira de sem-teto que em algum lugar deveria se alojar para não avolumar a estatística dos que atualmente dormem na sarjeta – 273, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no município que mais rende dinheiro com transações comerciais no exterior.

No fundo, essa quantidade absurda – e que não para de crescer – de favelados expõe o fracasso da gestão dos recursos multimilionários que entram no caixa da prefeitura local e que se perdem sem que a população tenha a devida prestação de contas. Entre 1997 e 2012, o volume de royalties de mineração que entrou na conta-corrente da Prefeitura Municipal de Parauapebas seria suficiente para construir 30 mil unidades residências. Ou seja, daria para fazer o maior programa de habitação do Estado.

Na prática, porém, o que se visualiza em pleno século 21 é um município cheio de contradições internas – e as mais graves por ser o maior minerador do país – e que rema contra uma maré de azar, em 2013, agravada pela insatisfação da população em não aguentar mais ser espoliada pelo sistema que ela mesma ajudou a instaurar e a manter.

GRANA NA CONTA
Enquanto os sem-teto fazem o maior auê por causa de moradia, a conta da prefeitura, apesar da queda na arrecadação de Compensação Financeira pela Exploração Mineral (CFEM), vai caminhando, à base do caladinho, muito bem de saúde, obrigado. Ontem, dia 5 de junho, felizes R$ 20.924.527,73 entraram na conta-corrente da prefeitura no Banco do Brasil. Não é um valor de fazer vergonha, mas fevereiro e março foram bem mais rentáveis.

Esses R$ 21 milhõezinhos, tadinhos, são apenas R$ 2,6 milhões mais gordos que os R$ 18.286.947,02 com que a conta da prefeitura foi contemplada no mês passado. Ajuntando tudo – royalties, recursos da educação, da saúde, cota-parte de ICMS, de FPM, impostos, entre outras fontes –, o município recebeu na conta gorda R$ 59.564.527,76. Marabá, que é mais populoso, viu entrar só metade disso em sua pobre continha. Esses quase R$ 60 milhões do mês de maio, em Parauapebas, seriam suficientes para construir 1.500 residências a um custo unitário tolerável.

Por outro lado, os habitantes do município só tomaram cano: pagaram em impostos, do primeiro dia deste ano até hoje, R$ 332,2 milhões. É muito dinheiro para pouco serviço no quintal do Pará.
A trilha sonora de grande parte dos que não têm moradia (só para lembrar: 66 mil sem casa própria e, destes, 34 mil em moradias condenáveis) é à Zé Ramalho e bem conhecida de todos: “Cidadão” (1979). “Tá vendo aquele edifício, moço? Ajudei a levantar. Foi um tempo de aflição; eram quatro ‘condução’, duas pra ir, duas pra voltar. Hoje, depois dele pronto, olho pra cima e fico tonto. Mas me vem um cidadão e me diz, desconfiado, ‘tu tá aí admirado ou tá querendo roubar?’ (…)”.

Reportagem: André Santos

Segundo município mais rico do Pará é um dos piores do Brasil em moradia

No momento em que a Prefeitura Municipal de Parauapebas vive seu inferno astral, enfrentando uma onda de manifestações de populares que reivindicam o direito à moradia, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulga números que jogam um balde de água fria no visual de riqueza e soberba da segunda praça financeira do Pará. O estudo intitulado Nota Técnica: Estimativas do Déficit Habitacional Brasileiro (2007-2011), produzido em maio e com grande repercussão nacional neste início de mês, aponta o que todos já estão carecas de saber: faltam ordenamento territorial urbano e – muito mais que isso – casas para os parauapebenses.

No Brasil, o déficit habitacional é de 5.409.210 residências (8,8% sobre o total existente), enquanto no Pará, o terceiro pior Estado em quantidade de ausência de unidades domiciliares, faltam 393.486. É como se o Estado precisasse construir cinco Marabás ou oito Parauapebas lotados de casas para tirar uma parcela da população que está – entre aluguel, morando de favor ou na sarjeta – na galha do pau.

PARADOXO TOTAL
Quem diria que o segundo município mais rico do Pará fosse posar nas estatísticas nacionais entre os 100 piores em déficit de moradias. É isso mesmo. Sem tirar nem pôr, o Ipea acaba de mostrar que o município de Parauapebas é o 87º pior em déficit habitacional. Mas não é só isso. Se for considerado o critério do “adensamento excessivo em domicílios locados”, a “Capital do Minério” é a 39ª do Brasil entre os atuais 5.570 municípios. Uma vergonha.

Os números divulgados pelo Ipea são preocupantes e revelam o descaso histórico das administrações municipais por décadas a fio, sendo elas coniventes com a especulação imobiliária, que, por seu turno, dificultou a universalização do acesso à moradia em Parauapebas. A supervalorização bestial do metro quadrado amparada por uma suposta ascensão de renda – que sequer chega a ser maior que a média brasileira e é uma das piores em distribuição interna – também contribuiu para o que se visualiza hoje: manifestações por espaços, muitos deles condenáveis e impróprios à habitação.
As quatro últimas gestões do município, nas mãos das quais passou R$ 1,18 bilhão, entre 1997 e 2012, foram incompetentes para resolver o gargalo que, em 1997, ainda era mínimo. O déficit, ao longo dos anos, tornou-se uma bola de neve e chegou ao final de 2012 a 20.725 domicílios, 18.867 deles na zona urbana. A população municipal sem casa própria é, atualmente, de 65.766 pessoas, 59.225 delas se virando como podem na cidade de Parauapebas. É quase uma cidade de Redenção (70.065 habitantes) sem teto.

NÃO É NOVIDADE
A Nota Técnica do Ipea, alardeada na imprensa nacional neste começo de mês, só reforça o que o Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) “Análise da Importância da Compensação Financeira pela Exploração Mineral para o Município de Parauapebas (PA)” (disponível em: <http://www.ebah.com.br/content/ABAAAfp4AAE/tcc-royaltiesmineracaoparauapebas>) adiantou em março deste ano na página 36 – um dos motivos pelos quais se tornou um dos TCCs mais acessados da rede Ebah e até usando como referências em trabalhos acadêmicos diversos e pesquisas em andamento.

Em linhas gerais, Parauapebas é uma bomba-relógio no que diz respeito à habitação. De acordo com o Ipea, a falta de casas para desafogar, no mínimo, o atual espectro do município chega a 9.450 unidades. Dessa conta são desconsiderados aqueles que, embora não tenham casa própria, têm condições de pagar aluguel e moram confortavelmente. O total de pessoas no município que, por outro lado, residem precariamente é de 33.962 cidadãos.

Esses números vêm a reboque de programas de habitação fracassados Brasil afora e, em nível de Parauapebas, depõem contra a imagem de uma cidade onde, entre 2000 e 2010, o “boom” da construção de apartamentos foi o maior do país, com o assustador crescimento de 7.287% – saltou de 79 unidades para 5.836.
O lado absurdo é que esse crescimento, excludente, foi feito para atender a uma parcela da classe média local que gravita em torno de uma cega visão de eternidade de minérios e riquezas, o que, ao largo das previsões, está condenada a falir.

Reportagem: André Santos

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