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Clean Gestão Ambiental pode estar com os dias contados em Parauapebas

Depois de um ano de muitas manifestações e até mesmo pequenas greves realizadas por pessoas ligadas ao seu quadro de funcionários e também prestadores de serviços, a empresa Clean Gestão Ambiental, contratada da Prefeitura Municipal de Parauapebas (PMP), para prestar os serviços de coleta de lixo e limpeza urbana em geral, pode estar com os dias contados no município.

De acordo com informações preliminares que chegaram ao conhecimento da equipe de reportagem do Portal Pebinha de Açúcar, mais da metade dos atuais funcionários da empresa Clean Gestão Ambiental, com sede no bairro Beira Rio, em Parauapebas, já teriam assinado o Aviso Prévio, sendo que os mesmos teriam sido orientados a procurar o escritório da empresa Sanepav Saneamento Ambiental, que tem sua matriz no Estado de São Paulo e que já teria alugado uma área em Parauapebas para servir de garagem e escritório.
A Sanepav deve assumir o lugar da empresa Clean Gestão Ambiental a qualquer momento.

Denúncia
Recentemente o Blog Sol do Carajás, publicou uma matéria que afirmava que alguns carros de lixo de uma empresa que poderia ter ligações com a Sanepav, estavam estacionados na zona rural de Parauapebas só esperando o momento para começar os serviços da empresa em Parauapebas. Abaixo, segue a foto que segundo o editor do Blog Sol do Carajás, teria sido enviada por um suposto denunciante.

Carros da Sanepav já estariam em Parauapebas
Carros da Sanepav já estariam em Parauapebas

Sobre a Sanepav
Fundada em 1996, a Sanepav Saneamento Ambiental LTDA oferece ao setor público e privado soluções inovadoras na área de saneamento, limpeza urbana e gerenciamento de resíduos.
A empresa presta os mais variados serviços ligados à limpeza pública e privada, desde fornecimento de mão de obra até maquinários e demais equipamentos necessários para o bom desempenho operacional.
Atende atualmente a cerca de 1 milhão de pessoas por mês, coletando mensalmente cerca de 13 mil toneladas de resíduos gerados pelos municípios parceiros, e com varrição mensal de cerca de 10 mil km manualmente.
Conta com mais de mil funcionários espalhados pelo Brasil, com uma frota de cerca de 80 caminhões, além de locação de máquinas e equipamentos.
Com mais de dez anos de experiência na área.

Outro lado
Na tarde desta terça-feira (28), a reportagem do Portal Pebinha de Açúcar entrou em contato com a Assessoria de Comunicação (ASCOM) da Prefeitura Municipal de Parauapebas, para que a mesma se posicione sobre as informações divulgadas nesta matéria. Assim que a ASCOM nos enviar a nota, publicaremos na íntegra.

Procuramos também a direção local da Clean Gestão Ambiental para comentar sobre o assunto, porém não obtivemos resposta por telefone. Nossa equipe de reportagem se coloca à disposição da empresa para que a mesma possa dar sua resposta sobre a matéria.

Reportagem: Bariloche Silva – Da redação do Portal Pebinha de Açúcar

Em 2013, Marabá foi o município que mais progrediu na balança comercial

Não foi o aço de excelente qualidade produzido pelas siderúrgicas. Não foi o rebanho de 660 mil cabeças que faz de Marabá a 18ª maior praça bovina do país. Não foi o movimento comercial que, de uma hora para outra, descobriu R$ 2,75 bilhões escondidos no bolso da população da terra da Tucunaré. Nada disso.
O minério de cobre é a mais nova vedete da economia de Marabá e responsável por fazer o município dar o maior salto da balança comercial, entre as localidades produtoras, ao longo do ano passado.
Marabá entrou 2013 sendo o quarto maior exportador do Pará – atrás de Parauapebas, Barcarena e Canaã dos Carajás – e o 94º numa lista que tinha 2.462 localidades. O município, que exportou à época pouco mais de 518 milhões de dólares, ainda estava aprendendo a lidar com a mineração de cobre, extraído em concentrado de bom teor pela mineradora Vale do projeto Salobo, cujo depósito medido e provado é o maior do Brasil, com 1,24 bilhão de toneladas do metal.

Tudo melhorou consideravelmente no raiar de 2014. Marabá avançou muitas casas, no ranking das exportações, e até deixou seu agora rival em cobre, Canaã dos Carajás, para trás. Não que a mina do Sossego, da Vale em Canaã, tenha retrocedido. Pelo contrário, a produção vai bem, obrigado, e o empreendimento só tem previsão de encerrar as atividades em 2023, segundo documento elaborado pela própria Vale.
Mas é que, com a expansão do projeto Salobo e a redescoberta do município pelos estrangeiros, Marabá mudou de um ano para outro sua principal matriz econômica e, agora, se tornou o 61º maior exportador do país. Tudo aconteceu tão rápido que, ao rememorar 2012, a siderurgia ainda era o principal sustentáculo econômico do município, de acordo com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, que divulgou na semana passada dados referentes à balança comercial brasileira.
Durante 2013, Marabá exportou 878 milhões de dólares em produtos e serviços, 41% a mais que em 2012. O município apresentou o 33º melhor saldo da balança brasileira, com lucro de 806 milhões de dólares, mais que o dobro apurado com os 361 milhões de dólares de 2012 – um extraordinário crescimento de 123%. O Brasil só tem a agradecer com esse desempenho todo, responsável por colocar Marabá à frente de metrópoles como a poderosa Belo Horizonte, a sexta mais populosa e a quinta mais rica do país.

QUEM “VIL” METAL?
Vale tirou quase R$ 1 bi em cobre, mas Marabá ficou com apenas R$ 12,8 mi

Que a sociedade precisa discutir mais a importância de Marabá no cenário da mineração, isso é fato. E o foco precisa estar além do cobre do Salobo, embora esse metal seja o que careça maior atenção entre todas as commodities exportadas, já que ele sai rumo ao mundo, ninguém vê e pouca notícia se tem do durante e do depois. O antes se traduz nas maravilhas estatísticas que põem Marabá lá em cima, mas que, de forma concreta, estão muito distante da realidade da população local.
Acostumado a enfrentar a miríade de problemas sociais despejada pela vizinhança em sua estrutura urbana, exatamente por conta do crescimento populacional ocasionado pela atividade mineral em terras que um dia foram suas, Marabá está, a cada dia, caminhando para se tornar um município de base mineral.
De seu solo jorra água mineral e são minerados areia, cascalho, argila e saibro. E ainda tem um manganês de excelente qualidade, explotado pela Mineração Buritirama em larga escala e sobre qual pouco conhecimento se tem.

Esses bens minerais colocam Marabá no limiar entre o céu e o inferno. Céu porque é louvável dizer que a arrecadação de royalties de mineração por parte do município foi a que mais cresceu entre 2012 e 2013, considerando-se todos os 2.438 municípios mineradores do Brasil. O município saltou de R$ 4.158.292,24 arrecadados em 2012 (39º lugar) para R$ 20.788.805 em 2013 (13º lugar), tornando-se mais forte que muitas localidades tradicionais de Minas Gerais e mesmo do Pará, onde – neste último Estado – apenas Parauapebas e Canaã dos Carajás recolheram mais compensação.
Inferno porque, mesmo com esse salto de 400%, apenas R$ 12.763.712,63 entraram na conta-corrente da Prefeitura Municipal de Marabá a título de cota-parte. Na amplidão do horizonte, é um valor tão irrisório que deixa qualquer um sem graça, quando se tem de anunciar que as empresas mineradoras tiraram do solo de Marabá R$ 206.769.725,54 em minérios em 2012 e cinco vezes mais (R$ 1.045.468.233,45) em 2013. A Vale sozinha retirou do solo de Marabá R$ 967.401.873,30 em cobre, praticamente nove vezes mais em relação ao que extraiu em 2012 (um total de R$ 125.346.388,77).
O confronto entre o que a Vale lucrou com o cobre e o que o município de Marabá ganhou é penosamente estratosférico, com vitória arrebatadora para a empresa privada. Na moral da história, quem mais perde são os 251 mil habitantes atuais, que devem se ampliar para 260 mil até o último dia deste ano, nas estimativas oficiais, e ainda têm de conviver com gargalos despejados pelas zonas de “progresso”, como Parauapebas (sede do Projeto Ferro Carajás), Canaã dos Carajás (sede do Sossego e de S11D), Rondon do Pará (sede do Alumina Rondon) e Altamira (sede do canteiro de obras da Usina Hidrelétrica de Belo Monte). Não se pode negar que, quando alguém adoece gravemente nesses lugares, pensa primeiramente em ir a Marabá, que também é sede de várias representações dos governos estadual e federal.
Para piorar o inferno astral, nem de muito longe os recursos produzidos apenas em Marabá chegam a sua população carente (seu “Joãozinho” ou dona “Mariazinha” que passam fome em algum lugar das 11 favelas nas quais se espremem cerca de 29 mil marabaenses). É duro, mas é verdade. Tão duro é compreender, processar e digerir a sina do metal mais ilustre de Marabá, o cobre, que amolecerá sorrisos e facilitará transações do outro lado do Atlântico.
PRODUTOS COBIÇADOS
Gringos de 27 países ficam loucos pelas benesses de Marabá

É verdade que o melhor ano de Marabá, no cenário econômico, foi 2008, quando o município atingiu seu primeiro – e único até o momento – bilhão de dólares em exportações (US$ 1.101.611.616), particularmente escorado em outro produto mineral, o manganês, extraído pela Buritirama. Depois desse ano, após a crise financeira mundial, a economia de Marabá foi derrubada, mas agora, mais de meia década após, dá sinais de franca recuperação.
Lá fora, Marabá está em alta. Em 2013, 27 países compraram produtos “in natura” daqui: cobre em concentrado, ferro fundido, carne bovina, soja, manganês e madeira. Os alemães vão ao delírio com a qualidade do cobre do Salobo, tanto que levaram, sozinhos, 49,24% do produto marabaense, que, lá fora, passou a ser mais valorizado que o cobre do Sossego, de Canaã – cada um com suas particularidades e utilidades. Os estadunidenses compraram 21,52% dos minérios (cobre e manganês) marabaenses e os poloneses levaram embora outros 12,84%. Russos, israelitas, chineses, honcongueses, mexicanos, suecos, ucranianos, venezuelanos, egípcios, espanhóis, franceses, líbios, cazaquistãos, colombianos, entre outros, também negociaram com industriais brasileiros para pegar um pouco da vasta gama de commodities da terrinha do “Filho da Mistura”.
Hoje, entre os 5.570 municípios brasileiros, Marabá é o de número 163 entre as economias. É mais rico que Palmas, capital do Tocantins. Se continuar como está, nos próximos dois anos, o município se verá no pelotão das 100 maiores praças financeiras, mas sem a ganância de Parauapebas, que não saberia se reproduzir sem a Vale e a indústria extrativa – algo que Marabá nem precisou aprender nesse seu um século de vida, obra e graça.

No entanto, como tudo tem suas dores, o potencial de Marabá cobiçado lá fora – e às vezes nem tão conhecido por seus empresários e administradores – muito pouco ou quase nada diz respeito a uma considerável parcela da população local, acostumada a ver a grandeza do município na mídia nacional medida em catástrofes naturais, como a enchente que anualmente tira centenas de casa, e em índices de violência, com a cidade sempre estampada entre primeira, terceira e quinta mais violenta do país.
A riqueza é grande. Os gargalos a vencer – para conciliar produção, desenvolvimento e igualdade social – são maiores, já que, conforme o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM), Marabá está a meio caminho (2.716º) do “ruim”, embora se comporte como “mediano”, o que ilustra o verdadeiro disparate entre o que produz e o que é, de fato. Se é verdade que esses dados não podem ser justificativa de inércia e conformismo, é evidente também que Marabá tem muito a mostrar e extrair, basta a sociedade começar a fiscalizar a apropriação de seu patrimônio mineral. Há muita diferença a fazer.

Reportagem: André Santos

Mineradora abre 450 vagas de capacitação em Canaã dos Carajás

A Vale abrirá inscrições para o Programa de Preparação para o Mercado de Trabalho (PPMT) em Canaã dos Carajás. Serão 450 vagas para os cursos de pedreiro de alvenaria, ferreiro armador, auxiliar de escritório, assistente de almoxarife e técnicas de cozinha. Interessados podem se inscrever nos dias 28 e 29 de janeiro no Sistema Nacional de Empregos (Sine) do município.

O candidato precisa ser maior de 18 anos e ter ensino fundamental completo, além de apresentar carteira de trabalho, documento de identidade, comprovante de escolaridade e duas fotos 3×4. Todos os cursos são gratuitos e tem duração média de quatro meses. As aulas começam no dia 3 de fevereiro.

O PPMT é promovido pela Vale em regiões onde a empresa desenvolve projetos de capital, com a capacitação profissional em cursos que aumentam o nível de empregabilidade das comunidades onde atua.

Secretaria de Urbanismo elege servidor padrão

Através do voto secreto servidores da Semurb (Secretaria Municipal de Urbanismo de Parauapebas) elegeu seu “Servidor Padrão”.
A eleita foi a servidora do setor de recursos humanos, Luzirene dos Santos Silva, com 45 votos; em segundo lugar ficou Raiana Cristina, do departamento de limpeza pública com 20 votos; e em terceiro lugar, Dennis Rossi com quinze votos. Os demais votos foram pulverizados nos demais candidatos.

Resultado
Para o Secretário Municipal de Urbanismo, Raimundo Augusto dos Santos Neto, a eleição não teve como propósito ofertar prêmios ou qualquer quantia em dinheiro; e quem participou do processo eleitoral poderia votar e ser votado. “Porém o eleito tem a obrigação de continuar sendo a pessoa luz e fonte inspiradora, pois no atual governo o gestor municipal exige que a comunidade seja a contemplada com qualidade em tudo”, disse Augusto Neto.

Augusto Neto - Secretário de Urbanismo
Augusto Neto – Secretário de Urbanismo

A politica pública de valorização do servidor público municipal está sendo dinamizado a partir do primeiro dia do atual governo, ano passado, foram ofertado dezenas de cursos internos para que cada cidadão tenha tido oportunidade de se reciclar, como conhecimento, ganha sociedade, família, e o próprio servidor que aumenta seu padrão financeiro, profissional, além da qualidade de vida.

Luzirene dos Santos Silva, disse não esperar tamanha aprovação e com ares de surpresa disse que agora além de honrada se sente na responsabilidade de fazer ainda melhor seu trabalho. “Servir aos servidores, este tem sido meu papel, pois presto um serviço interno e nem sempre é possível agradar a todos, mas pelo visto tenho conseguido pelo menos com a maioria”, avaliou Luzirene, que planeja tentar fazer ainda melhor daqui para frente.

Luzirene dos Santos Silva
Luzirene dos Santos Silva

Parauapebas foi o município que mais mandou riquezas embora em 2013

Dos 2.354 municípios exportadores do Brasil, ao longo de 2013, Parauapebas foi o que mais entregou riquezas ao mundo, conforme dados do Ministério do Desenvolvimento. A “Capital do Minério” exportou mais de 10 bilhões de dólares (na verdade, 10.079.920.849 dólares), sendo que seus recursos minerais, extraídos e vendidos pela empresa Vale, representam 99,77% das exportações – o minério de ferro valeu 9,86 bilhões de dólares lá fora e o manganês, 193,7 milhões de dólares.
Esta não é a primeira vez em que, no balanço anual, Parauapebas surge como um dos maiores exportadores do país. Ocorre que, agora, o município alcançou o pódio, deixando para trás geradores de riquezas de peso e tradicionais cambistas, como as metrópoles mundiais São Paulo e Rio de Janeiro e as zonas portuárias Santos (SP), Angra dos Reis (RJ), Rio Grande (RS) e Paranaguá (PR).
A diferença entre Parauapebas e esses outros municípios está no traquejo como as negociações são conduzidas e nas reivindicações que suas comunidades fazem, já que não aceitam perder para o sistema e, por isso, são algumas das sociedades com os mais elevados níveis de qualidade de vida do país.

PARA ONDE VAI
Asiáticos são “tarados” pelo melhor minério do mundo

Quando se diz que, hoje, Parauapebas é o 25º município mais rico do Brasil, é preciso analisar como essa riqueza se processa, para onde ela vai e com quem, de fato ela, fica. O Produto Interno Bruto (PIB) da “Capital do Minério”, por exemplo, é apenas produzido (ou extraído) em seu espaço geográfico, mas vai fazer a diferença muito longe do Pará.
A primeira viagem é de 892 quilômetros, até São Luís, capital do Maranhão. A riqueza de Parauapebas vai embora, diariamente, pela Estrada de Ferro Carajás (EFC), cujo trem – em 330 vagões – leva a grana e traz malas cheias de dilemas e problemas sociais. Só em minério de ferro, nos 12 meses de 2013, a Vale levou de Parauapebas o suficiente para erguer 18 mil torres Eiffell, aquele megamonumento que é símbolo de Paris, capital francesa. No frigir dos ovos, o PIB de Parauapebas, que não fica em Parauapebas, é embarcado no porto da Madeira, no Maranhão, e de lá cruza oceanos para ser abocanhado, majoritariamente, pelos asiáticos.
Gulosos, os chineses sozinhos consomem 51,87% do minério de ferro de Parauapebas, commodity que é a estrela das exportações brasileiras. Espertos e milenares na arte “made in”, os chineses misturam o minério paraense com o deles (procedimento chamado blendagem) e, daí, revendem mais caro ou beneficiam.
Vizinhos de Pacífico e de olhos puxados dos sinos, os japoneses desfrutam de 10,35% do ferro parauapebense, cujo teor chega a ser de 67,2% de hematita pura, como é o caso do produto da mina de N5, que apresenta ainda excelente taxa de recuperação de 91,2%.
Em terceiro na fila para pegar o produto genuinamente parauapebense estão os sul-coreanos, que consomem 7,26% do minério exportado, disputando grama a grama com os alemães, que compram 7,15% do trunfo de Parauapebas. A lista ainda tem franceses, italianos e outros 20 interessados em comprar nem que seja o pó do melhor ferro do mundo, que, algum tempo depois, retorna ao Pará disfarçado em artigos com nem tanto luxo, mas que, ainda assim, custam “o olho da cara”.
E assim, o PIB vai embora de Parauapebas, embora o município só leve alguma vantagem ou nome nas estatísticas oficiais por ser o local de produção. Ao menos isso, para servir de consolo.
O outro consolo são os royalties pagos como compensação pela extração mineral e com os quais a Prefeitura Municipal de Parauapebas foi agraciada no valor de R$ 450.805.592,51. Esses mais de 450 milhões de reais seriam, em tese, suficientes para fazer uma verdadeira revolução no município e torná-lo digno do título de “Capital do Minério”.
Na prática, porém, o que se visualiza é uma violência contra os recursos naturais que há décadas vem sendo praticada e que, silenciosamente, gerou todas as demais formas de violência com que, atualmente, Parauapebas é assolado.

CONTRADIÇÕES
Quem mais exportou foi o 2º que mais demitiu. Como?

Contraditoriamente, o município que mais exportou em 2013 é, também, o segundo que mais desempregou. E como pode isso? Simples: depois do comércio e do serviço público, a mineração é a atividade que mais emprega em Parauapebas. Em 2013, com a desmobilização de frentes de trabalho no setor e o encerramento de contratos entre a Vale e empreiteiras, muita gente foi parar na rua. Essas demissões fazem o município perder recursos, e muito, devido à falta de circulação de capital produzido pela massa salarial.
Imediatamente, o comércio sente as dores, visto que – como, em Parauapebas, tudo gira em torno de minérios – com menos gente empregada, menos dinheiro se terá para comprar e movimentar o potencial de consumo. Aí, o setor de serviços passa a demitir porque comerciante algum vai segurar funcionário no emprego se não entra dinheiro no caixa sequer para pagamento de consumos básicos.
Nessa confusão toda, Parauapebas apresentou o pior saldo de sua história no estoque de empregos, com 5.795 desligamentos. Em 2012, ao contrário, foram incrementados mais 4.068 trabalhadores. A ascensão do projeto S11D, em Canaã dos Carajás, que, no pico das obras, precisará de 5.271 trabalhadores, mascarou um pouco a crise em Parauapebas, já que milhares de trabalhadores se mudaram – e ainda estão se mudando – para a “Terra Prometida” e outros que trabalham lá residem em Parauapebas, que está com todo fôlego para se tornar uma mera cidade-dormitório de Canaã quando as minas de Serra Norte forem exauridas.
Mas como Parauapebas demitiu tanto e se manteve o maior exportador? Simples. Com a revolução tecnológica que chegou à indústria extrativa, notadamente a partir dos anos de 1990 e 2000, as máquinas passaram a fazer o trabalho de dezenas de homens. Então, em muitos casos, demitir significa reduzir custos, já que retroescavadeiras, caminhões fora de estrada, robôs e supercomputadores fazem o serviço “braçal” e até “intelectual” de humanos. A produção não pode parar.
Por outro lado, mais desempregados nas ruas elevam as estatísticas de criminalidade e acentuam as desigualdades sociais, com o aumento de mazelas (fome, sede, doenças, ocupação irregular, entre outros). É um típico modelo desleal de pobreza financiada pela riqueza – esta útil somente aos gringos espertos e às grandes companhias.
Alheio e adormecido a tudo o que acontece em seu seio, Parauapebas teve o melhor saldo na balança comercial do país, com “lucro” de 9.890.968.681 dólares. O segundo colocado na balança, Rio Grande, teve apenas metade desse saldo, 4.931.762.441 dólares. Todos esses valores – quase impronunciáveis – não dizem muita coisa ao cidadão comum, que dá duro ou que acabou de ser demitido. E não poderia ser diferente, se até o próprio município, em sua totalidade, desconhece o valor que tem.

Reportagem: André Santos

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