Já iniciada, a construção do CCZ (Centro de Controle de Zoonoses) foi paralisada em Parauapebas. A obra, segundo o Conselho Municipal de Saúde de Parauapebas, tem muitas irregularidades e também não tem a anuência do conselho que deve averiguar todos os tramites e projetos da obra.
Enfermeira Leonice de Oliveira Alves é a presidente do Conselho Municipal de Saúde de Parauapebas, ela detalha que a obra fica na VS-10, em frente ao presídio em construção, e uma das irregularidades apontada por ela é a proximidade de residências, mas isso não é, em seu parecer, o maior agravante. “Um dos motivos que nos fez intervir na suspensão da obra do CCZ, foi o fato de que esse projeto não tenha passado pelo Conselho de Saúde, portanto desconhecíamos e não demos anuência”, explica Leonice, detalhando ainda que foi solicitado para que os arquitetos e engenheiros da SEMOB (Secretaria Municipal de Obras de Parauapebas) mostrassem a planta da obra e, para a surpresa de todos, eles também desconheciam.
Ainda segundo Leonice, o projeto foi feito por uma consultora contratada em 2013 pelo Secretário de Saúde anterior, o que também não foi levado ao conhecimento do Conselho de Saúde. Mas ela denuncia ainda que o projeto arquitetônico está totalmente equivocado. “Não era para nossa população, mas sim para outro tipo de população, quando percebemos também que estava fora da portaria 52, que rege esta implantação, então começamos a fazer o estudo e descobrimos que não houveram profissionais para avaliar o terreno e o lençol freático. Na verdade, hipoteticamente pensaram que o lençol freático no local é fundo, mas não tiveram parecer técnico, e não podemos fazer sem que tenhamos conhecimento disso. E nem mesmo a vigilância sanitária soube dar explicações”, denuncia Leonice, mensurando ainda que deveria ser construído uma estrutura para uma população de 100 a 500 mil habitantes e o que estavam querendo construir era com o porte para uma cidade para mais de 500 mil habitantes.
Para tentar resolver o impasse, o Conselho Municipal de Saúde chamou os responsáveis, a Secretaria de Saúde, através de seu gestor, e houveram várias discussões e nestas o Conselho deliberou através de Resolução que a obra, que já havia sido iniciada, fosse suspensa até que as autoridades responsáveis reformulem o projeto arquitetônico e se faça estudos técnicos geológicos. Mas ela diz ter estranhado que, contudo isso, nenhuma autoridade procurou dar explicações e ao invés disto apontam o Conselho de Saúde como oposição, enquanto, em sua opinião, deveriam ser parabenizados por evitar uma catástrofe posterior.
A Conselheira de Saúde mensura que seria mais barato trabalhar com orientações aos donos de animais, que não são muitos, já que quase nem carroças são usadas em nosso município. E defende que a população sim, precisa de unidades de saúde. E dá como exemplo claro o bairro Rio Verde, com uma população de aproximados 70 mil pessoas, e ali foi locada uma casa para atendimento de saúde, não tendo atendimento odontológico; nem exames simples como, por exemplo, teste do pezinho; nem coleta de materiais para exames. Problemas que ela diz terem sido discutidos e defendidas prioridades iguais, tanto para o Posto de Saúde no bairro Rio Verde quanto para o CCZ. “E fazendo uma avaliação como ser humano, em nome dos usuários, o Centro de Saúde do bairro Rio Verde é muito mais importante do que o CCZ”, avalia ela, repetindo que para atender os problemas de Zoonoses pode se fazer uma campanha educativa para minimizar, mas quanto à saúde da população é preciso de posto de saúde. Ela conta ainda que não é só no Rio Verde, vários outros bairros também estão nesta condição.
Reportagem: Francesco Costa – Da Redação do Portal Pebinha de Açúcar
Foto: Arquivo / Pebinha de Açúcar