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Melhor escola da região, nas objetivas do Enem, é de Parauapebas

Deu Colégio Pitágoras, localizado no Núcleo Urbano de Carajás, município de Parauapebas, como a escola com a melhor média no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) em 2014. Com 580,47 pontos nas provas objetivas (linguagens, matemática, ciências da natureza e ciências humanas), o Pitágoras de Carajás, escola particular considerada de elite, desbancou escolas tradicionais de Marabá, município que, no entanto, emplacou o maior número de unidades educacionais com mais de 500 pontos de média na edição 2014 do exame.

Apesar de não ficar na sede municipal de Parauapebas, mas em núcleo – considerado extensão urbana – construído pela Vale nos anos de 1980 para abrigar seus funcionários e familiares, o Pitágoras acumula outro pódio na região: ele tem, segundo o Ministério da Educação (MEC), o mais alto índice de permanência, superior a 80%. Ou seja, além de ser o melhor nas provas objetivas, é a escola de onde quem entra para cursar o ensino médio não quer sair – e dificilmente o fará enquanto puder pagar a mensalidade.

O Pitágoras está entre as 2.000 escolas do país com melhores médias nas provas objetivas, porém sua pontuação em redação foi de apenas 607,01. Na prática, com essa nota em redação, um candidato qualquer que queira entrar em cursos concorridos como Medicina, Direito e alguns ramos de Engenharia vai ter de botar para quebrar (ir de muito bem a excelente) nas questões objetivas, com nota média de, ao menos, 750 pontos para começar a pensar em garantir um lugar à sombra nos cursos mais cobiçados das federais.

SALVAÇÃO DA LAVOURA
Marabá tem as melhores da região na parte vilã do Enem: a redação

Em segundo lugar no ranking das escolas do Sudeste Paraense nas objetivas aparece o colégio particular marabaense Futuro Educacional, com média de 570,14 pontos, dez abaixo do parauapebense Pitágoras. Posicionado entre as 2.500 melhores escolas do país, o Futuro ficou atrás do Pitágoras nas médias de praticamente todas as áreas das objetivas. Porém, foi a melhor escola do interior do Pará na parte que mais elimina no Enem e é responsável, na maioria das situações, por colocar o aluno na universidade: a redação.

Com 707,83 pontos de média em textos dissertativos, apenas dois colégios de interior na Amazônia batem as redações dos marabaenses do Futuro Educacional: os particulares Santa Terezinha, em Imperatriz (MA), com 732,09 pontos, e Colégio Olimpo, em Araguaína (TO), com 741,74 pontos.

O Futuro está entre as dez escolas paraenses com maior média de pontos na redação do Enem, mas não é só ela, de Marabá, que leva vantagem na região Sudeste do Pará. Atrás do Futuro, aparecem os colégios Êxito (656,58 pontos), Alvorada (644,29 pontos) e Monte Castelo (619,06 pontos). Fora de Marabá, o melhor colocado foi o Campus de Tucuruí do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará (IFPA), com 642,22 pontos na redação – o campus, aliás, é a melhor escola pública da região Sudeste do Pará e ocupa o 3º lugar geral, atrás dos particulares Pitágoras e Futuro Educacional, com 569,6 pontos nas objetivas.

Marabá também possui as escolas públicas estaduais com as maiores notas gerais da região, inclusive, uma delas, a Pequeno Príncipe, foi a única do Sudeste Paraense a ter média em redação acima de 500 pontos.

Reportagem especial: André Santos – Colaborador do Portal Pebinha de Açúcar

Depois de desbloqueio da estrada de ferro, trem de passageiros circulou normalmente neste sábado

A Vale informa que a Estrada de Ferro Carajás (EFC) foi desocupada por volta das 7h40 da manhã desta sexta-feira (7/8) por integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Os manifestantes mantinham a ferrovia bloqueada desde a madrugada de quarta-feira (5/8) em trecho no município de Parauapebas ( PA), tendo ateado fogo em madeira sobre os trilhos e impedindo o tráfego ferroviário.

Após a desocupação dos trilhos, a Vale iniciou o trabalho de reparos na linha férrea no trecho invadido para a retomada das operações. A interdição prejudicou as atividades de transporte de passageiros ( que beneficia cerca de 1.300 usuários por dia nos estados do Pará e Maranhão), de minérios, carga geral e de combustíveis para a região.

A Vale informa que adotará ações judiciais contra os líderes do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra e todos aqueles que invadiram a Estrada de Ferro Carajás, visando a responsabilização pelos crimes praticados, bem como para buscar a indenização pelos danos causados pelos invasores durante a obstrução da ferrovia.

O ato de impedir ou perturbar serviço da Estrada de Ferro Carajás, destruindo e danificando a linha férrea, colocando obstáculos na linha e praticando ato que possa resultar em desastre ferroviário, é crime previsto no Código Penal Brasileiro e afronta o Estado Democrático de Direito baseado no respeito as leis. Os invasores incorreram, ainda, em crime de desobediência à ordem judicial concedida pela Justiça Estadual de Parauapebas, que havia determinado a reintegração do trecho ferrovia invadido, com imposição de multa diária de 50 mil reais para cada invasor.

A Vale reforça que cumpre com todas as suas obrigações legais, ambientais, tributárias e esclarece que todos os imóveis com reservas minerais, compensação ambiental ou para apoio à atividade de mineração não se prestam às atividades de agricultura e nem para fins de reforma agrária, inclusive por imposição de lei.

Sobre o Trem de Passageiros

O Trem de Passageiros voltou a circular amanhã, sábado (8/8) partindo de São Luis ( MA) com destino a Parauapebas (PA). A partir de segunda-feira (10/8), os passageiros podem realizar remarcação ou solicitar reembolso de passagem de quinta e sexta ( 6 e 7/8), dias em que o trem de passageiros não circulou devido a interdição. Mais informações podem ser obtidas pelo Alô Ferrovias: 0800 285 7000.

Sobre a Vale

A Vale ressalta que as atividades realizadas ao longo de 30 anos no Pará contribuem de forma decisiva para o desenvolvimento socioeconômico do Estado. Os municípios onde a empresa opera apresentam crescimento e se desenvolvem impulsionados pela mineração, atraindo novos empreendimentos. De acordo com o Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM), a balança mineral do Pará registou, em 2014, saldo de mais de US$ 9 bilhões. As exportações de bens minerais representaram 70,6% do total exportado pelo Estado, somente no ano passado.

O Pará contribui com cerca de 37% para o saldo Brasil do setor mineral e ocupa o 2º lugar em arrecadação da CFEM (Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais). Além disso, os principais municípios onde a empresa está presente estão entre os três maiores arrecadadores da CFEM: Parauapebas, Canaã dos Carajás e Marabá. O Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal (IFDM), equivalente ao IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) da ONU, revela que os municípios mineradores ocupam as dez primeiras colocações no Pará, comprovando a contribuição da atividade para o desenvolvimento socioeconômico local.

Amat reúne prefeitos da região para discutir problemas na saúde

Prefeitos, vereadores e secretários de saúde das 38 cidades do sul do Pará que fazem parte da Associação dos Municípios Araguaia-Tocantins (Amat) participaram, na última terça-feira (4), no Hotel Gold Ville, em Marabá, de reunião para discutir os principais problemas na área da saúde da região.

De acordo com o prefeito de Bannach e presidente da Amat, Valber Milhomem, os problemas relacionados à essa área têm sido preocupação constante entre os prefeitos que compõem a associação. Entre as principais reivindicações estão os recursos atrasados que ainda não foram repassados pelo governo do estado às prefeituras. “Por este motivo, tivemos a ideia de realizar esta reunião. Queremos achar uma solução para ver se o governo ao menos repasse esses recursos de forma parcelada”.

“A saúde não tem como esperar. As demandas chegam até a associação e nós tentamos encaminhá-las o mais rápido possível para que elas sejam resolvidas. Esse tem sido nosso papel. Já temos, inclusive, uma audiência marcada com o governador Simão Jatene para tratar do assunto”, ressaltou Milhomem. Temos a consciência que os hospitais regionais criados por Jatene têm ajudado a salvar muitas vidas em nossa região, completa ele, mas precisamos potencializar esses atendimentos.

Segundo o presidente do Conselho de Secretarias Municipais de Saúde do Estado do Pará (COSEMS/PA), Charles Tocantins, os valores atrasados pelo estado são referentes à contrapartidas para o Samu, as Upas, além de vigilância em saúde, assistência farmacêutica e ao PAB (Programa de Atenção Básica à Saúde). “Precisamos formar consórcios como forma de unirmos esforços no sentido de nos prepararmos para enfrentar problemas como estes”, reforçou Tocantins.

Para o prefeito de São Félix do Xingu, João Cleber, os atrasos nos repasses da verba da saúde têm prejudicado a população de um dos municípios mais populosos do Pará. “Espero que o problema se resolva o mais rápido possível, pois o governador Jatene tem se mostrado sensível a causa e tenho certeza que ele encontrará uma solução. Entendemos as dificuldades do governo, por isso fizemos essa reunião, no intuito de dialogarmos e acharmos a melhor forma para que isto seja resolvido”, disse Cleber.

Ao final da reunião foi elaborado um documento oficial contendo as principais reivindicações na área da saúde das 38 prefeituras, que será encaminhado ao Secretário de Saúde Pública do Estado, Vitor Mateus, e ao governador do Estado Simão Jatene.

Reportagem e foto: Wesley Costa

Reflexões e provocações sobre a proposta de terceirização do ensino público paraense

Bastou o processo ser divulgado no formato de artigo no jornal “O Globo” do último dia 27, que a questão tornou-se pública e o debate começou.

A proposta em análise a “grosso modo” é simples: transferir a gestão das escolas estaduais para a iniciativa privada que seria a gestora desses espaços, mantidos ainda por repasses do próprio governo. Ou seja, o governo manteria esses espaços educacionais apenas repassando verbas, e não mais como o gestor, participando ativamente do processo de ensino-aprendizagem e gestão pedagógica. Em título de comparação, a proposta á é realidade na saúde pública paraense, no que se refere a operacionalização dos Hospitais Regionais, que são geridos pelas chamadas OS (Organizações Sociais).

O que chama atenção no processo (e que o referido artigo publicou) foi a intenção de “testar” o modelo no Pará. O atual secretário de educação, Helenilson Pontes, afirmou saber que se trata de uma iniciativa polêmica, mas aposta no sucesso do projeto (mesmo sendo em caráter de teste).

A proposta de terceirização da educação pública no Pará é a constatação da incompetência das gestões do PSDB na área (duas gestões do ex-governador Almir Gabriel e duas do atual governador Simão Jatene, que já exerce o seu terceiro mandato), haja vista, que os tucanos chegaram ao poder em 1994, implementando uma dinastia no Pará, interrompida quatro anos pelo governo do PT. Nesses 17 anos de gestão não se observam melhoras significativas na área, pelo contrário, o quadro da educação pública paraense piorou. Bastaria um dado para confirmar esse triste cenário: nota do IDEB (Índice de desenvolvimento da Educação Básica) do Pará, que é o pior do Brasil.

O projeto de terceirização seria portanto, tentativa por parte do governo de tentar melhorar a caótica situação da educação pública paraense, transferindo assim a gestão para a iniciativa privada, atestando a incapacidade do Estado, via governos tucanos de melhorar o referido cenário educacional.

A proposta é a instauração de um modelo de educação conhecido como: “Escolas Chater”, iniciado nos Estados Unidos na década de 1990, e que atende alunos carentes através de investimentos públicos. O referido modelo divide opiniões dos americanos, muitos a favor, outros contras. Os críticos afirmam que não houveram alterações nos desempenhos da maioria dos alunos.

Projetos que visam transferir a gestão da educação pública no Brasil não são novidades. Em uma busca rápida na rede mundial de computadores, dezenas de exemplos pelo país aparecem em um clique. Variam na forma de implantação e como são fixados os acordos entre o setor público e privado. Vários grupos educacionais de abrangência mundial, chegaram ao Brasil no início deste milênio.

O que precisa ser debatido é se a transferência da atuação estatal na educação para empresas privadas, de fato melhoram os índices educacionais pelo país, ou a constatação da incapacidade dos Estados em gerir a educação pública com qualidade, transferindo-a para empresas privadas, atendendo os desejos do Capital? Pelo visto o debate está apenas começando.

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Por: Henrique BRANCO – professor de geografia da rede pública municipal de Parauapebas, atuando também no ensino privado da referida cidade. Especialista em Geografia da Amazônia – Sociedade e Gestão de Recursos Naturais. Escreve diariamente no Blog do BRANCO: http://henriquembranco.blogspot.com.br/


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