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LEGADO NA MINERAÇÃO: Bons filhos, de um bom pai, a casa tornam

O ano era 1990. O técnico Edvaldo Morais Silva, com 23 anos, ingressava na então estatal Companhia Vale do Rio Doce (CVRD). Foi lotado na cidadela de Carajás, criada para atender os funcionários da companhia que, mais tarde, se tornaria a respeitada Vale, uma das maiores mineradoras multinacionais do mundo, e faria do município de Parauapebas ― em que se localiza o núcleo urbano de Carajás — o mais importante minerador do Brasil.

Naqueles tempos em que a CVRD produzia “apenas” 42,69 milhões de toneladas por ano (Mtpa) de minério de ferro e projetava ganhar o competitivo mercado asiático, cheio de tigres e dragões da mineração, Morais se casou com Maria Lúcia Félix e teve três filhos Allan Douglas, Rayander Félix e Rebecca Allarayna. De um relacionamento anterior, já tinha uma filha, Débora Morais.

O técnico educou os filhos homens praticamente no meio de caminhões fora de estrada, entre máquinas gigantescas da indústria mineral e soprados pelo vento avermelhado dos átomos de ferro. O prazer de Edvaldo Morais era, sempre que possível, levar seus dois garotinhos, Allan e Rayander, para conhecer seu trabalho e a rotina corrida numa grande empresa de mineração.
Num dos ensinamentos de campo, em uma das primeiras de tantas visitas dos meninos ao famoso Projeto Ferro Carajás (PFC), pausa para a foto historicamente marcante dos três, tipo escadinha, com os garotos num super Caterpilar. Está nessa imagem, tirada como retrato de parede e que nem o tempo foi capaz de desbotar, o resumo da paixão do pai pelos filhos e o orgulho no peito de apresentar-lhes o trabalho que há anos lhe apraz.
Sob o olhar de contentamento do pai, as crianças admiravam aquele gigantismo do qual Morais era colaborador e que garantia o sustento da família. Em 1990, quando ele ingressou na Vale, a empresa tinha cerca de 1.400 empregados na operação de seus projetos de ferro e manganês na Serra Norte de Carajás, referência global em recursos minerais.

DOIS FILHOS, UM ORGULHO

Os anos se passaram, e a Vale atingiu a liderança no mercado transoceânico do minério de ferro. Só de Parauapebas, a empresa exportou em 2016 um total de 141 Mtpa e suas minas na Serra Norte, no valor estimado de 7,9 bilhões de dólares, são a segunda mais valiosa operação do globo na indústria mineral, conforme divulgado este ano por uma consultoria internacional.
Juntamente com as mais de duas décadas de dedicação aos recordes da Vale, vieram os cabelos grisalhos de Morais e que acabaram ficando mais espaçados em relação à imagem da foto do ano 2000 com seus meninos. No girar dos ponteiros, seus filhos, que estudaram em Carajás, tornaram-se jovens e, na hora agá de escolherem a carreira, não tiveram dúvida: mineração.

O primeiro deles, Allan Douglas, optou pelo curso de Geologia da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa). “Meu pai trabalhou muito na operação de mina em Carajás para que eu conseguisse me formar”, conta, todo orgulhoso, ao revelar que seu pai atualmente trabalha em Moçambique. Por seu desempenho, a Vale o convidou para ser analista de mina em suas operações de carvão naquele país africano. Allan se tornou geólogo e está concluindo pós-graduação em Engenharia de Minas.

Pouco tempo após se formar, o rapaz, hoje com 25 anos, conseguiu emprego numa empresa de consultoria que presta serviços à Vale como geoespeleólogo. Ele, além de seguir a carreira do pai na mineração, está a um passo de encontrá-lo como colega de trabalho. “Dá um frio na barriga. O tempo passou rápido demais, desde aquela foto de 2000 que tiramos meu pai, eu e meu irmão. Nossa próxima imagem será de nós três todos vestidos de Vale. Duas gerações da família Silva se encontrando no mesmo setor de trabalho será incrível”, deseja Allan, emocionado.
E o sonho dos três na indústria extrativa, num mesmo ambiente de trabalho, pode se concretizar a qualquer momento. É que, também, o filho caçula de Edvaldo, Rayander, de 24 anos, está se formando em Engenharia de Minas pela Universidade Federal de Goiás (UFG), em Catalão. “Vamos todos trabalhar juntos ainda”, espera o geólogo.

 

UM EXEMPLO, UMA LIÇÃO

A Assopem não conseguiu falar com Edvaldo Morais para saber dele se esperava que seus filhos seguissem seus passos na mineração. Provavelmente, ele esteja em área remota.
Hoje, quarta-feira (30), ele está completando 49 anos. Sabe qual seu melhor presente? Saber que seus filhos estão muito bem encaminhados e felizes com as escolhas acadêmico-profissionais que fizeram. É certo que, para qualquer pai, não exista outra classificação para definir a emoção senão felicidade e orgulho.

Essa é a história de sucesso de uma família do Pará, que floresceu em meio à mineração, entre tantos casos bacanas que podem ser contados por meio da indústria mineral. O setor, duramente criticado por leigos e desinformados, é o mesmo que pode contribuir com a formação social das pessoas, possibilitar a geração de emprego e renda de comunidades, unir gerações e ser aliado da gestão pública na promoção do desenvolvimento humano.

É o mesmo setor duramente criticado que, também, permite que os críticos tenham holofote, afinal, para que haja aparatos tecnológicos e canais de difusão de ideias na vida moderna, é necessário que, muito antes, às vezes até em lugares inóspitos e longínquos, um geólogo, um engenheiro de minas e técnicos de várias áreas trabalhem duro para sustentar uma gama de empáfias e de rebeldias sem causa razoável.

O desrespeito à mineração é, também, o desrespeito aos profissionais que a fazem com seriedade e que têm amor por contribuir com o desenvolvimento das sociedades, em suas várias formas, embora exista sempre quem os desmereça ou não os reconheça. Não há sociedade moderna sem mineração, até que se prove o contrário.

Fonte: Associação Paraense de Engenheiros de Minas – Assopem

Correios de Parauapebas: Você usa, você confia (?)

Muita gente lembra da frase que contemplava os Correios em um comercial de TV: “Correios, você usa, você confia”. Porém, atualmente, e principalmente nas regiões sul e sudeste do Pará, esta frase ganhou em seu final, um ponto de interrogação.

A Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, ou simplesmente Correios, recebe atualmente, através de seu site no Fale Conosco, o maior índice de reclamações no Estado do Pará, cerca de 400/dia.

Centro de Distribuição Domiciliar – Encomendas que não chegam às mãos do destinatário, ficando estocadas no depósito do CDD (Centro de Distribuição Domiciliar) dos Correios, no bairro Beira Rio; local que não oferece as mínimas condições de atendimento, sendo aberto ao público de 8h30 às 11h00.

O número de pessoas que buscam ali atendimento é grande, chegando a gerar filas, e dali, em muitas vezes as pessoas são redirecionadas às unidades dos Correios, onde também não encontram suas encomendas e correspondências; acarretando nelas grandes transtornos dado ao fato de que também nestas não existe número suficiente de atendentes. Entre os objetos procurados no CDD e agências, estão os cartões de créditos com suas respectivas senhas, e encomendas de urgência.

Ineficiência – O SEDEX em Parauapebas ficou apenas com o mero apelido, pois as entregas que, de acordo com as normas dos Correios, deveriam chegar ao destinatário com três dias úteis a partir da data da postagem, chegam a levar sete, 10, 15 e há casos de até 30 dias.

Apenas 45% do perímetro urbano de Parauapebas é coberto pelo serviço de entrega dos Correios, e isto também acarreta o aumento do fluxo de pessoas nas agências e CDD, causando transtorno e fomentando o mau atendimento, pela disparidade entre atendentes e a demanda de clientes.

A segurança no interior das agências não tem sido oferecida para os clientes e nem mesmo para os funcionários. Exemplo claro foi registrado na agência do bairro da Paz, que, em seu primeiro ano de funcionamento, sofreu dois assaltos a mão armada, inclusive com refém.
O local, mesmo lidando com valores, por ser correspondente bancário, não tem câmeras de segurança, porta com detector de metal e nem vigilante armado.

A violência usada nos assaltos afastou por trauma psicológico uma servidora que alega não contar com o devido e esperado apoio; desde o fato, a servidora se recupera com o acompanhamento psiquiátrico. Enquanto isto, com sua poderosa marca SEDEX, os Correios patrocinam campeonatos e atletas.

Nem só Parauapebas enfrenta estes problemas; percebe-se que na única agência dos Correios em Canaã dos Carajás, as filas se iniciam no meio da noite, e ao abrir, as 9h00, o atendimento é limitado por senhas.

Descaso – É do conhecimento de todos, inclusive do Governo Federal, que o problema não será resolvido com mágica, mas sim com a contratação de servidores de acordo com a demanda. O caso foi explicitado quando o representante dos carteiros, Everaldo Jesus de Freitas, usou a tribuna da Câmara Municipal de Parauapebas para falar da situação vivida pelos trabalhadores dos Correios que não conseguem atender a população na entrega de suas encomendas. “Estamos enfrentando as mais diversas críticas da população que culpa a nós pela deficiência nas entregas”, conta Everaldo, mensurando que cada carteiro tem a responsabilidade de entregar em mais de cinco bairros as correspondências que, ainda segundo ele, se acumulam.
Ele denuncia ainda que a empresa divulgou na mídia local que as entregas estavam sendo feitas em 100% dos bairros de Parauapebas. Em sua fala, Everaldo perguntou à plateia no auditório da Câmara se todos estavam recebendo suas correspondências nos respectivos endereços, e a resposta foi não.

A defasagem equiparada à demanda e o número de servidores internos e carteiros é grande, tendo por exemplo cerca de 30 carteiros para atender uma cidade com mais de 200 mil habitantes distribuídos em inúmeros bairros.

As contratações são necessárias e viáveis diante do orçamento dos Correios, cujo balanço é superavitário. O que falta de fato é gestão de excelência. Segundo um servidor que não se identificou nem gravou entrevista “Os Correios, atravessam seu pior momento em si tratando da eficiência e qualidade nos serviços prestados”.

Feito um comparativo com a Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil e outros órgãos do Governo Federal, em si tratando de investimentos, tanto em prédios, quanto em contratação, os Correios ficam aquém do necessário. A população culpa diretamente os atendentes, carteiros e os gestores locais, tornando-os alvo de chacotas. Estes fazem malabarismo para multiplicar as entregas e atendimento em seus expedientes.

As tarifas como, por exemplo, telefone, boletos bancários diversos chegam às mãos do cliente com o prazo de pagamento vencido, o que penaliza com juros e multas. Os correios deveriam ser corresponsáveis no ressarcimento, porém, se omite.

 

Você sabia que ninguém quer ser gerente das unidades dos Correios da Regional/Marabá, que responde pelas cidades do sul e sudeste o Estado?

Exatamente por se sentir desamparado pela estrutura interna da empresa, que não oferece as mínimas condições de melhorias.
“Chega de Status, queremos melhores condições de trabalho”, diz o servidor, denunciando também a defasagem salarial que, ainda segundo ele, é o menor oferecido entre as estatais brasileiras. Fato que os novos contratados não permanecem pedindo em poucos meses de trabalhos suas demissões e as vagas não são repostas, deixando em seu lugar a ineficiência no atendimento.
O servidor que não quis se identificar detalhou ainda que os Correios cobram metas de resultados, porém mesmo sendo alcançados pelos servidores, não os compensam com contratações e condições de trabalho, a citar a própria segurança destes.

Parauapebas conta com três unidades próprias, sendo Cidade Nova, Da Paz, Núcleo Urbano Carajás; em todas elas o atendimento é limitado por senha, e mesmo com a Lei Federal que estipula o prazo de 30 minutos para o atendimento do cliente, é corriqueiro o fato de que estes peguem a senha pela manhã e sejam atendidos três horas mais tarde; caso facilmente comprovado na agencia do bairro Cidade Nova.

O declínio dos serviços e gestão dos Correios também pode ser notado com o decréscimo no número das agências tendo o fechamento de uma franquiada no bairro Rio Verde.

Mau atendimento vira caso de polícia

O problema já gerou agressão, verbal e física de cliente, contra o gerente do CDD, fato registrado em Boletim de Ocorrência na 20ª Seccional de Polícia Civil de Parauapebas, há cerca de um ano.

Outros vários, não registrados, ocorrem diariamente nas unidades, pois clientes após ser jogados de um lado para outro e não sabendo mais a quem ou onde recorrer em busca de suas correspondências, desabafam contra servidores dos Correios, que são igualmente vítimas do ineficiente sistema.

Ainda de acordo com o servidor, o problema já foi levado ao sindicato da categoria, que deixou de ser classista optando pelo partidarismo, fazendo barganhas de cargos e posições na nova diretoria. “A quem recorrer, à justiça, ao MP, à Câmara Municipal?”, indaga ele.

Reportagem: Francesco Costa / Da Redação do Portal Pebinha de Açúcar

Veja o que entrou na pauta da sessão de terça-feira (29) na Câmara Municipal

1) Indicação nº 225/2017, de autoria da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI Vale), sugerindo ao Poder Executivo que faça a contratação de empresa especializada para elaborar estudo sobre os impactos do ramal ferroviário no município.

2) Indicação nº 226/2017, de autoria do vereador Zacarias Marques (PSDB), propondo ao prefeito municipal a implantação do sistema de abastecimento de água no Bairro Águas Lindas.

3) Indicação nº 227/2017, do vereador Ivanaldo Braz (PSDB), pedindo que a prefeitura mande fazer limpeza e manutenção dos esgotos do Bairro Vila Nova.

4) Indicação nº 228/2017, de autoria do vereador Horácio Martins (PSD), indicando ao Poder Executivo que providencie a recuperação e manutenção das vicinais do Complexo Cedere I.

5) Indicação nº 229/2017, de autoria da vereadora Kelen Adriana (PTB), sugerindo que o prefeito construa nas proximidades do Residencial Alto Bonito (especificamente em volta do lago que está sendo construído) alguns pontos box-lanches.

6) Indicação nº 230/2017, de autoria do vereador José Pavão (PSDB), propondo ao Poder Executivo a recuperação da ponte que dá acesso ao projeto de assentamento Casa Branca, na Região do Contestado, zona rural.

7) Indicação nº 231/2017, de autoria da vereadora Joelma Leite (PSD), pedindo à prefeitura que mande providenciar a instalação da ronda Maria da Penha no âmbito da Guarda Municipal de Parauapebas.

8) Indicação nº 232/2017, de autoria ainda de Joelma Leite, indicando ao Poder Executivo a realização de limpeza e revitalização do canal da Rua Belém, Bairro Primavera.

9) Requerimento nº 12/2017, de autoria dos vereadores Marcelo Parcerinho (PSC) e José Pavão (PSDB), solicitando a realização de sessão itinerante da Câmara Municipal nos bairros do Complexo VS 10.

Para ter acesso às proposições, acesse o link:
http://legislacao.parauapebas.pa.leg.br:8080/sapl/consultas/pauta_sessao/pauta_sessao_plen_mostrar_proc?cod_sessao_plen=61&dat_sessao=29%2F08%2F2017

 

Parceria público-privada entre prefeitura e Vale muda realidade de escolas em Canaã

Um conjunto de oito escolas no município de Canaã dos Carajás, a 800km de Belém, no sudeste do Pará, teve o ambiente escolar transformado. A mudança é resultado de parceria público-privada com investimentos financeiros conjuntos entre Prefeitura e a Vale. Entre elas, está a escola Luís Carlos Prestes, na zona rural da cidade. Antes de madeira e palha, a unidade ganhou paredes de alvenaria, salas climatizadas, parque e também quadra de esportes coberta.

Segundo a secretaria de Educação do município, o total de três mil crianças e jovens são beneficiados com a melhoria do ambiente escolar das oito unidades. O prefeito Jeová Andrade destaca que a infraestrutura das escolas avançou muito nos últimos anos e isso deve refletir na qualidade do ensino oferecido no município. “Em 2013, não tínhamos carteira para o início das aulas. Agora todas as escolas contam com estrutura adequada e quadras de esporte cobertas”, afirmou.

Para o gerente de Sustentabilidade do Complexo S11D, Leonardo Neves, “a inauguração demonstra mais uma vez a contribuição que foi dada pela Vale, também por meio do S11D, maior empreendimento minerário implantado atualmente, em apoio a gestão pública, para melhoria da educação de Canaã”, diz.

Outra escola que integra o conjunto é a Raimundo de Oliveira, uma das unidades que ganhou melhor nota no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) divulgado em setembro de 2016 pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep). Com a atuação dos professores, coordenação pedagógica e dos profissionais da educação, a escola saltou de um Ideb de 3.9 em 2013, para 4.8 em 2015.

Baixo nível do rio Tocantins provoca racionamento de água em Marabá

A Companhia de Saneamento do Pará (Cosanpa) informa que haverá racionamento de água nos núcleos Nova Marabá e Cidade Nova, no município de Marabá, sudeste do estado. A Companhia esclarece que a medida é necessária devido ao baixo nível do Rio Tocantins, de onde é feita a captação de água bruta para a Estação de Tratamento de Água da Nova Marabá, que distribui para os dois núcleos.

O racionamento começa no início da noite desta quarta-feira, 30, quando a distribuição de água para o núcleo Nova Marabá será fechada e apenas a Cidade Nova terá o abastecimento disponível durante toda a noite, até o início da manhã de sexta-feira, quando será feito o movimento inverso para que Nova Marabá comece a receber água, e assim seguirá por 12 horas para cada núcleo. A Cosanpa ainda não sabe precisar por quanto tempo será necessário manter essa medida.

Segundo Ângela Raiol, coordenadora Técnica da Cosanpa em Marabá, “é indispensável que o núcleo Nova Marabá tenha água durante o dia, pois é onde ficam dois grandes hospitais da cidade”.

O presidente em exercício da Cosanpa, Antônio Crisóstomo, pede a compreensão da população de Marabá e esclarece que é a primeira vez que a companhia necessita adotar uma medida extrema desse tipo no município. “O índice pluviométrico foi muito baixo esse ano e nós perdemos 40% da vazão na ETA Marabá, por isso será necessário desligar uma das bombas para não danificar o sistema e isso implicará nesse racionamento de água”.

Segundo José Raimundo Souza, coordenador do 2º Distrito de Meteorologia no Pará, a estiagem já estava prevista para esta época, mas houve um fator surpresa. “Este ano houve uma antecipação desse fenômeno natural e o nível do rio Tocantins baixou 30 dias antes do período esperado”. Ainda segundo José Raimundo, a previsão é que o nível do rio Tocantins só comece a normalizar no mês de outubro, quando a estiagem deve ser amenizada com a volta das chuvas na região.

Reportagem: Andrea Cunha / Agência Pará de Notícias

Moradores de bairros da VS-10 voltam a se manifestar na Câmara

A exemplo da sessão anterior, moradores de 27 bairros que compõem o Complexo VS-10 estiveram na Câmara Municipal de Parauapebas na última terça-feira (29) e se manifestaram de forma pacífica pedindo o apoio daquele parlamento para resolver os problemas da comunidade que, segundo eles, padece pela falta de serviços públicos, já que todos os bairros estão irregulares, não podendo assim ser assistidos pelo poder público.

Nossa equipe de reportagens conversou com Benedito Nazareno, ele é representante dos moradores do bairro Morada Nova, e diz que o retorno à Câmara em mais uma sessão se deu por falta de respostas. “Até conversamos com alguns vereadores, mas não obtivemos resposta concreta, por isto voltamos hoje para reivindicar e sair daqui com uma resposta”, disse Benedito Nazareno, mensurando já ter se passado 12 anos desde que iniciou aquele complexo de loteamentos, em cujo período, ainda segundo ele, não foi implantado infraestrutura adequada para aquelas comunidades, e o que tem, é irregular e provisório.

O manifestante cita os anexos escolares em prédios alugados, segundo ele, sem a vida e qualidade para os estudantes, ruas não pavimentadas, entre outras reclamações. Benedito lembra que antes das eleições algumas pequenas ações chegaram ali de forma paliativa, porém, após este período, apenas ouve que a área é de loteamento ilegal, o que impede o poder público municipal de fazer qualquer ação.

De um lado, por ser área destinada para fins de reforma agrária, a justiça pode anular o loteamento; por outro lado, por ter se gerado contratos irregulares, os moradores podem parar de pagar as parcelas; porém, já temendo as citadas perdas, o dono do loteamento Califórnia, foi ao local com máquinas na intenção de derrubar casas de inadimplentes, ato impedido pelo Poder Judiciário. “Entre ser tirado de lá, perdendo o que já pagamos ou mesmo sendo ressarcido, preferimos ficar ali, onde já plantamos nossos sonhos e vivemos há alguns anos com nossas famílias”, afirma Benedito Nazareno.

O Complexo de bairros do Complexo VS-10, área periférica de Parauapebas, foi feito em área imprópria para loteamento, já que se trata de área destinada a Reforma Agrária, para prática da Agricultura Familiar, portanto precisaria da habilitação do INCRA – Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária.

Agora como agravante, o governo municipal não pode fazer nenhuma obra pública naquela área, pois continua sendo perímetro rural. Há, inclusive, diversos processos do INCRA que comprovam a irregularidade do loteamento e ainda da justiça que já pede a reintegração de posse.

Além da irregularidade no loteamento da área, os moradores denunciam juros abusivos e reajustes que disparam os preços dos terrenos.
Outra grande perda para os moradores é que eles não podem acessar nenhum investimento ou empréstimo do governo federal para, por exemplo, executar obras nos terrenos de construção nem de reforma das moradias.

Reportagem: Francesco Costa / Da Redação do Portal Pebinha de Açúcar

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