Nos últimos seis meses, os estelionatários já aplicaram golpes relacionados à venda de veículos automotores, através de sites de classificados, em mais de R$ 300 mil em Parauapebas. A revelação é do delegado Felipe Oliveira, da 20ª Seccional Urbana de Polícia Civil.
O delegado explica que, para chamar a atenção dos eventuais compradores, os estelionatários copiam um anúncio verdadeiro de sites de classificados, como OLX, Mercado Livre e similares, e colocam o preço do carro, moto ou caminhão abaixo do valor de mercado. Depois, entram em contato pelo WhatsApp ou ligação telefônica, utilizando geralmente números de outras cidades com DDDs diversos, com o real anunciante e o interessado em comprar o bem.
Depois de muita conversa, o estelionatário convence o comprador a fazer transferência bancária referente ao valor do veículo para determinada conta. Quando o dinheiro é confirmado na conta indicada, os golpistas enviam em seguida um comprovante de TED, DOC ou depósito falso para o vendedor. Este, por sua vez, sem saber ainda que o comprovante é falso, entrega o bem para o comprador ou às vezes nem chega a entregar, quando percebe a tempo que foi vítima de um golpe. Assim, vendedor e comprador foram vítimas do “conto do vigário virtual”.
Segundo ainda o delegado, o modo de agir dos estelionatários é sempre o mesmo: ofertam carros em grandes sites, sempre em valores abaixo do mercado, negociam por meio do WhatsApp, internet e celulares pré-pagos. Os perfis e números dos telefones são apagados no instante em que o dinheiro da vítima cai na conta dos criminosos.
Uma das vítimas mais recentes, de acordo com o delegado Felipe Oliveira, é um homem de 33 anos, que perdeu R$ 6 mil ao tentar comprar uma motoneta Honda Biz 2015. “As partes até chegaram a ir ao cartório, onde preencheram o recibo de compra e venda e reconheceram firma, mas a proprietária, uma mulher de 24 anos, não chegou a entregar o bem, pois notou que o comprovante de TED que lhe foi enviado pelo estelionatário era falso, pois o valor não estava creditado em sua conta”, detalha a autoridade policial.
A mulher contou à polícia que anunciou a Honda Biz no site OLX por R$ 8.500,00. Um golpista, que se apresentou como dr. Roberto, copiou as informações e fotos, fazendo um anúncio idêntico, no mesmo site, mas oferecendo o veículo por R$ 6.500,00.
Ao ver a moto anunciada por preço atrativo, o comprador iniciou a negociação. O estelionatário mandou o interessado ir até o local de trabalho da proprietária, dizendo que ele era o seu cunhado, para conhecer melhor a motocicleta. Para não levantar suspeitas, pediu ao comprador não falar em valores, pois a negociação seria feita apenas com ele.
Depois de ver a moto, segundo ainda o delegado, o comprador voltou a ligar para o golpista e pechinchou para fechar o negócio, conseguindo baixar para R$ 6 mil. O estelionatário, então, deu as instruções para a vítima fazer a transferência do dinheiro, numa conta bancária em nome de outra pessoa, em uma agência bancária do Estado de Mato Grosso.
Para a polícia, a proprietária da moto deu a versão de que o estelionatário entrou em contato com ela, dizendo ter feito um TED no valor de R$ 8.200,00, preço próximo ao anunciado. Para convencer, mandou, via WhatsApp, uma foto do suposto comprovante.
O delegado orienta para que os interessados em adquirir e vender produtos pela internet tenham cautela, a fim de evitar caírem na lábia dos golpistas. É importante checar tudo, desde o nome do vendedor, numeração do chassi e Renavam, junto ao Detran.
“O prudente é sempre fazer uma pesquisa dos dados do veículo. Procurar pagar em contas bancárias preferencialmente em nome do proprietário do bem. Desconfiar de números telefônicos com DDD de localidades diversas, bem como de contas bancárias de outras cidades”, aconselha o delegado.
Dicas para evitar golpe
1 Nunca fechar negociação só por telefone ou whatsapp. Exija a presença do vendedor e contato com o bem;
2 Cheque informações sobre o vendedor para verificar a idoneidade dele;
3 Duvide de ofertas abaixo do valor de mercado;
4 Desconfie de pedidos de depósito em contas bancárias de outros estados ou cidades;
5 Duvide de números telefônicos com DDDs de outras localidades;
6 Fique alerta quando o vendedor pedir depósito em nome de outra pessoa.
