A Polícia Federal (PF) prendeu, nesta quarta-feira (13), em Brasília, o empresário André Felipe Oliveira, acusado de envolvimento em um esquema de venda de respiradores hospitalares que não funcionam para o Governo do Pará. Natural do Rio de Janeiro, o empresário é conhecido nos bastidores da capital federal por já ter exercido o cargo de secretário de Esporte do Distrito Federal, durante o governo do ex-governador José Roberto Arruda (2007-2010). Na ocasião, ele foi indicado ao cargo pelo atual presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ). O empresário é considerado também o idealizador das Vilas Olímpicas e nas últimas eleições gerais (2018) foi eleito 2º suplente na chapa do senador Izalci Lucas (PSDB-DF).
A ordem de prisão temporária, por cinco dias, foi expedida pelo juiz federal Rubens Rollo de D’Oliveira, da 3.ª Vara Federal do Pará, a pedido do Ministério Público Federal no Pará. A PF também cumpriu mandado de busca e apreensão na residência de André Felipe. Segundo a defesa, o empresário “já havia prestado esclarecimentos” à Justiça paraense, que chegou a apreender seu celular. O juiz Rubens Rollo D’Oliveira também determinou a prisão de um outro empresário acusado de participação no esquema, no Rio de Janeiro. Mas ele não foi encontrado e é considerado foragido.
A ação foi parte da operação Profilaxia, que também cumpriu mandados de busca e apreensão em endereços ligados à empresa SKN do Brasil, em Brasília e no Rio de Janeiro. A empresa seria a responsável por vender os aparelhos defeituosos ao governo do Pará, tendo André Felipe como o seu representante comercial. As investigações estão sob segredo de Justiça.
De acordo com o MPF, André Felipe de Oliveira e o empresário foragido eram representantes da empresa SKN, que recebeu R$ 25 milhões do governo do Pará em troca de 200 respiradores importados da China. No entanto, o Ministério Público alega que foi entregue outro tipo de aparelho, que não pode ser instalado em UTIs e ainda apresenta riscos aos pacientes. “Além de não servirem para o uso em UTIs, os ventiladores pulmonares colocariam em risco real os pacientes, por não possuírem alarmes que indicassem interrupção do funcionamento nem baterias internas para manter a respiração artificial em caso de queda de energia”, relata o órgão na denúncia.