Seis atores e um músico viajam pelo Brasil transformando a praça pública em teatro, com apresentações gratuitas. O ônibus que usam é transporte, mas também é cenário. O texto que eles encenam e discutem é baseado na comédia escrita por Artur Azevedo em 1904, sobre as aventuras de atores e atrizes de teatro. Por que insistem, contra todas as dificuldades? Que atração mágica é essa que gruda os olhos do espectador na cena, convidando gerações de artistas a seguirem de cidade em cidade armando sua lona, pintando sua cara, trocando de personagens como quem troca de roupa? Essa pergunta foi formulada há 120 anos no clássico da dramaturgia brasileira O mambembe. É em torno dela que se desenrolam as peripécias teatrais vividas hoje pelos atores-viajantes Cláudia Abreu, Deborah Evelyn, Julia Lemmertz, Leandro Santanna, Orã Figueiredo e Paulo Betti, acompanhados pelo músico Caio Padilha. Na concepção contemporânea de Emílio de Mello, que divide a direção do espetáculo com Gustavo Guenzburger, a vida imita a cena, pois o mambembe cai na estrada, literalmente.
Após apresentações no Maranhão, a próxima parada será dia 13 de novembro, em Parauapebas (PA), para a estreia em terras paraenses. Em seguida, a trupe se apresenta na cidade de Marabá (PA), e segue para Minas Gerais, tudo graças à Lei Federal de Incentivo à Cultura, o patrocínio do Instituto Cultural Vale e realização Barca, Vivá Produções, Bobox Produções, Ministério da Cultura e Governo Federal. Em cada cidade, haverá a participação no espetáculo de um ator/atriz local convidado, além de rodas de conversas com artistas sobre o fazer teatral no Brasil de hoje.
Em 1904, o texto foi exaltado pela crítica e pelos intelectuais que, como o próprio autor, ajudaram a inaugurar a Academia Brasileira de Letras. Mas as multidões que costumavam disputar os ingressos dos outros musicais de Artur Azevedo não aceitaram “de cara” o refinamento do novo tipo de comédia musical proposta em O Mambembe, que teve que fechar as portas depois de poucas apresentações. Assim como aconteceu com “O Rei da Vela” de Oswald de Andrade, “O mambembe” também se tornou um marco do teatro brasileiro, mas apenas meio século depois de escrito.
De 1904 para cá, o teatro brasileiro passou por muitas fases e transformações, seguindo e influenciando a história de um País que deixou de ser rural. Ora esse teatro se modernizou e se elitizou, ora se popularizou e se politizou, se revoltou e lutou contra ditaduras, se democratizou, subiu o morro, enfim, se diversificou e se espalhou Brasil afora. Virou muitos teatros. Sendo muitos, ganhou novas cores, sotaques, plateias, propósitos, linguagens, geografias, técnicas, cursos, prêmios, patrocínios, leis, políticas públicas. Ainda assim, mais de um século se passou e a pergunta de 1904 continua atual, para quem quiser se arriscar a respondê-la: apesar de tudo, como é possível o teatro persistir? O que leva artistas a insistirem em “carregar o seu mambembe às costas?”. Em 2024, os Mambembes pegam a estrada em um ônibus-teatro, buscando junto ao público algumas respostas contemporâneas às provocações desse texto decisivo para o teatro brasileiro. Com a alegria e a agilidade de uma comédia leve e divertida, os Mambembes convidam a todos para uma viagem ao mundo do teatro, um mundo em que jogo e trabalho podem significar a mesma coisa.
Serviço:
Etapa 1 – Norte e Nordeste
Parauapebas (PA)
13 de novembro – 19h30
Complexo Turístico de Parauapebas – R. Perimetral Oeste, 4 – Beira Rio
Marabá (PA)
15 de novembro – 19h30
Praça São Félix de Valois – Rua Cinco de Abril, 663 – Velha Marabá
Orla Sebastião Miranda Filho, às margens do Rio Tocantins.
______________________________________________________
Etapa 2 – Sudeste
27 de novembro a 08 de dezembro
Vitória/ES, Vila Velha/ES, Governador Valadares/MG, Itabira/MG e Belo Horizonte
Lei de Incentivo à Cultura
Patrocínio – Instituto Cultural Vale
Realização – Barca, Vivá Produções, Bobox Produções, Ministério da Cultura e Governo Federal
Ficha Técnica
Idealização: Cláudia Abreu e Emílio de Mello
Concepção e Direção Geral: Emílio de Mello
Direção: Emílio de Mello e Gustavo Guenzburger
Adaptação Dramatúrgica: Emílio de Mello, Daniel Belmonte e Gustavo Guenzburger
Elenco: Cláudia Abreu, Deborah Evelyn, Julia Lemmertz, Leandro Santanna, Orã Figueiredo, Paulo Betti e o músico Caio Padilha
Cenografia: Marcelo Escañuela
Figurino: Marcelo Olinto
Iluminação: Nadja Naira
Caracterização: Mona Magalhães
Direção musical: Caio Padilha
Direção de movimento: Cristina Moura
Coordenação de produção: Arlindo Bezerra
Direção de produção: Dadá Maia
Direção de palco e contrarregra: Gleison Brito
Técnica de áudio: Joana Guimarães
Técnico de áudio: Leandro Barreto
Assistência de caracterização: Lucas Raibolt
Cenotécnico: Ivan Marques
Assistente de figurino e adereços de cabeça: Flavio Souza
Peça xales Laudelina: Ticiana Passos
Modelagem e confecção de figurinos: Almir França
Ateliê Almir França: Aisha, Giza, Lu, Olívia, Paulo, Sabrina, Sônia e Vinícius
Tic-Tac: Pintura das bolsas Frazão
Programação visual: Celina Kuschnir e Laura Nogueira
Making off e social media: Vitor Burigo
Produção local São Luís (MA): Hebe Rodrigues e Cássia Sousa
Produção local Santa Inês e Açailândia (MA): Marcela Rios
Produção local Parauapebas e Marabá (PA): Jairon Gomes
Assessoria de Comunicação: G7 Comunicação (Gustavo Farache)